sexta-feira, abril 30, 2004

Não deixa de me surpreender cada vez mais, a forma como o Vitória é analisado, debatido e criticado em certos meios da sociedade setubalense.

Independentemente do partido, clube ou ideologia de cada um, e da legítima posição individual que cada um de nós tenhamos relativamente à promiscuidade, ao conluio e à pouca vergonha que são as relações entre autarquias e clubes e à forma cínica e hipócrita como os profissionais da política se aproveitam ou tentam aproveitar dos êxitos das equipas de futebol, não deixa de ser estranho, com tantas e tantas razões de queixa que os setubalenses têm, relativamente à pouca visibilidade e crescente diminuição de "peso" institucional da sua cidade no panorama nacional, que algumas pessoas, presumo que setubalenses, imbuídos de uma fúria e de uma raiva talvez parecida com a dos que no pós-Revolução ( com R), queriam aniquilar o clube, aproveitem boas notícias para o clube, e consequentemente também para a cidade, para dispararem com alarvidades, disparates e demagogia bacoca à moda do Paulinho das Feiras, contestarem uma das coisas que ainda vai contribuindo para levantar a nossa auto-estima e o orgulho em ser setubalense: O Glorioso Vitória Futebol Clube.

Sem dúvida fantástico este lindíssimo " Esta ansiedade que nos consome". Bravo Candeia e a resposta está dada.

De carro, a pé ou de bicicleta, Domingo lá estaremos.
Spry

quarta-feira, abril 28, 2004

"A 180 minutos do nosso lugar"

Vitoriano nasceu para sofrer. Era esta a frase mais ouvida no passado Domingo, no final da partida que opôs o Vitória sadino ao Sporting serrano. Defrontavam-se no
Bonfim o 3º e o último da classificação e uma vez mais a vitória aconteceu, não sem que a massa adepta tivesse de superar mais um valente susto.

Com o mesmo onze dos últimos jogos, que tão boa conta tem dado do recado, o
Vitória apostava tudo na vitória e na eventual subida, em caso de escorregadela do Varzim.
Assim não quis o destino, adiando por uma? semana a subida de divisão e a tão esperada e ansiada festa da dedicada massa associativa do Vitória. O Vitória venceu, com uma exibição pouco vistosa mas eficaz e o Varzim também logrou alcançar os 3 pontos, deixando os adeptos vitorianos a suspirar durante mais 8 dias.

A exibição da equipa vitoriana, ao contrário do que tem sucedido na maioria das vezes, não foi de encher o olho, não foi como a "Ópera" da semana passada, mas foi de garra, de sofrimento e de querer. A formação do Covilhã veio a Setúbal vender cara a derrota e como se não lhes fosse suficiente passar todo o jogo com 11 jogadores atrás da linha da bola, ainda tiveram a felicidade de, no único remate de todo o jogo, inaugurarem o marcador à passagem do quarto de hora, gelando o Estádio do Bonfim, numa tarde de sol abrasador.
Rui Andrade, num felicíssimo pontapé de ressaca, a uns bons 30 metros da baliza, iludiu Tigrão e colocou o já despromovido Sporting da Covilhã a vencer em casa do histórico Vitória.
Depois do 2-0 na Serra, alguns fantasmas pairaram, mas o dedicado incentivo das bancadas e a excelente saúde mental dos atletas do Vitória nunca permitiram duvidar que a vitória, cedo ou tarde, sorrisse aos sadinos.
O Vitória não se atrapalhou, os adeptos gritaram ainda mais pela equipa, os jogadores mantiveram-se serenos e a vitória acabou por surgir com toda a naturalidade.

Depois do 0-1, o vendaval de futebol de ataque só amainou depois de Meyong inventar o golo da igualdade, aos 35 minutos da etapa inicial.

