quarta-feira, março 30, 2005

Nem só por futebol palpitam os corações dos sócios do Vitória de Setúbal.
No fim de semana do clássico Vitória-Benfica, Domingo, ocorreu no Pavilhão do Vitória, o sempre apetecido derby regional em andebol Vitória-Ginásio Clube do Sul.
Desiludidos com o resultado da véspera, em futebol, os adeptos e sócios vitorianos, ávidos e ansiosos por um triunfo das suas cores, voltaram a acorrer em grande número ao Antoine Velge e voltaram a presenciar mais um excelente, equilibrado e emotivo jogo de andebol, em que o Vitória se superiorizou à sua congénere almadense vencendo por 25-23.
Hoje, a equipa desloca-se ao Minho, onde defrontará pelas 21h00 a equipa do Manabola, que ocupa o último lugar da tabela.
Não ocorrendo surpresas ou percalços, o Vitória vencerá com naturalidade, manterá o 5º lugar e poderá preparar com confiança e tranquilidade a recepção ao Madeira SAD, ao fim da tarde da próxima Quartafeira 6 de Abril.
Cá estaremos, inquietos, esperando a notícia dos números da vitória do Vitória.
Spry
Decorridos já alguns dias e muitos jogos de futebol na TV desde o jogo Vitória-Benfica, de má memória para quem sente e vive o clube como os sócios do Vitória de Setúbal, aproxima-se já, com as aborrecidas e pouco empolgantes exibições das selecções como aperitivo, o fim de semana que assinala a viagem dos verde e brancos à Choupana para defrontar a equipa do Nacional da Madeira, que luta ainda pela defesa do lugar europeu atingido na época passada.

Na Choupana, em função do resultado, e no que à equipa do Vitória diz respeito, iremos, seguramente, aquilatar e prever, com facilidade, o que será o resto da época para a equipa de futebol do Vitória.
Se o Vitória regressar com pontos da Madeira, José Rachão garantirá, até ao fim da época o lugar de treinador principal da equipa. Pontos na Madeira e a vitória, que tenho a certeza está garantida pela fúria e sede de revanche dos jogadores depois do jogo da 1ª volta, frente ao Gil Vicente serão argumentos suficientes, tendo em linha de conta aquilo que tem sido o discurso oficial da administração da SAD sadina, para o Presidente Chumbita Nunes segurar o putativo pedagogo montijense até ao fim de Maio.

No caso, independentemente da exibição, de a equipa do Vitória regressar de mão vazias da visita ao Funchal, os sucessivos votos de confiança que ouvimos a administração da SAD tecer a Rachão ao longo desta semana, não deixam dúvidas sobre o que acontecerá: a recepção ao Gil Vicente já não terá o ex-treinador do Torreense, como anfitrião.

Uma vitória na Choupana ou até mesmo um empate, estou convicto, catapultarão definitivamente a equipa para a perspectivada permanência no escalão máximo do futebol português. É certo que sem alegria entre os adeptos, e ao que julgo saber entre os jogadores, com um clima de alguma descrença e desconfiança, que se manterá irreversível, no que ao treinador diz respeito e que poderá, ainda que não o creia, pesar de forma negativamente decisiva na meia final da Taça.
A derrota, empurrará, irremediavelmente julgo, para as jornadas finais a decisão relativa ao carimbar do passaporte para a SuperLiga 2005/2006. E neste caso, confirmar-se-ão como correctas as opiniões, entre as quais incluí a minha, que apontavam a semana transacta como a ideal, tendo em conta os superiores interesses do Vitória Futebol Clube, para a substituição do líder da equipa técnica que, verificando-se uma eventual derrota na Choupana, necessariamente ocorrerá.

Como sou dos que acho, desde sempre, que o treinador do Vitória é o melhor do mundo, pelo respeito que tal estatuto me merece, recuso-me a comentar e a perspectivar cenários para a eventualidade de perdermos o próximo jogo, pois, nesta mesma linha de raciocínio, sou dos que se recusa a aceitar antecipadamente que o Vitória não vai ganhar.
O regresso de Nandinho, cuja saída da equipa coincidiu com o período menos bom do grupo,é certamente um bom augúrio para o desfecho que todos esperamos.

Independentemente do que o futuro próximo nos reserva fica apenas a certeza que, no Domingo, entrarei na Choupana com a mesma fé, convicção e crença, de sempre, nas potencialidades e capacidades dos que carregam nos ombros o peso do emblema do VFC e que sairei do estádio com a garantia de que o futuro próximo, seja devido ao somar de pontos, seja devido à onda de entusiasmo e de renovar de esperanças num desfecho de época memorável que a mudança de treinador originará, se nos afigurará bem menos ensombrado do que hoje poderá parecer.

Spry

domingo, março 20, 2005

Vitória com estratégia rachada

O Vitória - Benfica começou cedo na cidade de Setúbal.
Pela manhã, entre uma ginja no Tóino e a escolha do tamboril e pata-roxa para a caldeirada do almoço, foi perceptível o entusiasmo e a fézada que reinavam entre os profissionais do Mercado do Livramento.

Junto ao estádio, os vendedores ambulantes optaram por montar o "estamine" ainda antes das oito e meia da manhã.
Ao meio-dia dezenas de automóveis, ornamentados com cachecóis e bandeiras vermelhas, invadiam a cidade e deixaram adivinhar dia em cheio para os restaurantes setubalenses.

