terça-feira, novembro 30, 2004

Ainda não foi desta....




A noite de ontem no Bonfim, que se previa de fortes emoções, saldou-se por uma cinzentona vitória da pior equipa em campo, o Futebol Clube do Porto.

No momento em que vos escrevo estas linhas os sentimentos que me assolam são ainda bastante contraditórios e difusos quanto à melhor forma de ilustrar e retratar a partida de ontem à noite.

Se por um lado, independentemente do poderio do adversário, sou obrigado,ainda que a contra gosto, a questionar algumas das opções de José Couceiro, nomeadamente a inclusão de Ribeiro em detrimento de Nandinho que vinha sendo um dos mais regulares elementos da equipa do Vitória. Se o jeito de Ribeiro para dar entrevistas inconvenientes e destabilizadoras fosse o mesmo que para jogar futebol talvez o resultado ontem pudesse ter sido diferente.
José Couceiro erra também, descarada e incompreensivelmente, no meu modesto entendimento, ao apostar contínua e sucessivamente no extremo esquerdo benfiquista Zé Rui: uma perfeita nulidade - falta de lucidez ofensiva, pouca capacidade defensiva, demasiado individualista, inconsequente e limitado tecnicamente. A seu favor alguma irreverência típica da juventude e velocidade bastante elevada. Dadas as alternativas existentes no plantel não se compreende de forma nenhuma a insistência de Zé Couceiro neste jogador, a não ser que este jogador tenha alguma cláusula no contrato que lhe garanta 60 minutos por jornada.

Feitos os principais reparos à equipa do Vitória e às opções de José Couceiro e já visto e revisto o jogo, ao vivo e na tv, já devidamente analisadas as diversas crónicas desta partida, donde quem as lê conclui que o Porto fez um jogão em Setúbal, porque sofreu, porque se uniu, porque perante a adversidade de ver o "Bicho" expulso ainda antes do intervalo conseguiu segurar a vantagem, porque mostrou fibra de "campeão", a verdade é que, apesar de concordar que assim é que se ganham campeonatos e reconhecer a incapacidade e impotência ontem demonstradas pelo Vitória de marcar um golo, não posso deixar de sorrir ironicamente quando recordo as crónicas e as críticas às exibições da equipa setubalense no último ano em que, comandada pelo actual adjunto Carlos Cardoso, se qualificou para as competições europeias há 5 anos. Recorde-se como exemplo o resultado obtido em Alvalade ( 0-0 ), numa partida onde o Vitória foi crucificado, pelos opinion makers por ter assumido uma postura idêntica à do FCP de ontem.

Se nós, vitorianos, estamos desiludidos com o resultado de ontem, e estamos, sou contudo, de opinião que devemos estar também orgulhosos com a prestação da equipa do Vitória, pois também demonstrou ser uma equipa unida, coesa, com grande carácter e enorme personalidade. Se retivermos como dados, que os sadinos são o plantel mais barato da SuperLiga e que o porto para além de ter a mais cara equipa de Portugal é actualmente o campeão nacional e europeu em título, quando analisamos os números da partida do Bonfim ( VFC - 50 ataques FCP- 19; 53% de posse de bola para o Vitória contra 47% do Porto, 15 remates dos sadinos contra 12 dos portistas) não podemos deixar de concluir que os comandados de Couceiro se mais não fizeram foi por que não foi possível.

Foi uma partida com duas partes distintas. Na primeira o Porto conseguiu, a espaços, dar um ar da sua graça. Ao mesmo tempo que os defesas nortenhos se ocupavam de anular as investidas perigosas de Jorginho, Igor e Manuel José, os seus criativos, sobretudo Quaresma chegaram a causar pânico na defensiva de Marco Tábuas. Decorria metade da primeira parte quando, na sequência de uma falta não assinalada pelo árbitro contra o Porto, o Vitória cede canto. Na pequena área, solto de marcação, Jorge Costa respondeu sim ao canto de Diego e inaugurou e sentenciou o marcador.
O Porto mais retraído continuou, de quando em vez, a subir com perigo, mas Marco Tábuas chegou para as encomendas. Aos 42 minutos Jorge Costa é bem expulso, após canalhamente ter pontapeado Jorginho e até ao intervalo o Vitória sufocou o atarantado Porto de Fernandéz com lances rápidos e bem delineados que nunca tiveram o acertado desfecho por parte dos jogadores do Vitória.

