sexta-feira, outubro 31, 2003

Agenda de fim de semana

O prato forte desta jornada desportiva é sem dúvida o Vitória-Maia, a contar para a 9ª jornada da Liga de Honra. Sem andebol e sem futsal senior no Vitória, esta semana, muito mais há por onde escolher nos diversos escalões e competições.
É só escolher

FUTEBOL

Liga de Honra

VITÓRIA-MAIA
Amanhã, 16.00 horas, Estádio do Bonfim
Árbitro: Nélio Mendonça

Campeonato Nacional de Júniores

VITÓRIA-BARREIRENSE
Amanhã, 15.00 horas, Complexo da Várzea

Campeonato Nacional de Juvenis

VITÓRIA-CAMPOMAIORENSE
Amanhã, 15.00 horas, Faralhão

Campeonato Nacional de Iniciados

BELENENSES-VITÓRIA
Domingo, 11.00 horas, Restelo 3.

Campeonato Distrital da I Divisão

Domingo, 15.00 horas

1.º MAIO SAR.-ALMADA (Brechão)
Árbitro: Bruno Rebelo
ZAMBUJALENSE-LUSO (Municipal)
Árbitro: Mário Serrano
ALCACERENSE-SAMOUQ. (Municipal)
Árbitro: Paulo Jorge
ALFARIM-ARRENTELA (Alfarim, 15.30h)
Árbitro: Paulo Almeida
M. ROSARENSE-MOITENSE (Madalena)
Árbitro: Nuno Campos
PALMELENSE-LAGAMEÇAS (Municipal)
Árbitro: Helder Barradas
C. PIEDADE-CHARNECA (Mun. C. Piedade, 15.30h)
Árbitro: Alexandre Quintelas
PAIO PIRES-PESCADORES (Vale D’Abelha)
Árbitro: Tavares Lopes

Campeonato Distrital da II Divisão

Domingo

TRAFARIA-QUINTAJENSE (Pepita, 15.30h)
Árbitro: Rui Teixeira

15.00h
JUV. SARILHENSE-ERMIDENSE (Oliveiras, amanhã, 15.30h)
Árbitro: Luís Garcia
PORTO COVO-FARALHÃO (Mar)
Árbitro: Nelson Melo
GRANDOLENSE-COMÉRCIO (Municipal)
Árbitro: Carlos Tavares da Silva
M. CAPARICA-SANTO ANDRÉ (Rocha Lobo)
Árbitro: António Martins
BOTAFOGO-VG LANÇADA (AH Matos)
Árbitro: Miguel Jacob
BM ALMADA-AREIAS (Mutela)
Árbitro: José Severino.

Camp. Dist. Júniores I Divisão

Amanhã, 15.30 horas

FABRIL-SEIXAL (Santa Bárbara)
Árbitro: Nuno Borba
SINDICATO-ALMADA (Cova)
Árbitro: Luís Reforço
LUSO-ARRENTELA (Quinta Pequena)
Árbitro: António Taia
PALMELENSE-CORROIOS (C. Palma)
Árbitro: Dário Martins
C. PIEDADE-MOITENSE (Mun. C. Piedade)
Árbitro: Rui Teixeira
AMORA-MONTIJO (Medideira 2)
Árbitro: Mário Serrano
PINHALNOVENSE-VASCO DA GAMA (Santos Jorge)
Árbitro: José Júlio Silva

Camp. Dist. De Júniores II Divisão

Amanhã, 15.30 horas

BOTAFOGO-GALITOS (AH Matos)
Árbitro: Rui Figueiredo
COMÉRCIO-ALCOCHETENSE (Gonzalez Bris)
Árbitro: Tavares Lopes

Campeonato Distrital de Juvenis

Domingo

SINDICATO-PELÉZINHOS (Cova, 9.15h)
Árbitro: Rui Almeida
PALMELENSE-FABRIL (C. Palma, 10.30h)
Árbitro: Paulo Parreira
AMARELOS-PRAIENSE (Mun. B. Vista, 10.30h)
Árbitro: Marco Moreira.