Às 21h00, quando entrei no estádio, já o Bonfim, praticamente cheio, estava em festa, engalanado para receber o líder do campeonato.
O ambiente era o ideal para os grandes clássicos do futebol português, estádio cheio, público vibrante e entusiasta, bons intérpretes no palco e centenas de VIPs, muitos deles bêbados e provocadores, espalhados pelos camarotes.

Zé Rachão e a equipa do Vitória, honra lhes seja feita, entraram no jogo dispostos, intencionados e determinados a conquistar mais três pontos caseiros. Ilação inferível, quer da constituição da equipa, que jogou com o seu trio ofensivo habitual ( Jorginho, Moraes e Meyong), quer das declarações do treinador do Vitória, antes do início do encontro, que revelou estar a jogar para ganhar, quer da atitude e exibição da equipa vitoriana, sobretudo no primeiro quarto de hora do jogo.

Palavras leva-las o vento.

O jogo começou vivo e animado, sobretudo por responsabilidade directa de Jorginho e Meyong, que aos 20 segundos de jogo, já punham de pantanas a defensiva benfiquista.
O primeiro lance, de potencial importância para o desenrolar da partida, dá-se ao minuto 3, quando Bruno Moraes, inadvertidamente, tomba sobre as costelas de Petit e obriga Giovanni Trapattoni, velha raposa, que inscreveu pela primeira vez, no seu brilhante currículo, uma vitória no Bonfim, à primeira alteração forçada do jogo.

Aos seis minutos, na sequência do primeiro canto da partida, Auri, sobe na pequena área sózinho e cabeceia à vontade... para a linha lateral!!! Gorava-se assim a primeira grande oportunidade de golo do Vitória e do jogo.
Dois minutos depois, o melhor jogador da SuperLiga, o génio brasileiro Jorginho, num rasgo de inspiração, desfere um remate fabuloso, com conta, peso e medida, a uns metros da entrada da área, que só não dá golo, porque Quim, guarda-redes do Benfica, corresponde à genialidade do artista vitoriano com uma defesa de grande categoria, proporcionando o primeiro grande momento de futebol no Bonfim e o segundo canto da partida.
Aos 9m, o Vitória conquistava o terceiro canto, após nova investida do ataque vitoriano e deixava atarantada e intranquila a defensiva encarnada, como Ricardo Rocha o revelava, com o seu anti-desportivismo.

Nesta altura só dava Vitória, e dois minutos volvidos Manuel José, tabela com Jorginho, remata, em mais uma tentativa de inaugurar o marcador e conquista o 4º canto da partida. O mesmo jogador bate o canto na direcção de Hugo Alcântara que, ganha espaço e posição para rematar e proporciona aos adeptos vitorianos a primeira sensação de golo, com um pontapé que embate nas malhas laterais, com Quim já batido.
Os adeptos de verde e branco trajados gostavam, aplaudiam e gritavam Vitória!Vitória!Vitória!.

Os jogadores correspondiam e lutavam, corriam, pressionavam a equipa contrária.

O Benfica, causa a primeira sensação de perigo, com um ataque do lado esquerdo, num cruzamento aparentemente inofensivo de Dos Santos que embate na barra da baliza guardada pelo jovem Paulo Ribeiro.
No minuto seguinte, o quinze, o primeiro lance polémico deste jogo. Geovanni isola-se, em posição legal, ultrapassa Paulo Ribeiro e é derrubado, ilegalmente, pelo guardião sadino. João Villas Boas, manda jogar e erra.
Na resposta, o Vitória volta a ameaçar a baliza benfiquista, Meyong troca os olhos a Luisão, dá-lhe um nó fantástico, cruza para Bruno Moraes, e o árbitro compensa o penalty não assinalado ao SLB, marcando falta de Moraes sobre Ricardo Rocha, quando os jogadores estão um metro separados, não existindo o mínimo contacto.

Aos 27m, o lance capital da partida. Veríssimo é bem expulso por João Villas Boas, ao cometer falta sobre Simão, após uma enorme displicência perde posição e vê-se forçado a impedir a progressão do internacional português, que seguia isolado para a baliza, com um puxão que não deixou margem para dúvidas, deixando o Vitória em apuros.

O recém contratado, pelo F.C.Porto, guarda-redes Paulo Ribeiro, dá o primeiro sinal de intranquilidade aos 34m, quando sai mal da baliza, após a cobrança de um canto e permite a Nuno Assis cabecear a rasar a barra, iludindo os adeptos do Benfica que já gritavam golo.

Foi um Vitória lutador, emotivo, com sangue na guelra, aquele a que assistimos no primeiro tempo, contra um Benfica, à imagem e semelhança do seu treinador, pragmático, frio e calculista.
A cinco minutos do intervalo, em mais uma jogada do ataque vitoriano, o tridente ofensivo volta a causar perigo, com um lance que culmina com um cabeceamento de Bruno Moraes, que por milagre e de forma escandalosa não inaugura o marcador.
No minuto seguinte, o menino benfiquista a quem um dia José Mourinho qualificou como de "granda máquina" desfere um remate traiçoeiro, que dá golo para o Benfica, após Paulo Ribeiro, com um frango monumental, se revelar impotente para travar a trajectória do esférico.

Ao intervalo a substituição operada por José Rachão, Binho entra para o lugar de Meyong, suscitou receios e dúvidas, nalguns treinadores de bancada, que esperavam e desejavam um Vitória afirmativo, determinado, ainda que reduzido a 10, acutilante e apostado em inverter o resultado negativo, entre os quais me incluo.
Aos 15 segundos de jogo o Benfica conquista o primeiro canto e dá o primeiro sinal do que se seguiria. Num espaço de 9 minutos, fruto da exclusividade do futebol ofensivo, o Benfica conquista seis pontapés de canto.