A segunda parte foi, em minha opinião, uma vergonha para quem gosta de futebol e para quem legitimamente exigia que no mínimo, o Porto procurasse jogar futebol com o recém promovido Vitória. Porém aquilo a que assitimos ( substituição de Quaresma por Pepe) foi pura e simplesmente ao abdicar de jogar à bola por parte do Porto e ao total controlo da partida por parte do Vitória.
Só que a equipa do FCP revelou ser quase inultrapassável para o conjunto vitoriano, que dominou por inteiro os acontecimentos, não se lançando desesperadamente nos chuveirinhos para a área, antes procurando jogar um futebol bem desenhado, com a bola pelo chão a circular por todos os jogadores, de modo a procurar os espaços, sobretudo pelos flancos, que abririam caminho para as redes defendidas por Nuno Espírito Santo.
A verdade é que ontem o Vitória não teve nem a felicidade, nem a arte suficientes para encontrar esses espaços e empatar o jogo, para posteriormente o poder ganhar. A verdade é que o guarda redes do Porto pouco trabalho teve e na única oportunidade em que Meyong, superiormente desmarcado por Manuel José, iria rematar isolado na cara do golo, sofre falta na grande área e o árbitro não viu. Teria sido o empate que, em meu entender teria permitido ao Vitória ainda poder ganhar o jogo e impedir um resultado injusto.

Este Vitória, quando os Searas e afins já adivinham a perda de fulgor da equipa setubalense, mantém intocáveis e inalteráveis os predicados que o têm feito como equipa sensação do campeonato e vai, tenho a certeza, continuar a espalhar magia pelos relvados nacionais e obter uma classificação final que fará deste Vitória um case study do futebol europeu.

Saudações Vitorianas
Spry

segunda-feira, novembro 29, 2004

Vitória - Porto. O 1º lugar à distância de uma vitória




Esta noite o Vitória de Setúbal recebe no Bonfim o todo poderoso campeão europeu, Futebol Clube do Porto e prepara mais uma surpresa no Campeonato.
Surpresa porque, por muito cientes que estejamos do valor da equipa do Vitória, não podemos deixar de considerar uma surpresa se o Vitória alcançar logo mais a liderança da SuperLiga, ao fim de 12 jornadas.
Surpresa porque por excelente que esteja a ser o momento da equipa do Vitória e por menos bom que esteja a ser o actual momento da equipa do Porto, não podemos deixar de levar em linha de conta que vencer o Porto no Bonfim é algo que não acontece há mais de 20 anos, e algo que eu próprio não me recordo de ter vivido.
Surpresa será, pois não pode ser considerado normal que o F.C.Porto tenha duas derrotas consecutivas para a SuperLiga, ainda por cima vendo o seu opositor ultrapassá-lo e instalar-se na liderança da SuperLiga. Mais surpreendente será, quando o opositor, neste caso o Vitória é o plantel com o mais baixo orçamento dos 18 que disputam a prova maior do futebol nacional.

Pelo facto de recebermos em Setúbal o campeão europeu, pelas circusntâncias que podem colocar o Vitória, em caso de vitória, novamente como líder do campeonato, pelo que a equipa tem realizado até aqui e sobretudo, depois da derrota "ccirurgica" e muito injusta em Barcelos, o público vitoriano tem razões para estar feliz, tem razões para preencher e encher o Bonfim, tem razões, mais que nunca, para aplaudir e incentivar a sua equipa até ao apito final de Hélio Santos.

Vamos jogar para vencer, independentemente do valor e do poderio do adversário, pois foi com espírito ganhador, cabeça levantada, confiança a rodos e respeito pelos adversários, sejam eles quais forem, que o Vitória escreveu no passado as páginas douradas do seu rico historial.
O Vitória conta com o apoio do público e os adeptos, como sempre, nestas alturas não são de regatear esforços.