Campeonato Distrital de Iniciados

Domingo

PELÉZINHOS-ALCACERENSE (Várzea2, 10.30h)
Árbitro: Rui Figueiredo
SINDICATO-AMARELOS (Cova, 11.00h)
Árbitro: Alexandre Faleiro

Campeonato Distrital de Infantis

Amanhã

CHESETÚBAL-MONTIJO (Qt.ª St. António, 10.30h)
Árbitro: Carlos Boletas
AMARELOS-C. FIGUEIRAS (Mun. B. Vista, 9.30h)
Árbitro: Bruno Rebelo
PELÉZINHOS-MOITENSE (Várzea2, 9.30h)
Árbitro: André Santana
VITÓRIA-ÍDOLOS (Sintético, 9.30h)
Árbitro: Nuno Soares
PALHAVÃ-1º MAIO VAR. (Pedreiras, 10.30h)
Árbitro: António Galvão
VITÓRIA B-SANTO ANDRÉ (Sintético, 11.00h)
Árbitro: Nuno Soares.

Campeonato Distrital de Escolas

Amanhã

AMARELOS-ÍDOLOS (Mun. B. Vista, 11.00h)
Árbitro: Bruno Rebelo
PELÉZINHOS-C. FIGUEIRAS (Várzea2, 11.00h)
Árbitro: André Santana.


ANDEBOL

Campeonato Nacional de Júniores

Amanhã, 15.00 horas, Pavilhão Antoine Velge
VITÓRIA-SISMARIA

Domingo, 17.30 horas, Pav. Esc. Sec. Benavente
BENAVENTE-VITÓRIA

Campeonato Nacional de Juvenis

Domingo, 15.00 horas, Pavilhão Antoine Velge
VITÓRIA-TORRENSE

Torneio de Abertura de Iniciados

Amanhã, 11.45 horas, Pavilhão Antoine Velge
VITÓRIA-ALTO DO MOINHO

FUTSAL

Camp. Dist. Séniores Femininos

AT. ST.ª MARIA-B. LICEU
Amanhã, 17.00 horas, Pavilhão do Viso
Árbitro: Mário Gonçalves

VITÓRIA-C. BENF. MONTIJO
Amanhã, 17.30 horas, Pavilhão Antoine Velge
Árbitro: Bruno Rebelo

Camp. Dist. Séniores Masculinos

PENTEADO-PALHAVÃ
Pav. E.Sec. Moita, amanhã, 18.00 horas
Árbitros: Pedro Peixoto e Carlos Cunha

Bons jogos
Saudações desportivas
Spry

Página Yekini

A minha mais recente descoberta no mundo da WEB: Yekini, o Deus Negro
Já fazia falta.
O Jaquim já merecia.

Aos autores o meu aplauso e os meus agradecimentos.
Spry

quarta-feira, outubro 29, 2003

Três clubes no coração- um relato admirável

Notem os leitores a salutar convivencia de 3 emblemas dentro do mesmo coração:



Nunca fui dado a "futebolices", ainda que nos meus tempos de menino e moço não escondesse o secreto desejo de vir a ser guarda-redes. Lembro-me de às escondidas da minha mãe eu próprio confeccionar na máquina de costura umas joelheiras (guarda-redes que se preze tem que ter joelheiras!...). Por outro lado, estas safaram-me de algumas sovas, coisa que tinha certa se aparecesse a casa com os joelhos rotos... Como já disse, nunca, de facto, tive grande jeito para o futebol, mas teimava... Jeito, jeito mesmo, (bem não era tosco) tive para o andebol, cheguei a fazer parte da selecção da então Escola Secundária Polivalente do Entroncamento, jogava a meia distância.

Também, não me recordo de alimentar grandes discussões acerca do fenómeno desportivo. Lia, como quase todo o pessoal da minha geração «A BOLA», na Sociedade Artística, actual "Casa da Cultura" ali na Rua dos Escudeiros em Castelo de Vide. Interessavam-me, particularmente, os pormenores da Volta a Portugal, nomeadamente, quantos minutos o Fernando Mendes tinha de atraso em relação ao campeoníssimo Joaquim Agostinho... O coração, vermelho é claro, falava mais alto que a razão. Recusava-me a ver, a reconhecer que Agostinho era o maior (aquele mesmo a quem anos mais tarde o saudoso Zeca Afonso apresentou como símbolo da valentia, nos "Índios da Meia Praia".) Claro ele vestia a camisola do eterno rival...