A segunda parte trouxe Pascal e o Vitória na busca da reviravolta no marcador, que viria a acontecer, após um par de oportunidades desperdiçadas pelo nigeriano Pascal, por Zé Pedro, num fulminante pontapé após preciosa abertura de Jorginho.
Explodiram os adeptos, com alívio e sentida alegria. Zé Pedro, emprestado pelo Boavista, volta a ser determinante em mais uma partida onde a maestria de Hélio e o envolvente futebol do craque Jorginho voltaram a deliciar os que se deslocaram ao Bonfim.
De Chaves, um par de minutos antes, chegava a notícia do golo poveiro obtido por Costé e sabia-se, no Bonfim, que a festa fora adiada, pelo menos, uma semana.

No final, o composto Estádio do Bonfim despediu-se calorosa e efusivamente dos seus atletas, marcando encontro para dali a 8 dias na simpática Figueira da Foz, para uma vez mais, termos a possibilidade de celebrar uma subida de divisão, com a Naval 1º de Maio. Do Aprígio...

Saudações Vitorianas
Spry

quinta-feira, abril 22, 2004

Memórias

Pressionado por uns, desencorajado por outros, volto hoje a escrever neste blog que ajudei a fundar.
Tenho sido um leitor assiduo, mas a falta de tempo e motivação têm sido maiores do que a vontade em aqui voltar a escrever. Mas quiçá, a imagem de um qualquer major a fumar o seu charuto por detrás da porta de um tribunal deste Portugal, foi o estimulo que precisava.
O tema que vou focar hoje, para variar, é o VITÓRIA.
Quando penso no meu VITÓRIA lembro-me logo de Jorge Gomes, brasileiro, se a memória não me falha foi o primeiro estrangeiro a jogar no Benfica, cabeleira farta e estilo de ponta de lança alto e espadaudo mas moreno, por outras palavras posso descreve-lo como um cepo, que posteriormente viria a jogar no SC Braga. Muitos estarão agora a opinar sobre a minha sanidade mental, que diga-se em abono da verdade já ter passado por melhores dias, mas poucos saberão que o primeiro jogo que tive a honra de assistir no belissimo e afamado Estádio do Bonfim, foi um inesquecível VITÓRIA versus SC Braga, que diga-se em abono da verdade, que a unica coisa que me consigo recordar é dessa abécula do Jorge Gomes.
A verdade é esta.
Allison

segunda-feira, abril 19, 2004

Tarde de gala

Passo de gigante na caminhada para a tão ambicionada SuperLiga, foi o dado na tarde de ontem, em Matosinhos, frente ao Salgueiros. O Vitória fez uma das melhores exibições da época e esmagou o Salgueiros com uns expressivos 4-0.

Respira saúde este Vitória em final de época. Depois do abanão psicológico, causado com a derrota caseira com o Aves, a equipa de Carlos Carvalhal responde com 3 vitórias consecutivas, categóricas e indiscutíveis.
Coincidência, ou talvez não, este excelente momento da equipa coincide com o regresso de Hélio à titularidade, cujos números dão que pensar: 11 golos marcados e 2 sofridos!

Na tarde primaveril do Estádio do Mar, o Vitória cedo revelou as suas intenções, acercando-se sempre com perigo junto da baliza salgueirista, fruto de venenosos contra ataques quase sempre dos pés de Jorginho.
Roberto Tigrão, guarda redes vitoriano, teve uma tarde descansada, e sempre que foi necessário, correspondeu com segurança e acerto. Esteve sempre bem resguardado por uma defesa imperial, sólida e coesa, na qual Bruno Ribeiro foi o elemento mais determinado.

O Salgueiros, foi apenas, timidamente atrevido durante a toda a 1ª parte.
Fruto do maior domínio, dos de Setúbal, aos 42 minutos Mário Mendes, juíz de Coimbra, assinala um livre a uns bons 30 metros da baliza. Manuel José, o "puto" emprestado pelo Porto, dirige-se para o local da falta e exclama: Esta é minha! Com estilo de craque, ajeita a bola na relva, toma balanço, mira a baliza, respira fundo e dirige-se para o esférico. Com um remate perfeito, faz a bola sobrevoar a barreira e descrevendo um arco magnífico, aterra no fundo das malhas à guarda de Paulo Lopes.
Explodiu de contentamento o jovem internacional português, que correu em direcção ao banco e num sentido abraço a Carvalhal, mostrou-se grato pela confiança nele depoistada.
Era o 1-0 para o Vitória e o delírio na superior do Estádio do Mar.
A primeira parte, para além, da excelente atitude e postura dos atletas vitorianos, pouco mais teve a destacar.