Valdemar Duarte, jornalista, comentador e relatador, da transmissão TVI, empresa de comunicação social , que representa o expoente máximo da incompetência e parcialidade da informação, nomeadamente desportiva, tem uma tirada, que quando proferida, aos 8 minutos, se ouvida em directo poderia ser interpretada de forma desrespeitosa e insultuosa para o Vitória e para os vitorianos, mas que infelizmente reproduziu com verdade o real estado da equipa verde e branca: " O Setúbal encostou às cordas". Quanto à designação incorrecta do nome do clube apenas, me compete registar a ignorância e/ou má fé do jornalista, ao chamar o clube pelo nome da cidade, relativamente ao knock-out insinuado, o desenrolar da segunda parte, confirmou o pior.

A etapa complementar da equipa de Rachão, confirmou algumas das críticas e opiniões negativas, relativamente à contratação do então treinador do Torreense, nomeadamente as que afirmavam que a escolha de um mister da "velha-guarda", com uma filosofia e métodos assentes no gerir 0-0, esperar para ver, só ir pela certa, conceder a iniciativa ao adversário, jogar para destruir, não se adequaria a este plantel jovem, inteligente e ambicioso do Vitória.

Os minutos passavam e o Vitória das poucas vezes que passava com a bola a linha de meio campo, rara, mas muito raramente chegava à area contrária. O Benfica, por seu turno, instalado, tranquilamente no meio campo vitoriano, chegava com frequência à área do Vitória e em variadíssimas ocasiões esteve perto de marcar.
Óbvia e naturalmente, aos dezoito minutos, Geovanni, feliz, remata contra um adversário, beneficia da mudança de trajectória que trai o guardião sadino e factura o segundo para o Benfica, para gáudio dos milhares de benfiquistas presentes nas bancadas do Bonfim e de Geovanni Trapattoni e Álvaro Magalhães que , curiosamente, comemoravam , de forma efusiva, de costas voltadas um para o outro.

O Vitória que até aqui se tinha, exasperantemente, limitado a ver jogar, baixou ainda mais os braços e nem a substituição que Rachão de imediato efectuou, alterando o esquema para como no início do jogo, entra Zé Rui, para o lugar do exausto Ricardo Chaves, cambiou o sentido e o desenrolar do jogo.
Apesar de nesse momento, fruto de uma iniciativa do lado esquerdo de Ribeiro, Bruno Moraes tenha estado perto de marcar, porém Luisão impediu e cortou para canto.

Rachão ao minuto 73, por lesão de Manuel José, forçado a alterar, ao invés de optar por uma solução ofensiva que visasse assumir o jogo até ao fim, colocou um defesa direito no seu lugar - Ricardo Pessoa e ouviu pela primeira vez os assobios de uma massa adepta humilhada pela falta de luta e entrega na segunda parte, quer dos jogadores, quer do treinador.

O jogo evoluía, caminhava para o final e o Benfica continuava a gerir o jogo como queria, trocando e fluindo tranquilamente a bola perante o olhar apático e expectante dos jogadores do Vitória, que se limitavam a impedir a possibilidade do Benfica fazer o três zero, como José Rachão admitia, em declarações após o jogo: “ Se não fechássemos os caminhos da baliza poderíamos ter sofrido muitos golos”, admitindo que se tinha limitado a preocupar-se em não sofrer muitos golos do que a lutar pela vitória.

Não creio que seja aceitável que, qualquer que seja o adversário, no Bonfim, a equipa do Vitória entre em campo determinada em conquistar apenas o mal menor e a gerir derrotas por margens minímas. Não creio que seja aceitável, que, mesmo em inferioridade numérica, a equipa do Vitória desista de lutar pelos três pontos antes do apito final. Não aceito que o treinador José Rachão, de preferência clubística benfiquista, se resigne com o 0-1 e que, com Pedro Oliveira, Hélio e Igor no banco, opte por fazer entrar, depois do 0-2, Zé Rui, jogador do Benfica, que já não engana ninguém que tenha acompanhado a sua progressão no Vitória, à excepção deste treinador. Não gostei, nem creio que seja aceitável que o vitorianos no Bonfim sejam obrigados a assistir a manifestações de lampionagem, como a presença da águia Vitória na pista do Bonfim.
Com tantas calúnias sobre uma inventada e falsa aliança privilegiada com o FC Porto, aquilo a que assistimos hoje, com excepção dos primeiros quarenta e cinco minutos, foi um Vitória demasiado macio e conformado contra o clube que Eusébio representou.

Numa exibição sofrível da equipa vitoriana, merecem destaque positivo o inconformismo de Jorginho e a imponência de Hugo Alcântara.
O destaque negativo não pode deixar de ir para o treinador do Vitória, que não soube nem quis motivar e inflamar o ânimo dos atletas vitorianos, de forma a virar o resultado negativo que se registava ao intervalo.

O apelo, no final deste jogo, de má memória para a família vitoriana, vai para o Presidente e Conselho de Administração da SAD do VFC: demonstrem a inteligência de quem sabe reconhecer um erro e corrijam o rumo traçado com a chegada do treinador do Montijo.
O Campeonato recomeça dentro de duas semanas e ainda é possível, tendo em conta o que ainda falta de época, impedir a criação de um clima de descrença entre os jogadores, sócios, adeptos e dirigentes que, notória e claramente se instalou desde o recomeço da segunda parte e que reduzirá drasticamente as possibilidades de sucesso que o que falta de época ainda permite fazer sonhar.