Não alimentar discussões, não significa, de modo algum, distanciamento em relação ao fenómeno desportivo, em geral, ou ao futebolístico, em particular. De quando em vez, também, meto a minha colherada ...

Porém, Abril aconteceu! Foi um acontecimento de dimensão tão profunda, mexeu com tanta coisa que não podia dispersar-me por questões "tão pequenas"... A vida era tão intensa que não tínhamos tempo para mais nada...

Mantive, porém, sempre uma grande ligação afectiva a três grandes clubes de futebol: Ao "Glorioso" Benfica, ao Vitoria, de Setúbal claro, e à Académica, a nossa "Briosa". Porquê este afecto tripartido? Sei lá!... Mas, sempre vos digo que se nasce e morre "benfiquista" sem se saber porquê! Perguntem aos milhões, (escrevi bem, escrevi de facto milhões, porque são milhões) de portugueses adeptos do Benfica... Perguntem-lhes porque o são?

Da "Briosa", a mais simpática e irreverente equipa de futebol, (ou não seja ela uma secção da Associação Académica de Coimbra ...) famosa escola de irreverência juvenil e resistência ao fascismo... Quem não se recorda da final da Taça de Portugal e do luto académico que a "Briosa" levou para o campo? Os valores pesavam muito na altura... E o folclore saudável e alegre em que se transformavam as bancadas dos campos de futebol onde a "Briosa" jogava?!... São coisas que ficam e marcam gerações ... Eis as razões, porque reservo um pedaço do coração para a Académica.

Do Vitória ... bem ... Setúbal ... Aqui vivi utopias, aqui alimentei sonhos, aqui os partilhei... e aqui ficaram!... Setúbal deu-me quase tudo e tudo me tirou... Gostar da cidade é gostar do clube da cidade. Ser setubalense é ser vitoriano! Mas antes, muito antes de sonhar sequer em pisar o solo sadino, já torcia pelo Vitoria. O Vitoria, da década de 60, dos tempos do José Maria Pedroto, dos tempos do "Jota-Jota", do Octávio jogador, do Vítor Batista, inclusivamente ... Esse Vitória semeou pelo País uma onda de simpatia, particularmente pela sua apetência para "deitar fora da carroça" os clubes ingleses... Eram outros os tempos!

Quando, por razões que não vêm a propósito a hierarquia militar me transferiu de Estremoz, onde cumpria o serviço militar obrigatório, para Setúbal, eu que nunca tinha pisado o solo setubalense, que não conhecia nada da cidade, tive a nítida sensação de estar em casa, de conhecer a cidade na perfeição... A sensação foi ainda maior quando me encontrei no Jardim do Bonfim e me vi a reconhecê-lo como se já antes ali tivesse estado. Sabem porquê? Porque numa das gloriosas noites europeias do Vitória, o jornalista a quem coube o relato, fez uma pormenorizada descrição do lugar, tão viva, tão real, que, décadas mais tarde me serviu para o reconhecer... e então, eu pude "rever" uma década depois, o parque cheio de sadinos hasteando bandeiras do seu Vitória a caminho do estádio. Aquela fabulosa descrição que o relator de então soube fazer, foi talvez a imagem mais fiel que a rádio me conseguiu transmitir. Mais que um retrato falado foi uma imagem real que me chegou.

Existe ainda uma razão forte para explicar a simpatia pelo Vitória, se é que as coisas do coração têm explicação. Setúbal, ideologicamente, era (era friso) uma cidade de referência... e eu sou um homem de referências, particularmente, as que se situam do lado esquerdo do coração, essas sobretudo tocam-me fundo. O Setúbal clube não é o Setúbal dos alentejanos fugidos à miséria, à fome e ao desemprego, dos alentejanos que "fizeram" a SETENAVE, e tantos colossos da indústria... mas é o porta-estandarte da cidade... E a cidade somos todos nós, os que de cá são e os que para cá vieram... Para além de que o Vitória de Setúbal é o clube dos meus filhos...