A segunda parte foi melhor que ir à Ópera.
O irrequieto e combativo Jorginho, continua a proporcionar-nos momentos de rara beleza. Bem municiado pelos homens do meio campo, sobretudo por Zé Pedro e Hélio, foi um autêntico suplício para os defesas do Salgueiros.
Ao dobrar o quarto de hora da segunda parte, Carlos Carvalhal surpreende as hostes sadinas: faz sair o voluntarioso Manuel José e coloca Hugo Alcântara, defesa central, em campo.
Aos 20 minutos, Jorginho arranca vertiginosamente para o meio campo contrário, Zé Pedro acompanha-o e depois de uma combinação genial e diabólica, o centro campista luso desfere, à queima-roupa, depois de superiormente servido pelo génio brasileiro, um estoiro, que só podia dar o 2-0 para o Vitória. Zé Pedro, despiu a camisola e festejou com raiva e emoção, junto das largas centenas de adeptos sadinos. A vitória já não escapava, afiançava-se.

Em mais 20 minutos brilhantes o Vitória fechou as contas da partida.
Ao minuto 28, Zé Pedro bate o canto curto para Hélio, este coloca-a a jeito, novamente para Zé Pedro desferir um remate indefensável para o guardião salgueirista, tendo a bola embatido no poste, com violência, antes de se encaminhar para o fundo das redes.
Entre os adeptos o contentamento era notório. Uma faixa gigante era erguida: " A 270 minutos do nosso lugar".

A fechar as contas, decorridos 36 min, o inevitável Meyong, molhou a sopa e aproximou-se de Fábio na luta pelo melhor marcador. Bruno Ribeiro bombeia, para a defensiva contrária, os centrais salgueiristas atrapalham-se e depois de um ressalto feliz com a cabeça, Jorginho faz a bola embater no poste e ainda tem tempo, para, com maestria assistir Meyong que, de cabeça, marcou o seu 19º golo este campeonato.

No final, adeptos e jogadores fizeram a festa merecida e justa. Não a festa final de missão cumprida, essa, todos esperamos fazê-la na próxima semana, na recepção ao Covilhã.
Se o Varzim não ganhar em Chaves, somando o Vitória os 3 pontos frente ao Sporting da Covilhã no próximo Domingo, no Bonfim e matematicamente está garantida a promoção.

Vai ser uma tarde de grande comunhão vitoriana, de muita emoção e sentimento e seguramente, com milhares de ouvidos na transmontana cidade flaviense.
Se no próximo Domingo a equipa demonstrar o querer, a garra, a confiança e a atitude de ontem à tarde, vamos todos, de certeza absoluta, sorrir bastante.

Saudações Vitorianas
Spry

E muita coisa se decidiu...

Na verdade o fim de semana de decisões trouxe algumas novidades muito interessantes na vida desportiva do clube mais emblemático da cidade de Setúbal.
O Sábado vitoriano teve momentos antagónicos: se um por lado a desilusão e algumas lágrimas de tristeza e decepção se fizeram notar em Alcochete após a derrota dos juniores do Vitória frente ao Sporting (2-1, Zequinha), sensivelmente à mesma hora em Setúbal no Antoine Velge viviam-se momentos de euforia e de muita festa e alegria dos adeptos vitorianos. A equipa de Futsal acabara de arrebatar o segundo lugar ao Marinhais, vencendo difícil e brilhantemente por 3-2, conquistando assim o acesso à liguilha, com os 2ºs da Zona Norte e Centro, que apurará uma equipa para subir ao escalão secundário do futsal nacional.

Em Fafe, também no Sábado, os comandados de Luís Monteiro, não foram além de um empate, conquistado com muito suor e sofrimento, depois de recuperar de uma desvantagem ao início da 2ª parte de 5 golos. Destaques individuais para o guarda redes Ricardo Correia e Francisco Bacalhau com 10 golos. Apesar do pouco interesse competitivo desta fase do campeonato, a equipa permanece empenhada na luta pelo 7º lugar e pela conquista da Taça de Portugal.