Que os conselhos dados ontem à noite por José Mourinho a Chumbita Nunes, num conhecido restaurante setubalense, venham rapidamente a surtir efeito, são os meus sinceros desejos.

Saudações Vitorianas
Spry

quinta-feira, março 17, 2005

Um jogo especial

A semana que antecede um Vitória-Benfica é sempre especial.
Os sócios do Vitória e os setubalenses, de um modo geral, anseiam com particular fervor e emoção a disputa deste clássico do futebol português, que tem hora e local marcados para as 21h15 do próximo Sábado no Bonfim.
Existirão, fundamentalmente, duas ordens de razões para que apenas um jogo de futebol desperte tanta expectativa e entusiasmo entre as hostes sadinas como este e que tanta ambição de vitória gera entre os vitorianos.
Por um lado, vencer ao Benfica, reconhecendo o seu papel de de uma das principais, talvez a principal, historicamente falando, instituição desportiva portuguesa, é gerador de prestígio e afirmação da identidade vitoriana e uma vitória sobre o Benfica é sem dúvida excelente veículo de promoção e divulgação do nome e marca Vitória no país e além-fronteiras.

Mas ter a aportunidade de ombrear e lutar pela vitória com o Benfica é também a oportunidade de derrotar a comunicação social portuguesa, pela sua tacanhez e parcialidade, que teima em continuar a transformar um campeonato de 18 numa Liga a 3 com 15 figurantes. É ter a oportunidade de combater a comunicação social portuguesa comprometida e facciosa que insiste em continuar a fechar e cercear os horizontes futebolístico/clubísticos portugueses, asfixiando e impedido o crescimento e desenvolvimento do nosso principal campeonato de futebol. Vencer o Benfica é também ganhar mais uma batalha pelo direito à existência e à divulgação isenta do campeonato, é ganhar batalhas pela reivindicação de direitos tão simples como o do Vitória a ser tratado pelo nome correcto e não exclusivamente pelo nome da cidade. É ter a possibilidade de enfrentar e vencer orçamentos 30 e 40 vezes superiores, deixando os responsáveis pelo desbaratar de tanto dinheiro sem resultados garantidos, estonteados com a própria incompetência. Vencer ao Benfica é também permitir que as crianças setubalenses sintam orgulho e honra em dizer aos quatro ventos que não são do Benfica, nem do Porto, nem do Sporting, mas sim que são do Vitória, porque o Vitória pode não ser grande, mas é seguramente Enorme.




Mas a semana do Vitória-Benfica é também a semana em que trocamos palpites de vitória antecipada com os nossos amigos benfiquistas, é a semana das provocações, das conversas de café exaltadas, das apostas precipitadas. É normalmente nesta semana que se recordam jogos de outros tempos, de outros eras, com outros artistas, outros horários...e em que por vezes se recordam coisas que não existiram ou onde certas bebedeiras cheias de dor de cotovelo criam tradições inexistentes. Um destes exemplos é aquela história criada e inventada por benfiquistas cheios de azia, e da qual o jornal oficial do Benfica, vulgo ABOLA, chegou a fazer eco, segundo a qual cada vez que o Vitória ganha ao Benfica desce de divisão.

Nada melhor que uma semana de Vitória-Benfica para desmistificar certas "tradições" com a verdade. E a verdade da história e dos números diz-nos que , excepcionada a época90/91 - em que o Vitória venceu o SLB e desceu de divisão - nunca, em nenhum outro momento da história, o Vitória venceu o Benfica e desceu de divisão. Como não há regra sem excepção, é obvio e evidente que a época 90/91 constitui a excepção que confirma a regra. E convém também lembrar, os entusiasmados benfiquistas que se preparam para lotar o Bonfim, que a última vez que o Benfica se tornou campeão, saiu de Setúbal com um resultado desfavorável de 5-2. Nesse ano o Vitória foi 6º.


Não creio, que após as últimas três visitas dos encarnados ao Bonfim sem derrotas, possam passar incólumes desta vez.
Sábado à noite teremos o privilégio de assistir a um jogo, que adivinho, vai ficar para a história e deixar gratas recordações a todos os vitorianos. Com a classe e o talento dos nossos craques, com o apoio e o entusiasmo dos nossos adeptos, vamos uma vez mais bater o pé ao gigante da capital e continuar a trilhar o caminho da esperança, que veste de verde.

Saudações Vitorianas
Spry

segunda-feira, março 14, 2005

Não vai, nem racha

No início da análise ao jogo de Guimarães, onde o Vitória setubalense perdeu por 3-1, não posso deixar de referir, que se cumpriu o sexto jogo da era José Rachão e o Vitória de Setúbal continua sem vencer.

A escolha de Rachão não gerou unanimidade e muito menos entusiasmo entre as hostes sadinas. Confesso que ao saber da escolha do Presidente do Vitória, fiquei num estado algures entre a estupefacção e a incredulidade.
Contudo e das análises que faço cá da bancada, ao contrário de quase todas as opiniões de sócios do Vitória que conheço, e sem ter o apoio dos resultados do meu lado, arrisco dizer que, sinceramente Rachão até me parece saber da poda.
Teve a inteligência suficiente, diga-se que também não era precisa muita, para perceber que a melhor táctica era manter a estrutura e os conceitos que se praticavam quando cá chegou e foi neste período mais condicionado por lesões e impedimentos, que em todo o resto de época. Teve a hombridade e a humildade de responsabilizar exclusivamente os seus atletas pela vitória nos quartos de final da Taça. Ao invés, após a primeira derrota, assumiu toda a responsabilidade pelo resultado negativo. Parece-me que lê de forma correcta e rápida os desenvolvimentos no terreno de jogo, o que lhe permite actuar e corrigir em tempo útil o que está menos bem. E tem até tido a felicidade de fazer saltar do banco homens que marcam golos decisivos, quer para a vitória, quer para o evitar de derrotas.
Não pretendo escamotear a realidade que me diz que em 6 jogos temos 4 pontos e é bem certo que a margem de manobra de Rachão cada vez está mais curta, mas também é certo que o agora treinador do campeão europeu, nos últimos 6 jogos ao serviço do Vitória apenas fez 6 pontos, e se nos recordarmos que também ao início do campeonato foi criticado, só me faz crescer a convicção que apesar de todos os seus defeitos e insuficiências para treinar o Vitória, Rachão vai ser o homem que levará, mais de 30 anos depois, o Vitória ao Jamor e ao fim do campeonato numa posição que faça jus ao excelente e inesquecível primeiro terço de campeonato.