Até aqui estive a situar-me na área dos "futebóis", dizendo-lhe para quem vai a minha simpatia clubista. Sobre as simpatias clubistas ainda vos digo que o coração bateu forte com aquele calcanhar do Madjer, lembram-se?!...


Foi apenas um excerto da peça escrita pelo senhor António A. Ramos e que pode ser lido na íntegra aqui .

Será que vais gostar?
Spry

Taça de Portugal

Quis o destino que, na próxima eliminatória da Taça de Portugal, o Vitória se desloque a Alverca para defrontar os pupilos do Zé Couceiro.
Depois do susto na Lixa, esta é sem dúvida uma excelente oportunidade para os sadinos relançarem a sua candidatura à presença no Jamor.
Pelo historial, pelo peso do clube na competição, pela orientação dos dirigentes e pela exigencia da massa associativa, o Vitória é sempre candidato à Vitória na Taça de Portugal.
Será a terceira vez esta época que as duas equipas se defrontarão. Depois de dois jogos na pre temporada, cuja nota mais saliente vai para o equilibrio e o bom futebol patenteado pelas duas equipas, 1-1 e 1-2, este será contudo o primeiro a sério e o Vitória fará juz ao pregão, "à terceira é de vez", e não deixará de carimbar o passaporte para a eliminatória seguinte.
O jogo é em Alverca, mas numa Alverca verde e branca, pois nesse dia as estradas de Setúbal vão todas dar ao Ribatejo e os carinhosos e entusiáticos adeptos vitorianos não vão, seguramente, deixar de uma vez mais contribuir para as vitórias do Vitória. Aqui fica o quadro completo da 4ª eliminatória da Taça de Portugal:

F. C. Porto-Boavista
Benfica-Estrela da Amadora
1.º Dezembro-Sporting
Belenenses-D. Aves
Paços de Ferreira-Ovarense
Gil Vicente-Sanjoanense
Alverca-Vitória de Setúbal
Marítimo-Feirense
Moreirense-Fafe
Lourinhanense-Beira Mar
V. Guimarães-S. João Ver
Maia-União da Madeira
Pedrouços-Louletano
Estoril-Casa Pia
Leça-Portomosense
Fátima-Vilafranquense
Portimonense-Nogueirense
União de Lamas-Marco
Câmara de Lobos-Nacional
Oliveirense-Penafiel
Felgueiras-Sourense
Salgueiros-Freamunde
Cinfães-Paredes
Leixões-Naval
Sp. Covilhã-União de Leiria
Paços Brandão-Sp. Braga
Santo António-Varzim
Atlético-Rio Ave
Académica-Infesta

Saudações Desportivas
Spry

Caso de polícia

Assaltaram-me o carro, partiram o vidro e roubaram-me o rádio.
Exijo protecção policial em virtude do que aqui tenho escrito.
Allison

terça-feira, outubro 28, 2003

Arbitragem e estádios vazios

Como está à vista de todos, a arbitragem em Portugal vai de mal a pior, e concerteza será essa uma das razões para que no ultimo derby portuense não se tenha registado uma enchente no Bessa. O resultado estava feito, o que é que iríamos lá fazer?
Este meu desabafo surge na sequência das vergonhosas actuações dos arbitros e seus auxiliares na ultima jornada da Super Liga.
Constato que a maioria dos erros graves surgem nos jogos com os "grandes" , ora beneficiando-os ou prejudicando-os. Quanto a mim o Boavista ontem foi prejudicado, mas para os do Bessa não há problema pois são beneficiados nos outros 33 jogos do campeonato.
A estratégia este ano é tornar o Porto campeão o mais depressa possível, para se poder dedicar à Champions League, e lá mais para a frente do campeonato quando tudo já estiver decidido, lá se irá ajudar o Benfica e o Sporting para que se possa dizer que todos são beneficiados.
A diferença é que a maioria dos presidentes dos clubes gastam dinheiro em casas de alterne, enquanto que há um prestigiado dirigente que ganha dinheiro com elas.
Quem são os otários?
Allison

segunda-feira, outubro 27, 2003

Falar em homenagem é querer
Traduzir o desejo de louvar...
Por isso te louvamos a pensar
Que é bem triste deixarmos de te ver...