No Domingo, em Matosinhos viveram-se momentos de grande intensidade e exultação vitoriana. Festival.
Spry

sexta-feira, abril 16, 2004

Fim de semana de decisões

Adivinha-se um fim de semana de grande efevescência para as cores do Vitória setubalense.

Em futebol os juniores do Vitória deslocar-se-ão amanhã, pelas 16h00, à Academia de Alcochete, para defrontar os juniores do Sporting Clube de Portugal numa partida que vai decidir qual dos dois clubes segue em frente para a final four que apurará o campeão nacional. O Vitória em igualdade pontal com o Sporting precisa de vencer o jogo, já que o goal-average favorece a turma leonina. Para isso o treinador José Mota poderá contar com o contributo do ponta de lança Bruno Gonçalves, dispensado dos trabalhos do seniores, para poder dar uma ajuda à sua equipa de juniores.
Invasão vitoriana em terras de Alcochete esperada. O apuramento vai ser conseguido.

À mesma hora, mas em Setúbal, no Pavilhão Antoine Velge a equipa de futsal do Vitória( 3º lugar) defronta o Marinhais ( 2º lugar), em jogo a contar para o campeonato nacional da III divisão, última jornada.
É o jogo do ano para a equipa do Vitória de Setúbal, que se vê obrigada a ganhar a partida para ultrapassar na tabela o Marinhais e saltar para o 2º lugar da classificação, ganhando assim o direito a disputar o acesso à 2ª divisão nacional com os segundos classificados ( teoricamente acessíveis) das zonas Norte e Centro.
O Marinhais viajará até Setúbal disposto a conservar o 2º lugar e para tal vai contar nesta deslocação com o apoio de cerca de 200 adeptos.
Espera-se uma resposta muito positiva dos sócios do Vitória, que, deseja-se, não regatearão aplausos e incentivos aos atletas vitorianos, contribuindo dessa forma para a tão ambicionada subida de divisão.
Amanhã às 16h00 no Antoine Velge.

Mais a norte, pelas 18h00 a equipa de andebol do Vitória vai a Fafe defrontar a turma local em partida a contar para a 3ª jornada do Grupo B do campeonato da Liga.
O conjunto vitoriano vai querer rectificar o desaire caseiro da semana passada frente ao Ginásio do Sul, por um golo de diferença, e continuar a lutar pela liderança do grupo.

No Domingo em Matosinhos vamos ter o prato forte. Frente ao Salgueiros o Vitória de Setúbal, que só depende de si próprio, para alcançar a SuperLiga, vai procurar com a magia e alegria das suas estrelas trazer os 3 pontos para Setúbal, esperar pela derrota do Varzim nos Açores e começar a preparar a festa da subida na recepção ao Sporting da Covilhã, em caso de nova derrota varzinista.

O horizonte vitoriano parece-me bem menos nublado do que o era há cerca de um mês. Mais ponto menos ponto, mais dia menos dia, mais cedo ou mais tarde, só nos resta ter paciência, não regatear apoio e incentivos e esperar serenamente pelo confirmar matemático da promoção e então rejubilarmos de satisfação.
Bons jogos e bom fim de semana desportivo.
Saudações Vitorianas
Spry

terça-feira, abril 13, 2004

Deviam ser todos assim

Confesso que já tinha saudades de chegar ao quarto de hora final de um jogo do Vitória com a sensação que vivi no passado Sábado, no Bonfim, ao assistir ao VFC/SAD-F.C Felgueiras.
Na verdade, esta, difícil, caminhada para a Super Liga, tem sido verdadeiramente imprópria para cardíacos. Com os jogos a serem apenas decididos nos momentos finais e com resultados, quase sempre, apenas com um golo de diferença, foi verdadeiramente delicioso disfrutar, descontraídamente, do futebol criativo, mágico e envolvente praticado na segunda metade da 2ª parte, pela equipa do Vitória.