No final e independentemente do que acontecer, sou de opinião que, para que não restem dúvidas, dever-se-à agradecer ao senhor Rachão pelos serviços prestados e preparar a próxima época com rigor, seriedade e competência apostando numa solução inovadora, percurssora e visionária.


O jogo foi considerado, de forma quase unânime, pela generalidade da imprensa, um agradável espectáculo. Pessoalmente, talvez devido à forma como se desenrolou o jogo, não o considerei assim. Pareceu-me que o VitóriaFC entrou confiante e determinado a pelo menos não perder a partida. Condicionado pelas alterações defensivas que obrigaram à estreia do central brasileiro Dione, de má memória diga-se, mas já com Jorginho e Bruno Moraes no onze depois das ausências forçadas da semana passada, o onze manteve a estrutura de 4 defesas, 3 jogadores de meio campo e três de características ofensivas ( Meyong, Jorginho e Moraes).

O ambiente vivido em Guimarães, como o Yekini bem o descreve e retrata é fantástico e só por si intimidante. Animado com a possibilidade, em caso de vitória, de ascender ao 6º lugar e impulsionado pela também vibrante e apaixonada massa adepta vimaranense, os comandados de Manuel Machado, fruto do maior ímpeto ofensivo no início aproveitaram para inaugurar o marcador, aos 16m, na sequência de uma jogada rápida pelo flanco esquerdo, aproveitando o adiantamento de Manuel José, que culminou com um remate colocado de Silva à entrada da área para o fundo da baliza do regressado Paulo Ribeiro.

Os de Setúbal reagiram bem, vieram para cima do adversário, e como quase sempre que o fazem, marcaram e empataram o jogo, oito minutos depois, por intermédio de Meyong, após fantástica jogada e assistência de Bruno Moraes.
O Vitória sadino acreditou, lutou, controlou o adversário e só por grande infortúnio não marcou, 10 minutos depois, quando Bruno Moraes, isolado na cara de Palatsi, com tempo para tudo, não teve a inspiração e o discernimento suficientes para converter no segundo do Vitória de Setúbal.
Com o jogo perfeitamente controlado e à beira do intervalo, já nos descontos, na sequência de um pontapé de canto, Silva aproveitou a desatenção defensiva de Binho, seu marcador directo e fez o 2-1 para o V. Guimarães, sentenciando, naquele momento, o vencedor da partida.

No segundo tempo José Rachão colocou em campo todas as soluções ofensivas de que dispunha, porém foram os da cidade berço que acabaram por fazer o 3-1 e proporcionar aos milhares ontem presentes no estádio um final de noite em festa.
O VitóriaFC nunca se rendeu e nunca baixou os braços, é verdade que quase sempre sem a eficácia e a aquidade que lhe reconhecemos, "...mas sempre com garra a lutar até ao fim...", que é o mínimo exigível comum para todos os vitorianos.
No final aplaudimos, recolhemos cachecóis e bandeiras e viemos para baixo a pensar no próximo jogo com o Benfica e agarrados às conveniências da estatística: não seria provável vencer Braga e Guimarães 3 vezes na mesma época, da mesma forma que, como todos esperamos, não é provável, nem habitual nas minhas memórias que o Benfica fique invicto no Bonfim por mais de 3 jogos consecutivos.

Eu, tal como o Cazé, companheiro de tantas e tantas jornadas, interlocutor de inúmeras e infindáveis discussões sobre a vida do nosso amor comum, apesar de, desta vez, discordar da sua análise, partilho das mesmas preocupações e como ele também espero e sei que no Sábado, teremos um Bom...Fim.

Saudações Vitorianas
Spry

domingo, março 13, 2005

Deslocação a Águeda coroada com a vitória




Via Site Oficial do Vitória, acaba de chegar a notícia da vitória da equipa de andebol frente à Académica de Águeda por 39-29.
Depois da pálida imagem que ficou do último jogo com o Águas Santas, esta Vitória relança o Vitória na luta pelas posições do grupo da frente, colocando-nos em igualdade pontual com o Ginásio do Sul, na 6ª posição, oponente no próximo Domingo da equipa vitoriana.

Uma partida que se adivinha emotiva e bem disputada, e onde se espera novamente uma excelente casa que transforme, novamente o Antoine Velge no conhecido Inferno.

Depois de no fim de semana passado termos assistido a duas derrotas das duas principais equipas do Vitória, esta vitória do andebol deixa adivinhar que a tristeza da semana passada, seja compensada com a dobradinha este Domingo... é só ganhar em Guimarães!!!

Bem o merecíamos.

Saudações Vitorianas
Spry

quarta-feira, março 09, 2005

WHO'S NEXT?