Ao desporto quiseste dispensar,
Nas horas de ansiedade e de fervor,
Imenso sacrifício, sem cessar...
Batalhaste, nos campos, com ardor,
A sentires o desejo de ganhar,
Lutando a defender a mesma cor.

Vai custar-te ao deixares teus companheiros...
Aqueles com quem tu num só querer
Lutaram nobremente p'ra vencer:
Eles e tu- vós fostes bons obreiros-
Rompendo, p'rá vitória, sem temer,
Inflingindo derrotas aos primeiros,
Orgulhando o teu clube - podes crer...-

Retiraste-te p'ra sempre abandonando
Entre o desporto a massa que vibrava
Nas tardes em que tu, como sonhando,
Davas tudo por tudo em luta brava...
Agora que te vais, muitos pensando
Sentirão tua falta recordando!...
"C."

Poema, que assinalou a despedida de Aníbal Rendas, em 1949, depois de 17 anos ao serviço do Vitória, 14 dos quais como atleta.
Falecido recentemente o Treinador de Bancada não quis deixar de lembrar a homenagem.
Spry

Resultados

ANDEBOL
Campeonato da Liga
VITÓRIA- 18- SPORTING-23
Domingo, 16.00 horas, Pavilhão Antoine Velge
Árbitros: Eurico Nicolau e Ivan Caçador, de Leiria.

Camp. Nac. Júniores I Divisão
1ª Jornada
PAÇO D’ARCOS-27-VITÓRIA-16


Juvenis Masc. - 1ªDivisão - 1ª Fase - Zona Sul B - 2003/04
C. Vela Tavira-35 - Vitória FC-28

Futebol

Campeonato Nacional de Juvenis
AMORA-0-VITÓRIA-2


Campeonato Nacional de Iniciados
VITÓRIA-6-PESCADORES-1

Saudações desportivas e vitorianas
Spry

A malapata continua

No futsal a equipa do Vitória, deixou escapar dois pontos importantíssimos na luta pela subida. O empate caseiro a 3-3 com os últimos da classificação, " Onze Unidos", causou algum mau estar entre os responsáveis vitorianos que não querem, tal como na época passada ficar à porta da subida. Como tal desperdiçar pontos com as equipas mais fracas torna-se inadmissível.
Apesar da diferença de categoria das equipas ter ficado evidente pra quem assitiu ao jogo, o que é certo é que o Vitória, apesar da monumental exibição do guarda redes dos Unidos e do estranho magnetismo dos postes e da barra pelos remates desferidos pelos atletas do Vitória, não conseguiu ganhar e atrasou-se na luta pela subida.
Felizmente não de forma irreversível.


De consequências bem mais complicadas, pode ter sido a derrota, averbada ontem à tarde pela equipa de andebol do Vitória frente ao Sporting Clube de Portugal.
Desde logo defrontavam-se o 3º ( VFC) e o 4º classificados da época transacta, ambos tinham 4 pontos antes do jogo ocupando a penúltima e a antepenúltima posição.
O Vitória vinha de uma humilhante derrota por 15 bolas na Madeira e queria rectificar a má imagem deixada no Funchal e trepar alguns lugares na classificação. O Sporting vindo de uma derrota também ela desonrosa para a turma leonina, frente ao Ginásio do Sul vinha empenhado em recuperar o atraso na luta pelo título.
Foi mais feliz a equipa de Alvalade que ganhou o jogo sem saber ler nem escrever.

O Vitória mandou sempre no jogo, excepto quando devia. Liderando sempre o marcador a equipa comandada por Luís Monteiro, supria as lacunas técnicas com movimentações e desenhos tácticos que deixaram desnorteada a equipa do Sporting. Saliente-se o facto de à entrada nos últimos dez, doze minutos o Vitória comandar o marcador por 3 golos de diferença.
Mais uma vez, falhas defensivas, desconcentrações fatais e um inexplicável bloqueio mental por parte de alguns jogadores setubalenses,permitiram aos comandados de Fran Teixeira encurtar distancias no marcador e inclusivé chegar à liderança, momento a partir do qual não mais a perderam. A partir daqui o Vitória nunca mais se encontrou, não mais acreditou nas suas capacidades e deixou-se enlear nas teias e nas manhas dos jogadores sportinguistas.
O jogo terminou com uns mentirosos 18-23 e a equipa do Vitória cada vez mais a braços com problemas, que em meu entender são de origem mental.
Na equipa do Vitória destaque para o guarda redes Ricardo Correia ( ex-Sporting) e para o carismático Francisco Bacalhau, que depois dos 11 golos frente ao Ginásio do Sul, presenteou hoje a defesa leonina com 9 bejardas certeiras.