O Vitória chegava ao intervalo com a magra vantagem de 1-0 e sabia, antecipadamente, que a vitória valia o regresso aos três da frente. O nervoso miudinho terá, momentaneamente, feito mossa nalguns elementos e numa das jogadas iniciais do segundo tempo, o Felgueiras empatava o jogo, num lance com culpas directas, para a defensiva vitoriana. Tigrão, volta a estar infeliz.

Pouco passava do quarto de hora e já Albert Meyong voltava a devolver os sorrisos aos martirizados adeptos vitorianos, com um golo de belo efeito, dizendo sim com a cabeça a um passe, também de cabeça, de Orestes, apontando o segundo do Vitória e o segundo na sua conta pessoal.

O Felgueiras, a jogar com dez, após correcta expulsão de Marafona ao minuto 58, a partir de então, viu-se, literalmente devorado pelo futebol categorizado, objectivo e geométrico deste Vitória de Carlos Carvalhal, com Hélio de batuta na mão, a dar lições de bem jogar a miúdos e graúdos.

A classe individual dos jogadores do Vitória veio ao de cima. Jorginho volta novamente a dar cartas e constrói maravilhosas jogadas, de precioso recorte técnico, que só não deram em golo por infortúnio dos avançados vitorianos. Numa dessas jogadas, Hélio faz uma fantástica abertura para Jorginho inventar o golo que ofereceu a Meyong, fazendo assim, pela terceira vez esta época, o mítico Hat-trick.

Auri, de cabeça, faz o 4-1, na sequência de pontapé de canto e Jorginho desfere a estocada final, numa magnífica jogada individual que culmina no 5-1 derradeiro.

Diamantino Miranda, técnico do Felgueiras, volta a não ser feliz nesta, felizmente breve, passagem pelo Bonfim.
Carlos Carvalhal, responde com coragem e cultura táctica aos seus detractores e "espeta" 5 na equipa com a segunda defesa menos batida do campeonato.

O público, os adeptos, sócios e toda a afición vitoriana respirarão seguramente melhor durante a semana e vai valer a pena ir a Matosinhos no próximo Domingo e testemunhar o mar de gente, de verde e branco trajada, que vai invadir as ruas do edil N. Miranda.

Sol, vinho, sardinhas, cerveja, Vitória, futebol-espectáculo e muito boa disposição vão constar do menu do próximo Domingo. Vale a pena!
Spry

segunda-feira, abril 05, 2004

Os jogadores do Vitória, ontem na Amoreira

Roberto Tigrão- Depois das críticas, após o último Vitória-Aves, onde é responsável directo pela derrota, o "portero" brasileiro, fez das tripas coração e arrancou uma exibição de grande categoria, com muito arrojo e defesas verdadeiramente fantásticas.

Costa- Uma das surpresas de Carlos Carvalhal para esta partida. um dos menos utilizados do plantel sadino, Costa jogou a defesa direito e deparou-se durante toda a partida com os irrequietos Fellahi e Carlitos. Estes não concretizaram os seus intentos o que só por si reflecte a exibição de Costa. Como no melhor pano cai a nódoa, fica directamente ligado ao golo estorilista, ao ser incapaz, juntamente com Auri, de despejar a bola, permitindo o tento de Hugo Santos.

Auri- exibição segura e sólida, não fora a ingenuidade ou displicência no lance do golo do Estoril e teria nota máxima.

Orestes- Impecável nos lances aéreos, nunca permitiu veleidades aos avançados canarinhos.

Bruno Ribeiro- Exibição serena, confiante e muito correcta do lateral setubalense. Como poucos sente a camisola do Vitória e nestes momentos a atitude faz a diferença. Com o Bruno foi o que aconteceu.