Força Vitória!!!
Nunca estarás sózinho!!!
Spry

domingo, novembro 28, 2004

Novo site já on-line

Mais de um ano depois do então Presidente Jorge Goes ter ordenado o fecho do antigo site oficial do clube, depois de muito se ter especulado, depois de muito se ter criticado, finalmente o Vitória já tem um novo site oficial na Internet.

Após tanto tempo de interregno, é seguramente com muita alegria e satisfação que todos os vitorianos assistem ao nascimento de uma nova página que, estou certo, enche de orgulho todos os vitorianos.

Esperemos que seja de facto um local de referência e um espaço onde nos possamos habituar a recolher em primeira mão as novidades do dia a dia vitoriano. Se assim for o sucesso está garantido.

O novo site pode ser consultado em: http://vfc.pt

Spry

sábado, novembro 27, 2004



Como vem sendo tradição nos últimos anos, o Vitória de Setúbal assinalou a comemoração do 94º aniversário, com um mega jantar realizado no Pavilhão Antoine Velge, onde compareceram mais de 1000 associados.
A reportagem completa do evento pode ser lida aqui.

Destaques:
-emoção a rodos com a difusão das imagens, na evocação da memória de Jota Jota por parte de Tomé e antigos companheiros presentes, da final da Taça de 1967 em que o Vitória de Jacinto João levou de vencida a Académica de Coimbra.


-Exposição da maquete da futura estátua de Jota Jota
-Entrega dos emblemas de 25 e 50 anos de associados, um momento importantíssimo e muito ansiado na vida de qualquer vitoriano.
-Homenagens justíssimas a António Morais e Manuel Manita.
- Presença do sócio nº1, antigo funcionário do clube, Sr. Tavares da Silva.
-Anúncio do Presidente da autarquia da abertura de um dossiê que tem em vista a construção de um "Centro de Estágio", na Quinta de S. Paulo, estrutura fundamental para o crescimento de um Vitória cada vez mais moderno, mais atractivo e capaz de gerar meios que lhe permitam a sustentabilidade por muitos e longos anos de vida.



-Mensagem de esperança e ao mesmo tempo de aviso à navegação por parte do Presidente do Vitória. Chumbita Nunes fez eco do bom trabalho que , em sua opinião, até aqui tem sido feito e alertou para os perigos de quem agora, quando o Vitória começa a estar apetecível para oportunistas, espreita e pretende palacianamente tomar o poder.
Confesso que o discurso do Presidente teve nuances bastante estranhas e perturbadoras, que me deixaram convencido de que algo de menos positivo estará para acontecer no seio dos orgãos sociais. Vamos esperar pelos próximos dias.




Para o ano há mais.
Saudações Vitorianas
Spry

quinta-feira, novembro 25, 2004

O aniversário era do Vitória mas a "prenda" ficou em Barcelos!



Foram precisas 11 jornadas, para assistirmos ao primeiro escândalo de arbitragem em jogos do Vitória. Motivada pela nossa excelente classificação, pelo facto de podermos alcançar de novo o 1º lugar, ou simplesmente por manifesto azar e infelicidade do árbitro e sobretudo dos seus assistentes, transformou-se, no passado Domingo em Barcelos, um resultado favorável de 2-1 para o Vitória, numa derrota por 2-1.

Foi frustrante porque apesar da excelente prestação da formação gilista o Vitória em nada foi inferior. É certo que a exibição do Vitória não teve a chama de outras tardes, fundamentalmente pela desispiração de 3 dos principais elementos de José Couceiro ( Jorginho, Zé Rui e Meyong), mas também é verdade que o Vitória realizou uma exibição agradável, de futebol bem delineado, com a equipa a apresentar índices de confiança e de serenidade bastante elevados e que, pese embora a desinspiração anormal dos homens da frente até chegou/ava para ganhar o jogo, se a equipa de arbitragem tivesse desempenhado bem o seu trabalho. Assim não aconteceu e o grande prejudicado foi o Vitória que se viu impedido de, em plenas comemorações de aniversário, assumir novamente a liderança da SuperLiga.