Segue-se o FCPorto como adversário e para a qualificação nos seis primeiros não se podem perder mais pontos.
Trabalho árduo tem o técnico do Vitória pela frente.

Eu continuo a acreditar.
Spry

sábado, outubro 25, 2003

Agenda de fim de semana

O jogo entre Vitória e Sporting, a contar para o campeonato da Liga Profissional de Andebol destaca-se no cartaz desportivo para o fim-de-semana sadino, acompanhado pelos muitos jogos dos «distritais» de futebol, sempre aliciantes.

ANDEBOL
Campeonato da Liga
VITÓRIA-SPORTING
Domingo, 16.00 horas, Pavilhão Antoine Velge
Árbitros: Eurico Nicolau e Ivan Caçador, de Leiria.

Camp. Nac. Júniores I Divisão
PAÇO D’ARCOS-VITÓRIA
Sàbado, 15.30 horas, Pav. S. Julião da Barra

Torneio Abertura de Iniciados
VITÓRIA-QUINTA NOVA
Sábado, 11.00 horas, Pavilhão Antoine Velge

Torneio Abertura de Infantis
ALTO MOINHO-VITÓRIA
Sábado, 14.15 horas, Pav. Alto do Moinho.

Futebol

Campeonato Nacional de Juvenis
AMORA-VITÓRIA
Domingo, 11.00 horas, Medideira 2.

Campeonato Nacional de Iniciados
VITÓRIA-PESCADORES
Domingo, 11.00 horas, Faralhão.

Campeonato Distrital da I Divisão
Domingo, 15.00 horas
1.º MAIO SAR.-PAIO PIRES (Brechão)
Árbitro: Miguel Jacob
ALMADA-ZAMBUJALENSE (Pragal)
Árbitro: Rui Teixeira
LUSO-ALCACERENSE (Qt.ª Pequena)
Árbitro: António Martins
SAMOUQ.-ALFARIM (Municipal, 15.30h)
Árbitro: Rui Camoesas
ARRENTELA-M. ROSARENSE (Boa Hora)
Árbitro: José Severino
MOITENSE-PALMELENSE (Juncal)
Árbitro: Carlos Tavares da Silva
LAGAMEÇAS-C. PIEDADE (Adelino Esteves)
Árbitro: Nelson Melo
CHARNECA-PESCADORES (Cassapo, 15.30h)
Árbitro: Helder Barradas.

Campeonato Distrital da II Divisão
Domingo, 15.00 horas
TRAFARIA-BM ALMADA (Pepita, 15.30h)
Árbitro: Paulo Almeida
QUINTAJENSE-JUV. SARILHENSE (Leonel Martins)
Árbitro: Paulo Jorge
ERMIDENSE-PORTO COVO (Novo Horizonte)
Árbitro: Bruno Rebelo
FARALHÃO-GRANDOLENSE (Estrela, 15.30h)
Árbitro: Fernando Quendera
COMÉRCIO-M. CAPARICA (Bela Vista)
Árbitro: Alexandre Quintelas
SANTO ANDRÉ-BOTAFOGO (E.S. André)
Árbitro: Nuno Campos
VG LANÇADA-AREAIS (Hortinha)
Árbitro: Rui Almeida

Camp. Dist. Júniores II Divisão
Sábado, 15.30 horas
BOTAFOGO-QT.ª CONDE (AH Matos)
Árbitro: Bruno Fialho
SANTO ANDRÉ-COMÉRCIO (E.S.André)
Árbitro: António Martins
PELÉZINHOS-SAMOUQ. (Várzea)
Árbitro: Luís Garcia