Hélio- O melhor do Vitória. Relegado para a bancada ou para o banco de suplentes, não tem tido a vida facilitada por Carlos Carvalhal esta época. No jogo mais importante da época para o Vitória foi-lhe dada a titularidade. Hélio não estremeceu. Desde o alto dos seus mais de 20 anos de Vitória, sabia a responsabilidade que lhe pesava sobre os ombros. Assumiu o comando da equipa ainda antes de o jogo se iniciar e depois... depois foi vê-lo jogar... com o mesmo brilho nos olhos, com a mesma "ilusión" que tinha no primeiro dia em que vestiu a camisola senior do Vitória, jogou e mandou no jogo a seu bel-prazer. Distribuiu a bola por todos os sectores do terreno, fez passes longos, aberturas fantásticas, defendeu, lutou e ainda foi o protagonista das jogadas dos dois golos do Vitória. É o maestro desta equipa, esperemos que CC já não tenha mais dúvidas a esse respeito.
Bravo, Capitão.

Zé Pedro- Foi o joker do meio campo vitoriano. Demasiadas vezes escondido, entre os centro campistas canarinhos, soube aparecer nos momentos decisivos do encontro. Marcou um golo genial, depois de um fantástico passe de Hélio, onde dominou o esférico de forma sublime: recebeu de pé esquerdo depois de fazer a perna passar por cima da bola e com o mesmo pé desferiu o remate letal que selaria o resultado final. Antes, ainda ameaçou fazer o 0-2 com um potente remate à barra, depois de jogada de Jorginho.

Sandro- O todo-o-terreno da equipa vitoriana. Foi o tampão da equipa, nunca permitindo espaço e tempo aos jogadores do Estoril para pensarem o seu jogo e lançarem jogadas de ataque. Destaque para a atitude e para o querer revelados, factores indispensáveis para esta monumental exibição.

Manuel José- Encarna na perfeição o espírito necessário para o que falta de campeonato. Espírito guerreiro, disponibilidade física e capacidade de sacrifício fazem do jovem portista uma mais valia nesta equipa vitoriana. Exibição em excelente plano.

Pascal- Uma boa oportunidade de golo, foi o que se lhe viu nos 45 minutos que esteve em campo. exibição muito apagada do jovem nigeriano. Bem substituído ao intervalo.

Jorginho- Já é um lugar comum escrever que faltam adjectivos para caracterizar as exibições deste craque brasileiro. Ontem marcou um dos mais belos golos com o emblema vitoriano ao peito.
Em tarde inspirada foi sempre o "Diabo à solta" na defensiva estorilista, driblando e ganhando, consecutivamente, os lances com 3 e 4 adversários em seu redor. Mais uma exibição de classe mundial, aquela a que tivemos o privilégio de ontem assistir.

Meyong- entrado no segundo tempo, ainda desgastado com a visita relâmpago a Yaoundé para compromissos com a sua selecção, revelou-se acutilante, perigoso e muito venenoso, sempre que tinha a bola nos pés. Uma das pedras chave desta vitória no António Coimbra da Mota.

Bruno Gonçalves- O promissor ponta de lança setubalense entrou já em períodos de desconto e pouco ou nada se pôde ver.

Carlos Carvalhal- No jogo do tudo ou nada, está de Parabéns. Inovou, rectificou e ganhou. Ainda tem muito trabalho pela frente, para que possamos convenientemente avaliar o resultado final do seu trabalho. Resta-nos esperar que as dificuldades e que as sombras que lhe turvam o trabalho estejam definitivamente arredadas e que o Vitória depois do jogo com o Felgueiras no próximo Sábado, encarrile definitivamente na senda SuperLiga.

Adeptos do Vitória- Nos momentos decisivos, sabem distinguir o essencial do acessório, e voltam a mostrar porque são considerados a mais fiel e apaixonada massa adepta do País. Este três pontos também são uma conquista sua. Simplesmente fantásticos.

Spry

domingo, abril 04, 2004

E diziam que não vinham...?

Depois de 2 derrotas, ainda mal digeridas pelos atletas, técnicos, dirigentes e sócios do clube, o Vitória de Setúbal de Carlos Carvalhal, apresentou-se hoje, no António Coimbra da Mota, na Amoreira/Estoril, com o único objectivo de vencer o líder incontestado da prova.

Era um jogo de tudo ou nada, para o emblema setubalense. Os três pontos, hoje significavam muito. Os jogadores sabiam-no, e depois de um mini estágio de 4 dias afastados da cidade Mãe, estavam dispostos a tudo para poderem repor a honra e o orgulho feridos há uma semana e vencer a formação canarinha. Até deixar a pele em campo, se necessário fosse.