Destaques da tarde em Barcelos:


-Exibição soberba de Manuel José - Incansável no ataque, abnegado e inultrapassável na defesa e ainda marcou de livre directo com a classe e a subtileza a que já nos habituou


-O melhor jogo de Veríssimo ao serviço do Vitória - Uma exibição muito segura de grande categoria. Foi o pilar da defesa sadina.

- Incompreensível insistência de Zé Couceiro em dar horas de jogo a Zé Rui, extremo esquerdo ex-Alverca, contratualmente ligado ao Benfica. As exibições trapalhonas, carecidas de visão de jogo, capacidade táctica e espírito de sacrifício, fazem perguntar se este jovem, que prometeu bastante na pré-época, tem contrato para ser titular? Se juntarmos a tudo isto as insistentes e repetidas vezes em que o lemos ou ouvimos dizer que quer ir para o Benfica, apetece mesmo dizer: e já não deveria ter ido...?

- Incompreensível insistência de José Couceiro em, apesar de todas as qualidades de Meyong e de tudo o que tem feito, não apostar em Bruno Moraes que é clara, notória e francamente melhor jogador do que o ponta de lança camaronês.

- Num momento em que no seio das claques do Vitória (VIII Exército e Ultras Furacões Sadinos) se estuda a possibilidade de fusão, foi curioso e caracterizador da verdadeira força do Vitória, constatar que eram muitos, muitos mais os adeptos vitorianos que não eram de nenhuma das claques, do que a soma dos elementos destas.
É a esta massa de vitorianos anónimos desorganizadamente organizados que um dia João Lúcio baptizou de VIII Exército, é este movimento ímpar em Portugal que faz do Vitória o único clube do país que tem 500 elementos não afectos a nenhuma claque organizada a percorrerem num só dia quase 1000 Km atrás de um emblema.

Em final de programa das comemorações sadinas, no próxima Segunda Feira dia 29, o Bonfim quase 20 anos depois recebe novamente o campeão europeu.
Façamos deste jogo uma festa, divertamo-nos e esperemos que a prenda desta vez fique em casa.

Saudações Vitorianas
Spry

sábado, novembro 20, 2004

Muitos Parabéns Vitória Futebol Clube

Seja no Bonfim,
na Luz,
em Roma,
ou no Algarve,

os adeptos do Vitória nunca deixam o seu clube sózinho e são para todo o país e para a toda a comunidade o exemplo vivo de que se existem adeptos incessante e incansavelmente dedicados, devotos e apaixonados, são os adeptos do Vitória de Setúbal que desde sempre foram e continuam a ser uma referência.


Hoje está de Parabéns o Vitória e está de Parabéns toda a cidade que comemora com entusiasmo o nascimento do seu maior embaixador.




Feliz 94º aniversário ao Vitória de Setúbal e a todos os vitorianos!


Que todos os vitorianos saibam honrar, respeitar e perpetuar na memória os 94 bonitos anos de história deste emblemático clube, permitindo que o futuro seja sinónimo de ainda maior glória e de muitos êxitos desportivos nas hostes sadinas, são os meus sinceros votos neste dia tão especial.

Viva os 94 anos do Vitória, Viva o testemunho que deixamos às gerações vindouras, Viva o futuro sorridente, que todos queremos para o Vitória Futebol Clube!


Viva o Vitória
Saudações Vitorianas
Spry

terça-feira, novembro 16, 2004



Ambição, querer, confiança e serenidade adivinham-se neste olhar de José Couceiro.
Todos estes atributos se fazem notar neste Vitória de Couceiro, todos estes atributos foram fundamentais para vencer o Nacional no passado Sábado.



Esta equipa respira saúde e a exibição contra o 4º da época passada, é certo que sem o fulgor então apresentado, com uma exibição categórica e um triunfo indiscutível que permite ao Vitória isolar-se no 3º posto, colado aos da frente, são disso a prova cabal.



