Não fui capaz e não tinha razão.
Não fui capaz em tempo útil de elaborar a crónica do jogo do Vitória na Choupana, com o primor e a qualidade que a excelência da exibição dos jogadores do Vitória mereciam. Por isso não a fiz.
E felizmente que não tive razão, quando defendi a substituição na liderança da equipa técnica do Vitória após o jogo com o Benfica. Felizmente que o meu clube é gerido por gente competente, confiante e que dirige o clube de dentro para fora, sem
claudicar perante os sinais de impaciência dos contestários.
Feliz e brilhantemente vencemos na Madeira.
Hoje ao escrever estas linhas, faltam 5 jogos para o final do campeonato e a manutenção está garantida. Nem sequer valerá a pena ir aos registos cibernauticos para recordar o quanto se disse sobre o alcançar deste objectivo, ao serem conhecidos os números do orçamento e as caras que lhe deram rosto.
Escrevo-vos estas linhas consumido pela ansiedade e pelo nervosismo que antecedem a possível concretização de um dos mais antigos sonhos da minha vida de vitoriano: superar as meias finais da Taça de portugal e marcar presença, no Estádio do Jamor, na primeira final da Taça da minha vida.
Mas recapitulemos ,em traços muito genéricos, o que têm sido as últimas semanas da vida vitoriana, no seu aspecto desportivo e no que às principais equipas diz respeito.
No andebol e depois do empate em Espinho, a equipa do Vitória, ontem, recebeu e venceu a formação do Belenenses por 29-27 e a uma jornada do final, garantiu já o apuramento para a 2ª fase integrada no grupo dos seis primeiros classificados, objectivo que na época passada acabou por escapar à formação verde e branca.
Foi um jogo emotivo, que o Vitória soube controlar e gerir, ultrapassando com categoria e personalidade um adversário que complicou muito a vitória do Vitória e que chegou a assustar nos minutos finais da partida. Madeira SAD, FC Porto, ABC, Águas Santas e Vitória aguardam que a última jornada forneça o último dos clubes apurados, que será um dos seguintes: Belenenses, Ginásio do Sul e Sporting de Espinho.
Ao mesmo tempo que parabenizamos os profissionais pelo alcançar do objectivo, aguardamos entusiasmados que a segunda fase deste campeonato confirme as expectativas daqueles que, tal como eu, depositam grandes esperanças na qualidade e competência dos andebolistas vitorianos.
Tal como no andebol, o principal objectivo a que os responsáveis da SAD se propuseram no início da temporada está, neste momento, também alcançado.
Nos dois jogos que se seguiram ao Benfica, o Vitória obteve os quatro pontos e respirou, sem comemorações ou festejos banais e ridículos, com alívio e sensação de dever cumprido pelo direito adquirido a disputar a próxima edição do principal
campeonato de futebol nacional.
No Funchal, a equipa do Vitória bailou como quis e fruto da inspiração colectiva e da magia e irreverência de Jorginho e Bruno Moraes obteve um resultado folgado, justo e inteiramente merecido. Chaves, Moraes e Jorginho, assistido por Hélio, foram as caras dos golos.
Depois de José Rachão e os seus jogadores, terem ultrapassado com distinção a prova de fogo que foi o jogo na Choupana frente ao Nacional, pela primeira vez dispondo de todo o plantel disponível e onde o Vitória realizou, sem favor nenhum, um dos melhores jogos e exibições de todo o campeonato, seguiu-se-lhe, no Bonfim, um Gil Vicente que, sem nada ter feito que o justificasse, levou daqui um ponto, injustamente. O infortúnio, continua a perseguir o Vitória neste final de temporada e não permite a Rachão fazer dois jogos seguidos com o mesmo onze: ainda não tinham decorrido 90 segundos da partida frente ao Gil Vicente já Bruno Moraes, um dos pilares deste Vitória, se lesionava com tanta gravidade que o resto da época vivê-la-à recuperando da cirurgia a que já foi submetido.
Meyong, que substituiu o avançado brasileiro, desperdiçou a primeira grande penalidade ao serviço do Vitória e todos os remates dos dianteiros sadinos viram o mar de pernas dos defesas minhotos susterem com maior ou menor dificuldade as diversas tentativas ,dos comandados de Rachão, em inaugurar o marcador.
Ontem, a equipa do Vitória, em vésperas da recepção ao Boavista, que pode marcar a história do clube dos últimos trinta anos, visitou pela primeira vez o Estádio do Dragão e com uma equipa desprovida, não tanto como eu a poria, de alguns dos habituais titulares, ainda deu para incomodar o adversário, inaugurar o marcador, deixar os campeões do mundo nervosos e ansiosos até final e sobretudo para honrar e dignificar a camisola e o emblema do Vitória.
O resultado de 2-1 favorável ao Porto traduz a superioridade da equipa azul e branca mas, estou convencido, que sem a ajuda do árbitro, Couceiro e o seu Porto teriam de ir buscar três pontos a outro campo. Meyong, assistido por Pedro Oliveira, faz o primeiro e mais bonito golo da partida, meio milímetro fora de jogo. O fiscal de linha, que de certeza absoluta teve dúvidas ( eu em slow-motion creio até, que o lance é legal), fez aquilo a que as regras o obrigam, beneficiou o ataque. Alguém já explicou isto ao treinador do Porto?
Lamentável que o ex-treinador do Vitória, depois de um jogo em que é objectiva e descaradamente beneficiado pelo árbitro, inicie a sua conferência de imprensa com críticas ao juiz.
Compreendo que é um profissional, que tem de defender a instituição que representa, tem de atirar a pressão para cima dos outros, entendo tudo isso. Porém não creio que para defender os seus interesses e os da sua entidade patronal precise de
atingir e injustiçar quem sempre o respeitou, admirou e o elogia. Pode ter sido muito bom quando cá esteve e foi, deixou saudades e portas abertas, mas depois destas declarações faço-lhe um traço por cima.
É pois num clima de serenidade competitiva, no que ao campeonato diz respeito, que a cidade e o clube se preparam para receber a primeira meia final da Taça no Bonfim em 30 anos.
Saibamos todos ter a inteligência e o sentido de vitorianismo apurados e seguramente que no final da época no Jamor estaremos orgulhosos e agradecidos a quem nos proporcionará o concretizar do sonho de uma geração.
Saudações Vitorianas
Spry
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