Simplesmente... Fantástico!!!


terça-feira, março 08, 2005

Sorteio da Taça






Tal como a maioria dos adeptos preferia, uma das meias finais da Taça de portugal jogar-se-á no Bonfim.

Perante os seus apaixonados adeptos , o Vitória receberá no próximo dia 20 de Abril a equipa do Boavista e tentará classificar-se para a nona final deste glorioso clube à beira Sado nascido.

Esta é sem dúvida uma histórica oportunidade para o Vitória, trinta e dois anos depois da última presença no Jamor para disputar a final da Taça, e para a cidade de Setúbal voltar a viver uma das mais lindas festas e manifestações de que Portugal é testemunha.

Fernando Tomé, homem presente em muitas e muitas finais pelo seu Vitória, mal vê a hora de voltar a engalanar a sala de troféus do Vitória para receber, todos assim o esperamos, a terceira Taça da história do maior clube a sul do Tejo.

Saudações Vitorianas
Spry

Não deu para mais...

Consolados e reconfortados com a presença mais logo, pelas 11h00, no sorteio das meias finais da Taça de Portugal, mas tristes e desiludidos com o resultado desta noite, verificado na partida entre o Vitória e o Braga (1-4), os sócios abandonavam há pouco o Bonfim, uns refilando com treinador e Presidente, outros com o pouco empenho dos atletas, outros rendidos à superioridade da exibição bracarense resignavam-se com a justiça da vitória bracarense pela superioridade esta noite demonstrada e com a alta improbabilidade estatística de vencer três jogos consecutivos esta equipa do Braga.


José Rachão, que continua sem vencer para a SuperLiga e que vê a defesa piorar de jogo para jogo ( 0-0,1-1,2-2,3-3,1-4), foi novamente forçado a mexer na estrutura da equipa e vê-se mais vezes obrigado a alterações forçadas em 6 jogos que José Couceiro em mais de 20. Privado, por acumulação de amarelos, de Jorginho e Bruno Moraes, inovou e inventou. Devolveu, incompreensivelmente, a titularidade em jogos para a SuperLiga a Marco Tábuas, colocou Veríssimo na lateral direita e subiu Éder para a extrema direita, movendo Manuel José para o centro atrás do ponta de lança Igor. Meyong no lado esquerdo e ao meio Sandro e Puma, que substituiu Ricardo Chaves devido a lesão.

E diga-se em abono da verdade que, se o Braga marcou cedo, logo aos 7 minutos, a verdade é que antes, fruto da boa atitude inicial dos jogadores do Vitória e da construção de alguns bem delineados ataques, já o Vitória conquistara 3 pontapés de canto, que causaram frisson junto da baliza do picadinho Paulo Santos .

No minuto seguinte ao golo, o Vitória está perto da igualdade através de um bom remate de Manuel José, após excelente combinação de Igor e Bruno Ribeiro no flanco esquerdo verde e branco. Aos 15 minutos, após um pontapé de canto Auri eleva-se no coração da área e Paulo Santos in extremis agarra. Três minutos depois, na sequência de novo pontapé de canto, foi Veríssimo que, junto à marca de penalti, pontapeia forte, de pé esquerdo, mas à figura do guarda redes do Braga.
Na resposta o Braga, através de cabeçada de Jorge Luiz proporciona a Marco Tábuas a defesa da noite.
Meyon à meia hora, num bom pique, ainda assusta o Braga, mas não consegue mais que o sétimo canto para o Vitória.

Após ver o Vitória desperdiçar tantas ocasiões, João Tomás, aos 38m, esquiva-se ao offside, aparece isolado na cara de Marco Tábuas e faz o 0-2 perante a incredulidade dos adeptos da casa.

Rachão de imediato, procede à primeira substituição e retira o improvisado extremo direito ( Éder - que não escondeu o seu desagrado com a opção do técnico sadino) e coloca no seu lugar o improvisado jogador de futebol Zé Rui. Valeu pela intenção, mas o jovem cabo verdeano já há muito mostrou que não tem futebol para estas andanças.

No início da segunda parte, o Vitória entrou mais determinado, mais afoito e disposto, aparentemente, a discutir a partida e obrigar o Braga a suar as estopinhas para poder, com inteiro mérito, ocupar o 3º lugar do campeonato.
Com Pedro Oliveira, que entrara para o lugar de Veríssimo ( lesionado com alguma gravidade, na sequência de um falta não assinalada de Wender, que fez o atleta do Vitória embater com violência na cabina do quarto árbitro, provocando um traumatismo craniano com perda de conhecimento) situado no meio do terreno, retornando Manuel José à sua posição preferida de extremo direito, o Vitória foi mais perigoso e foi, pois, com naturalidade, que Manuel José depois de deixar para trás dois adversários cruza, com categoria, para a área onde surge Igor, de cabeça a reduzir para 1-2 e a entusiasmar, de novo, as bancadas do Bonfim.
Com o Bonfim a puxar a plenos pulmões pela equipa, Hugo Alcântara tem dois minutos depois o golo nos pés, mas o guardião bracarense em noite feliz, defende por instinto e frustra a grande oportunidade para o Vitória empatar.

Jesualdo Ferreira mexe na equipa, faz entrar Barroso e instantes depois, o veterano internacional português, bem ao seu jeito, na cobrança de um livre directo, desfaz as ilusões vitorianas para esta partida e atira a contar para o Braga.

A partir daqui, os jogadores do Vitória deixaram de acreditar e deixaram-se encantar e enebriar com a excelente equipa do Braga, que mais uma vez demonstrou porque está a 2 pontos do 1º lugar, tendo apresentado um futebol de elevadíssima qualidade, bastante vistoso e certamente bastante atractivo para todos quantos apreciam bom futebol.