O Estoril, com o passaporte praticamente carimbado, entrou no jogo algo expectante, tal como a equipa do Vitória, tornando os primeiros 25 minutos algo sensaborões. Mas o que os artistas nos reservaram a partir de aí, justificou, sobremaneira, a ida à Amoreira. Numa tarde de sol fantástica e com estádio cheio, a última hora de futebol foi manjar de primeira Liga, desde o mágico Jorginho, ao endiabrado Carlitos, passando pelo Magistral Senhor Hélio de Sousa, não exito em dizer que assistimos a uma bela partida de futebol.

Aos 34 minutos chegamos então ao 1º golo da partida, quando Hélio recuperando a bola, faz um passe alto, de costas, para Meyong que desmarca Jorginho, que aproveitando a deficiente marcação do seu adversário, apanha a bola a saltitar, sobre a direita, à entrada da área e desfere um pontapé fenomenal, que termina com a bola a entrar junto ao canto superior esquerdo da baliza à guarda de Fabrice. Explosão de alegria nas bancadas. O milhar e meio, ou seriam 2?( diziam que não vinham), de vitorianos nos tendidos do sol do António Coimbra da Mota, não tiveram muito tempo para saborear a vantagem. Na jogada seguinte depois de fantástica jogada do ataque vitoriano, Zé Pedro desfere um remate fortíssimo que bate com estrondo na barra da baliza de Fabrice. Nos 5 minutos seguintes, sufoco na área vitoriana, sempre com Tigrão a corresponder com classe, categoria e muito querer aos avançados estorilistas, com um punhado de defesas verdadeiramente espectaculares.
Resistiu 5 minutos o Vitória, mas não resistiu 6 e ao minuto 40 da etapa inicial, Hugo Santos, entre Auri e Costa ( hoje adaptado a defesa direito), conseguiu aproveitar a displicência dos 2 defesas vitorianos e empurrou, sem hipóteses para Roberto " Tigrão", a bola para o fundo das malhas. Reposta a igualdade no Estoril e chegávamos com 1-1 ao intervalo.

Carlos Carvalhal, ao intervalo, trocou o apagado Pascal pelo camaronês Meyong e em boa hora o fez. O campeão olímpico, foi em toda a segunda parte um verdadeiro quebra cabeças para a defensiva contrária, arracando, mercê de uma forma de segurar a bola notável, inúmeras faltas à linha recuada canarinha.

O segundo tempo não podia ter tido melhor início para as hostes sadinas. Bola ao centro, Meyong para Jorginho, este toca para Costa que joga para Hélio, e este, tal como sempre nos habituou, aguentou a bola e aguentou, aguentou, até chegar o momento certo para fazer um passe precioso, a rasgar a defensiva estorilista, isolando Zé Pedro, que depois de dominar superiormente o esférico, encostou sem dificuldades o esférico para o fundo da baliza. Decorriam apenas 15 segundos da etapa complementar. Nova explosão de alegria na falange de apoio sadina.

A este início fulgurante do Vitória respondeu o Estoril com domínio territorial e pouco mais. Apesar de os adeptos do Vitória terem passado 45 minutos de coração nas mãos, esperando o apito final de Benquerença, na verdade poucos sustos terão apanhado junto à baliza de Tigrão, sendo até o ataque do Vitória, com contra ataques de puro veneno protagonizados na sua grande maioria por Jorginho, que chegou mais vezes com efectivo perigo junto da baliza adversária.

Foi uma segunda parte agradável, com muita luta e muito futebol. Está de Parabéns o Vitória, que mostrou que quando a atitude, o querer e o incondicional apoio dos adeptos se congregam numa só direcção, a classe dos nossos artistas faz o resto.