José Couceiro regressou ao esquema que tem utilizado ao longo da época, cuja excepção foi a recente visita ao Estádio da Luz, e que muitas alegrias tem dado aos adeptos e à cidade.
O Vitória entrou na partida destemido e determinado a marcar golos, a jogar no meio campo adversário e a remeter os alvi-negros à defesa. Porém este espírito temerário e ambicioso, nunca se converteu, pelo menos para os atletas, em desespero, falta de lucidez e serenidade com o avançar do relógio e com o festival de golos falhados. Na verdade as sucessivas deambulações e incursões atacantes quer de Sandro ( o verdadeiro pilar e motor da equipa), Jorginho, Manuel José ou Meyong geralmente terminavam com claríssimas ocasiões de golo ora defendidas por Hilário, ora escandalosamente desperdiçadas pelo camaronês Meyong, particularmente infeliz nesta tarde de Sábado. Até a barra foi violentamente alvejada por uma bola magnificamente pontapeada pelo brasileiro Éder a uns bons 30 metros da baliza.


O público vitoriano está deliciado com a campanha da sua equipa e com as exibições que esta tem produzido. E deliciado chegou, apesar do nulo ao intervalo com o futebol, a atitude e categoria apresentadas.
Iniciada a segunda parte a tónica manteve-se e perante a incapacidade e inoperancia nacionalistas não teve o Vitória outra alternativa que não a busca incessante pela triunfo até final. Incessante, mas de forma muito paciente, serena e inteligente, nunca se enervando, nunca esmorecendo, nunca deixando de acreditar. Mesmo quando o público perdeu a paciência por um lado com a má exibição de Zé Rui e com a falta de pontaria e sobretudo, por que não dizê-lo, com a apatia de Meyong, mesmo nesses momentos a equipa respondeu com tranquilidade e José Couceiro, ainda que, em minha opinião, tarde mexeu e bem na equipa substituindo estes dois jogadores pelos dois que foram responsáveis pela jogada do golo vitorioso, Igor e Bruno Moraes.



Revelando toda a sua classe e talento, o jovem que a Juventus e o Milan perderam para o Porto de Mourinho, construiu o golo que deu o triunfo ao Vitória. Rapidíssimo, desembaraçou-se de forma espectacular de dois defesas que se lhe depararam, foi feliz no ressalto e centrou de pé esquerdo, com conta peso e medida para o coração da área onde o recém entrado Igor apareceu e de primeira fuzilou a baliza de Hilário para gáudio dos 5 mil presentes no Bonfim.
O ultimo quarto de hora da partida foi deveras alucinante.
Confrontados com a dura realidade os nacionalistas lançaram-se deseperadamente e de forma muito pouco esclarecida para o ataque e com isso abriram inúmeros espaços que os criativos do Vitória aproveitavam para desferir contra-ataques mirabolantes que só não dilataram o marcador por manifesta infelicidade dos avançados do Vitória.
Marco Tábuas chegou para as encomendas da Madeira e permitiu ao Vitória somar mais três pontos importantes para a rápida obtenção dos pontos necessários para a manutenção entre os maiores do nosso futebol.
Nas vésperas do aniversário do VFC, pelo até aqui alcançado estão todos de Parabéns.
Viva o Vitória
Spry

quinta-feira, novembro 11, 2004

No Sábado, vamos invadir o Bonfim!!!



Foi bonita a forma como foi vivida em Setúbal a semana que antecedeu o esperado confronto dos líderes.
Foi bonita a forma como os setubalenses e vitorianos se entusiasmaram de novo com o seu Vitória.
Foi bonita a mobilização conseguida pelos adeptos do Vitória de Setúbal na visita à nova Luz, novamente, 31 anos depois, no 1º lugar.
Foi bonita a festa da comunidade vitoriana nas imediações da Luz.
Foi bonita a galvanização e o enternecedor e emocionante apoio transmitido aos jogadores do Vitória durante todo o jogo.
Foi bonita a atitude de José Couceiro, que quis mostrar ao país, que não se chama Peseiro,e que mais vale levar 4 e jogar de peito aberto, ao ataque do que levar 3 e jogar para não perder.
Foi arreigada e demasiado forte para este Vitória, a dinâmica do Benfica de Trapattoni.
Faltam 7 vitórias para atingir o objectivo primordial.
Faltam 7 vitórias o mais depressa possível, para redefinirmos metas e ambições.
Faltam 7 vitórias urgentes, para o início do viver de um sonho ainda mais bonito.
Vamos começar já com o Nacional no próximo Sábado.
Não és grande Vitória, és Enorme!!!!