Uma derrota que não deve, nem vai, seguramente, deixar de cabeça baixa os atletas do Vitória, que, desinspirados é certo, não lhes faltou empenho e vontade de inverter o rumo dos acontecimentos. O Braga esta noite noite foi melhor e por isso ganhou.

Para a semana há mais, em Guimarães Domingo à noite, o Vitória de setúbal pisa pela primeira vez o novo Afonso Henriques, e se se mantiver a tradição: visita aos novos estádios é sempre brindada com pontos no regresso a casa. Veremos se na próxima semana trocaremos de lugar, na classificação, com o homónimo da cidade berço.

Saudações Vitorianas
Spry

quinta-feira, março 03, 2005

E esta, hein...?

Está em festa a cidade de Setúbal e o seu Vitória, com a passagem da equipa setubalense às meias finais da Taça de Portugal , oito anos após a última presença, de má memória, em Aveiro.


Foi uma partida, deveras empolgante. Fantástica. Boas equipas, bons jogadores, futebol de ataque, treinadores experientes, resultado: GRANDE ESPECTÁCULO!!!

A partida que opôs o Sporting de Braga ao Vitória, estava rodeada de bastante expectativa: o Braga lutando pelos lugares cimeiros do campeonato e com uma das melhores equipas da prova vinha a Setúbal determinado a manter aberto o objectivo europeu via Taça de Portugal. O Vitória de Zé Rachão, que paulatinamente, com muita experiência e saber acumulado, vai serenando, apaziguando e tranquilizando os contestatários à sua contratação, vinha de uma série de 5 empates consecutivos e estava determinado em obter a primeira vitória para o novo treinador, confirmar a excelência e a categoria desta equipa e honrar e fortalecer os pergaminhos e tradições setubalenses na competição.



José Rachão fez alterações e experiências no onze inicial, que se revelaram acertadíssimas. Marco Tábuas recuperou a titularidade. Colocou Veríssimo na direita e Bruno Ribeiro ( que jogão!!! Defensivamente perfeito e corajoso, oportuno nas incursões atacantes) na esquerda. Os centrais foram Auri e Alcântara ( Erros crassos de ambos. O de Auri deu golo. O atraso inconcebível de Alcântara a Marco Tábuas não foi fatal mas podia ter sido. Ricardo Chaves ( saiu lesionado no início, foi substituído por Puma), Sandro e Manuel José constituiram o trio do meio campo, que apoiava o tridente ofensivo Meyong-Moraes-Jorginho. Os resultados não podiam ter sido melhores.


Decorriam 14 minutos, de um jogo alegre e repartido, quando o mágico Jorginho lançado na esquerda do ataque, dominando a bola de forma carinhosa e ternurenta, embala o adversário e escapa-se pela linha de fundo, veloz como uma gazela, efectua um passe de morte, para a entrada da área, onde Bruno Moraes, oportuníssimo apareceu para desviar o remate de Meyong, para o fundo das malhas e inaugurar o marcador no Bonfim.

O Vitória revelou manter uma dinâmica de jogo elevada, bom entendimento, ligação entre os sectores e muita, muita qualidade técnica dos craques vitorianos que protagonizaram excelentes momentos de futebol até ao intervalo. O Braga que criara a primeira grande oportunidade ainda antes do golo do Vitória com um excelente remate de Wender ao poste, pouco mais conseguiu assustar Marco Tábuas nos primeiros quarenta e cinco minutos.

Com o início da segunda parte, chegou o segundo golo do Vitória.
A perder por 1-0 no final do primeiro tempo, o Braga regressou ao terreno de jogo com Cesinha no lugar de Madrid e beneficiou de uma oportunidade de golo desperdiçada por João Tomás, aos 48 minutos: o ponta-de-lança recebeu a bola à entrada da pequena área e rematou para golo, mas Marco Tábuas opôs-se com uma excelente defesa. Na jogada seguinte, após uma excelente recuperação de bola à entrada da área, Puma tabela bem com Jorginho e Bruno Moraes e serve o camaronês Meyong, que não enjeitou e pontapeou, sem hipóteses para o guarda redes, para o fundo da baliza de Paulo Santos.

O Bonfim estava em festa e o público com a equipa.
Mas quem pensou que os pupilos de Jesualdo Ferreira se escusariam a discutir o que faltava de eliminatória, enganou-se redondamente. Os bracarenses lançaram-se para o ataque, assustaram-se com os venenosos contra golpes vitorianos, mas chegaram ao 2-1, após uma excelente assistência de Abel a João Tomás que, perante a passividade de Auri e Veríssimo, não teve dificuldades em colocá-la por baixo das pernas de Marco Tábuas. Faltava ainda meia hra para jogar.
O Vitória acusou o toque, tremeu e defendeu o resultado como pode até aos 75 minutos de jogo. Já com Igor perfilado para entrar na equipa do Vitória, Wender, o mágico do Braga, faz um golo monumental, sem hipóteses para Tábuas, restabelece a igualdade na eliminatória e faz de novo sonhar os adeptos do Braga.


A partir daí o que se passou foi quase inenarrável.
Muitos adeptos do Vitória, frustrados e descrentes, estado de alma que deve caracterizar as suas vidas, ao invés de apoiar a equipa até final ou de irem para casa chatear as respectivas mulheres, desataram a vaiar, apupar e insultar os atletas vitorianos. Porém, este grupo de trabalho já mostrou que tem carácter e que não se deixa abalar perante as adversidades, e apoiados pela maioria dos adeptos, felizmente, vieram para cima do Braga determinados a repor as coisas no seu devido lugar e a evitar o prolongamento que se deixava adivinhar.