Uma palavra para o treinador do Vitória Carlos Carvalhal. Respondeu às críticas, às dúvidas e aos fantasmas que sobre si pairavam com serenidade, dedicação e profissionalismo. Apostou, inovou e ganhou.
Escolheu para maestro da orquestra, um monstro adormecido do futebol português. Já não tem a frescura física dos 20 anos, mas não há dúvidas que o som da equipa sob a sua batuta é muito mais afinado. Hélio de Sousa, de seu nome. Jogou e fez jogar. Ora no ataque, ora na defesa, sempre no sítio certo. Aberturas magistrais a 30 e 40 metros como há muito já não víamos. Recorde-se que Hélio, por decisão técnica, não era opção há meses. Hoje saíram dos seus pés as jogadas dos golos do Vitória e algumas das mais belas jogadas do encontro. No final só não marcou, porque o remate forte fora da área, passou a alguns centímetros do poste.

No final, na conferência de Imprensa, o capitão dedicou o triunfo aos sócios e adeptos do Vitória, que merecem e bem esta vitória pelo incansável apoio que sempre prestam.

Nestes dias em que as coisas nos correm bem é fundamental disfrutarmos do momento, perceber quão ténue é por vezes, a fronteira do sonho e do pesadelo, das bestas e dos bestiais, dos competentes e dos incompetentes. Mas há sentimentos que nunca perecerão, que nunca podem nem devem ser equacionados: o amor pelo Vitória e a fantástica convicção, quase confessional, de que Domingo após Domingo lá estaremos, com um pau e uma bandeira a contribuir para um Vitória sempre maior.

Como dizia ontem um administrador da SAD vitoriana, também eu tinha, tenho e terei sempre até final: " Uma Fé inabalável na vitória"
Spry

sexta-feira, abril 02, 2004

Uma família de vitorianos

Não podia deixar passar em claro o texto do meu amigo João.
É um vitoriano, de uma família vitoriana e que neste momento de grande ansiedade vitoriana, me fez recordar, sorrir e lacrimejar.

É sem dúvida uma justa e sincera homenagem, a esse grande vitoriano que foi o "Lhulha", com quem eu, algumas vezes, aprendi a sentir o ambiente e as especificidades dos denominados "sócios dos cativos".

Ser Vitória não se explica, sente-se. E o "Adepto do Vitória" ajuda a perceber a cepa de que somos feitos.
Spry


quinta-feira, abril 01, 2004

Tormenta assola Bonfim

Domingo, 28 de Março de 2004------16h50.

Como estavam sorridentes os vitorianos. O dia estava a correr bem para a família vitoriana. Nas bancadas do Bonfim ao intervalo, de uma tarde fresquinha, mas, de quando em vez, solarenga, os adeptos irradiavam confiança, fervor clubístico e entusiamados com o futuro próximo da equipa vitoriana. Os 7-0 dos juniores ao Portimonense eram o assunto mais comentado na bancada do sol, a derrota do Varzim frente ao Feirense e o golo de Jorginho colocavam o Vitória na segunda posição da Liga de Honra.

Domingo, 28 de Março de 2004---------17h50

Depois de 45 minutos à chuva, dezenas de associados, ainda atordoados com a enormidade da tormenta a que se haviam submetido na hora anterior, concentraram-se junto à porta principal do estádio, entoando cânticos de revolta e de dor contra dirigentes, técnicos e atletas do clube. " Vergonha" e " chulos" foram as palavras mais ouvidas.

Domingo, 4 de Abril de 2004
Estádio António Coimbra da Mota


Milhar e meio de vitorianos fazem-se à estrada e pintam de verde e branco os caminhos para o Estoril.
Carlos Carvalhal dá um baile de táctica a Ulisses Morais e o Vitória vence confortavelmente a partida. O Vitória volta a assumir o papel de principal candidato à subida. O Director Desportivo do clube aceita convite para trabalhar em Londres numa agência. A cidade e os sócios que disseram deixar de acreditar, voltam a acender as lamparinas. Fé e Esperança voltarão a fazer parte do léxico de todos os vitorianos.
Os que acreditam sempre no seu emblema, os que nunca se deixam derrotar antecipadamente, os que na verdade fazem juz à condição de Vitorianos, vão ao Estoril, ajudar a tornar possível que as velinhas se voltem a reacender no seio dos corações verde e brancos.
Como sei que são muitos, a enchente vai ser de arrepiar.
Spry