Saudações Vitorianas
Spry

Sorteio da Taça



O sorteio da Taça de Portugal realizado esta semana, ditou o reeditar de um velho clássico do futebol português: Académico de Viseu- Vitória F.C.
Uma partida que se antevê de cariz de dificuldade elevado para os comandados de José Couceiro, que defrontarão um clube experiente, com jogadores muito experientes e que, apesar de duas divisões inferiores, quererão certamente voltar a viver tardes de glória como antigamente.
À atenção de Couceiro.

Saudações Desportivas
Spry

Um artigo de excelência



Numa semana vivida na ressaca do clássico de Domingo na Luz, descobri num jornal ABOLA desta semana um comentário digno de nota, destaque e respectiva difusão por todos os meios da comunidade vitoriana, até porque foi escrito por um dos maiores jornalistas portugueses de sempre, um dos poucos ainda vivo, falo-vos do gigante Homero Serpa
Por entender que a qualidade do artigo, o carinho e encanto com que fala no Vitória, assim o justificam, não podia deixar de aqui o transcrever.
Divirtam-se:

A outra novidade futebolística é muito mais agradável. Trata-se da excelente carreira do Vitória FC, mais popularmente Vitória de Setúbal, com brazão destacado no armorial do futebol português, pioneiro do jogo da bola em Portugal, digno parceiro das equipas que disputavam o Campeonato de Lisboa, um clube interessante. Nunca ouvi a ninguém de Setúbal reivindicar o estatuto do 4.º maior clube nacional, e isto quer dizer que os setubalenses não caem em frases parolas, sem nexo, e que até caracterizam com óbvia ausência de personalidade quem as repete. Cada clube tem a sua identidade, o seu passado, o seu presente e terá o seu futuro, parece-me sintoma de inferioridade essa história do quarto clube porque as associações não se medem pelos resultados dos jogos de futebol, medir-se-ão muito mais pela expressão do seu eclectismo e projecção do nome pelo País e pelo Mundo. Mas nada disto perturba o Vitória. Falando de futebol, a velha glória chamou a si a fulgurância das exibições e dos resultados, dá gosto vê-la jogar, as coisas podem, no terreno, sair-lhes bem ou menos bem, mas o Vitória tem um estilo, tem aquilo que, há algum tempo, os especialistas consideravam o fio de jogo. Fez-me recordar o Vitória do Fernando Vaz, depois do Pedroto, um futebol rendado, enleante, que eu vi nascer no Campo dos Arcos e depois viver no Bonfim. Assisti a grandes espectáculos proporcionados pelos vitorianos e, obviamente, aos percalços que o impediram de chegar ao título nacional, apesar de ser a melhor equipa. Fixei os nomes dos seus futebolistas, entre eles o inconfundível Jacinto João, acompanhei a equipa em digressões pela Europa, África e América, era uma máquina de produzir um futebol suave, harmonioso, empolgante. Muitas vezes, tive ocasião de felicitar o João Lúcio porque no companheiro de décadas e de excursões, prestigiado correspondente de A BOLA em Setúbal, também via um dos obreiros da formação das equipas setubalenses. É o herdeiro desses tempos inolvidáveis que está em campo, independentemente do que possa fazer no Campeonato, em termos de classificação, arrisco a presciência de que continuará a ser um conjunto que do futebol é capaz de fazer um espectáculo delicioso.


Saudações Vitorianas
Spry

terça-feira, novembro 02, 2004

Para ti, Jacinto João



O Vitória de Setúbal, enlutado pela morte do seu mais carismático e emblemático jogador de sempre, recebeu e venceu a noite passada o sua homónimo de Guimarães, por 1-0 e colocou o nome da cidade do rio azul no topo da classificação do campeonato português.

O público vitoriano acorreu em massa para fazer a última despedida ao maior ídolo de sempre do mundo vitoriano e ajudar a equipa a ganhar e a dedicar a liderança do campeonato, ainda que por uma semana, ao Príncipe da perna torta.
O minuto de silêncio transformou-se num sentido e emocionado explodir de aplausos, que pela última vez iam direitinhos para JJ, no mesmo estádio onde outrora rabiava e baralhava adversários, e encantava toda uma cidade e um país.