Aos 80 minutos, o caso do jogo, que tanta polémica levantou no Bonfim e que suscitou um despropositado, incompetente e irresponsável comportamento das forças policiais na bancada central descoberta. Bruno Moraes, claramente marca com a mão o que seria o terceiro golo do Vitória. Árbitro e fiscal de linha, inicialmente validam o golo e posteriormente, a pedido de várias famílias, imaginaram ter visto a mão que não viram inicialmente, assinalaram o respectivo livre, amarelaram Bruno Moraes e colocaram-no fora do jogo de Segunda Feira.

A partir daqui, os adeptos com o sangue mais à flor da relva, desviaram a sua ira para o fiscal de linha, puxaram pela equipa até ao fim e, quem teve coração para aguentar, assistiram a um final electrizante, que culminou com um pontapé de Igor, que colocou fora de prova a equipa com quem ainda tem vínculo contratual, na sequência de um belíssimo túnel de Moraes ao defesa bracarense, o avançado vitoriano remata forte e colocado, Paulo Santos defende mas não agarra e no sítio certo, na hora certa, o trunfo que Rachão tinha guardado no banco, chutou para golo e colocou o Bonfim em delírio, a sonhar com a próxima presença no Jamor.

Na nossa sala de troféus , ao fundo na imagem, as Taças conquistadas em 65 e 67 aguardam há muito a companhia da terceira.

O sorteio realiza-se na próxima Terça-Feira. Se pudesse escolher o adversário, não tenho dúvidas, do leque que a esta hora ainda posso escolher, espero encontrar no Bonfim o Beira Mar de Aveiro e servir-lhes a mesma caldeirada que lá provámos, nos idos de 97/98.

Veremos... e até lá disfrutemos a efemeridade desta saborosa e importante vitória.

Viva o Vitória
Saudações Vitorianas

Spry

quarta-feira, março 02, 2005

Desabafos

É bem verdade que as actualizações deste blog não têm tido a actualidade que as boas prestações das principais equipas do Vitória têm tido, pese embora nem sempre os resultados sejam os mais adequados à produção da equipa.

A equipa de andebol é um excelente exemplo do que atrás ficou dito.

No passado Sábado, perante uma das mais fortes equipas da competição, o campeão nacional FC Porto, o Vitória realizou uma segunda parte de luxo que contudo, não foi suficiente para evitar a derrota, depois da desastrosa primeira parte em que o Porto venceu por 6 golos de diferença.
Na etapa complementar e após uma notável recuperação o Vitória chegou a cinco minutos do final da partida a vencer por um golo de diferença, porém falhas decisivas no momento final, fruto do desgaste causado por tão vertiginosa recuperação, permitiram ao Porto sair de Setúbal e do composto e entusiástico Antoine Velge ( esperemos que seja para manter esta dinâmica de excelentes asssitências) com os tão desejados 2 pontos.

Foi uma excelente partida, uma bela propaganda para a modalidade, com a emoção ao rubro, com público entusiasta e participativo e com equipas determinadas e lutando para conquistar a vitória.

No próximo Sábado pelas 18h00 o Vitória volta a jogar em casa, desta feita contra o Águas Santas, equipa que se quedou no 3º lugar do pódio da época passada.
Saibamos continuar a encher o Pavilhão e continuaremos, seguramente, até final a disputar ponto a ponto a classificação no topo do andebol do português.

Por seu lado a equipa de futebol, que hoje se prepara para tentar colocar o clube nas meias finais da Taça de Portugal e concretizar o sonho de uma geração de vitorianos, que nunca tiveram o privilégio de ver a sua equipa no palco mítico do Jamor, defrontou em Coimbra uma Académica aflita e regressou a Setúbal com mais um ponto na bagagem depois de um jogo que terminou 3-3.

Poupar-me-ei à exaustiva análise desta partida, já suficientemente escalpelizada na imprensa e nos fóruns de debate vitoriano.
José Rachão continua invicto ao serviço do Vitória, mas é opinião quse unânime, em quem viu os 4 jogos, que Rachão é demasiado cauteloso e pouco confiante nas potencialidades da equipa para assumir o controlo do jogo e a obrigação de ganhar em qualquer campo. Se, em relação a Couceiro, lhe reconheço mais capacidade e rapidez na leitura dos acontecimentos no banco, é bem verdade que Couceiro incutia um espírito no balneário, que permitia aos atletas entrar em campo para ganhar fosse contra quem fosse. Rachão mudou esta atitude e quanto a mim mal. Creio, contudo, já ter tido tempo suficiente para perceber que com este grupo e com estes profissionais o discurso tem de ser apontar baterias para cima, ganhar em todos os campos contra todos os adversários e acabar os jogos de cabeça erguida e camisola suada até à última gota, com a consciência e o sentimento de tudo se ter feito para voltar a colocar o clube na senda das competições europeias e não apenas refugiar-mo-nos no discurso dos coitadinhos e na estabilidade do Vitória na Superliga, como se tal desiderato fosse incompatível com a obtenção de um lugar numa prova da UEFA.

Esta noite, poderá vir a ser histórica, Rachão tem a oportunidade da sua carreira de pisar o Jamor, como treinador, e nós adeptos e simpatizantes do maior clube a sul do Tejo esperamos ansiosamente pelo concretizar do sonho de uma geração.

Saudações Vitorianas
Spry