Com uma atmosfera e um ambiente fantásticos no Bonfim, o Vitória setubalense entrou decidido a fazer História e como nos tempos do JJ, jogou e encantou.
O Vitória realizou uma primeira parte de grande classe, demonstrando elevada personalidade, sendo que a primeira meia hora constituiu um verdadeiro vendaval de futebol ofensivo que não deixou o Guimarães respirar.

Com o mesmo onze de sempre, este Vitória de Zé Couceiro só não foi para o intervalo a ganhar por 2 ou 3 bolas de diferença por manifesta infelicidade e mérito para Palatsi. Jorginho esteve como quase sempre: genial. Foi um autêntico quebra-cabeças para os minhotos, que o massacraram com faltas feias, e por 2 oportunidades não marcou porque a bola saiu a rasar os postes.

Depois de uma primeira parte espectacular, que confirmou a excelente imagem que o Vitória tem deixado por esse país fora, os Vitórias jogaram uma segunda parte menos espectacular, mas mais viril, mais disputada e muito mais emotiva.

Depois da entrada de Marco Ferreira, muito assobiado no Bonfim, que trouxe alguma agressividade aos de Guimarães, ainda na primeira parte, José Couceiro apenas respondeu aos 65 com a saída de Éder e a entrada de Igor. E foi uma substituição que se revelaria acertadíssima, pois o brasileiro entrou, como já nos habituou, muito bem e foi decisivo no lance mais importante do jogo.

Quando os sócios do Vitória já desesperavam com o 0-0, com o relógio que teimava em correr e com os jogadores do Guimarães constantemente no chão, Igor vai à linha de fundo e salva uma bola que parecia perdida, centrando-a para a àrea onde um defesa a alivia para a frente, justamente para a zona onde aparece o franzino Ricardo Chaves, que pelo segundo jogo consecutivo, desfere um pontapé violento, desta feita com o pé canhoto ( o direito), com tal violência que o esférico só parou no fundo das malhas à guarda de Palatsi, depois de ainda ter batido num defesa.

O Bonfim quase que vinha a baixo. Os milhares que se deslocaram ao estádio explodiram de alegria e viam premiado e retribuído, o apoio e carinho que ao longo de 80 minutos transmitiam à sua equipa.
Diga-se que até final foi emoção a rodos, ora o Guimarães que bombeava bolas para a área sadina na esperança de ter sorte e que foi conquistando alguns cantos, ora o Vitória de Setúbal que desferia venenosos e quase letais contra ataques que Jorginho e Manuel José, escandalosamente não converteram.

Quando o ábitro Nuno Almeida apitou pela última vez, nas bancadas milhares abraçavam-se, vitoriavam os atletas e comemoraram um feito que não se via no Bonfim há mais de 30 anos. Desde os tempos de Jota Jota...

Na semana que antecede a primeira visita do Vitória à nova Luz, o primeiro lugar é sem dúvida uma bonita forma que o Vitória encontrou para homenagear o seu Rei.

Spry

Poema ao JJ

Mais uma bonita homenagem que o Miguel, "rebelde" poeta setubalense, resolveu fazer ao já saudoso Príncipe do Sado:

No dia 29 de Outubro
Setúbal acordou a chorar,
Ao saber que desaparecera
Quem em tempos, nos fez vibrar

Os seus dribles serpentinos
E as simulações magistrais,
Fizeram levantar Estádios
Portugueses e Mundiais...

Com o 11 na camisola
E um pé esquerdo estonteante,
J.J. foi a figura
De uma equipa entusiasmante

Dava pena ver defesas
Arrastarem-se pelo chão,
Sempre que tinham pla frente
O Enorme Jacinto João !!!

Onde quer que tu te encontres,
Ficarás sempre na História
Esta cidade agradece-te
O que fizeste pelo Vitória !!!

Obrigado Jota !!!

Miguel Aleixo (O Poeta Rebelde)