Campeonato Distrital de Juvenis
Domingo
SINDICATO-CHARNECA (Cova, 10.30h)
Árbitro: Carlos Mendes
PELÉZINHOS-MONTIJO (Várzea, 11.00h)
Árbitro: André Loução
B. AZEITÃO-PESCADORES (Brejoeira, 10.30h)
Árbitro: Jaime Santos
BAIRRO LICEU-BM GAIENSE (Várzea, 9.15h)
Árbitro: Joaquim Castor
PRAIENSE-ALCOCHET. (J. Tavares)
Árbitro: Hugo Guerreiro
AFRICANOS-CRUZ. PEGÕES (M.B. Vista, 25/10, 16h)
Árbitro: Nuno Simões.

Campeonato Distrital de Iniciados
Domingo
PALMELENSE-C. PIEDADE (C. Palma, 9.30h)
Árbitro: Paulo Macau
1º MAIO VAR.-SINDICATO (Varzinha, 10.30h)
Árbitro: Marco Moreira
VITÓRIA B-CRUZ. PEGÕES (25/10, 15h, sintético)
Árbitro: Elias Chaves
AMARELOS-T. TORRANENSE (M.B. Vista, 0.30h)
Árbitro: Mário Quendera

Campeonato Distrital de Escolas
Sábado
VITÓRIA-AMARELOS (sintético, 10.30h)
Árbitro: André Santana
ÍDOLOS-VASCO DA GAMA (Qt.ª St. António, 11.00h)
Árbitro: Pedro Ribeiro
C. FIGUEIRAS-S. ANDRÉ (Pedreiras, 11.00h)
Árbitro: Bruno Rebelo
PELÉZINHOS-MONTIJO (Várzea2, 9.30h)
Árbitro: Rui Camoesas

Campeonato Distrital de Infantis
Sábado
C. FIGUEIRAS-CHESET. (Pedreiras, 9.30h)
Árbitro: Bruno Rebelo
ÍDOLOS-PELÉZ. (Qt.ª St. António, 9.30h)
Árbitro: Pedro Ribeiro
1º MAIO VAR.-VITÓRIA (Varzinha, 9.30h)
Árbitro: Bruno Fialho
1º MAIO VAR. B-VITÓRIA B (Varzinha, 11.00h)
Árbitro: Bruno Fialho
PELÉZ B-VASCO DA GAMA (Várzea2, 11.00h)
Árbitro: Rui Camoesas.

FUTSAL
Camp. Dist. Séniores Masculinos
Vitória- Onze Unidos
Sábado 17h30, Antoine Velge

PALHAVÃ-INDEPENDENTES
Domingo, 19.00 horas, Pavilhão do Viso
Árbitro: Paulo Macau

Soube a pouco...

Soube mesmo a muito pouco o empate conseguido esta noite pelo Vitória nos Açores frente ao Sta Clara.
2-2 Foi o resultado de um jogo que o Vitória dominou, controlou e desperdiçou.

Carlos Carvalhal sentiu os sinais que lhe chegavam e mudou. Trocou Ricardo Pessoa por Orestes ( não justificou a oportunidade Orestes), Zé Pedro por Manuel do Carmo, João de Deus por Rui André e Costa por Puma.
E, quer tenha sido efeito das mudanças efectuadas no onze, quer tenha sido pelo facto de o mês de Julho ter sido regularizado o que é certo é que a atitude foi outra.
Houve vontade, querer, garra, determinação e também muito azar à mistura.
O Vitória entrou no jogo para ganhar, pressionando o adversário à saída da grande área não dando tempo ao Sta Clara para pensar. Aos dois minutos Meyong inaugurou o marcador. Um golo do outro mundo. De fora da área, descaído ligeiramente para a esquerda, desferiu um remate com a parte inferior da bota direita levando a bola a formar um arco e a anichar-se nas malhas junto ao ângulo superior esquerdo da baliza de Jorge Silva que ficou pregado à relva a observar o maravilhoso remate e delicioso arco descrito pela bola.

Uns minutos depois o Sta Clara numa bela jogada de futebol corrido chega ao empate. Centro da direita de Portela para as costas da defesa setubalense e Tiago Martins com uma entrada fulgurante de cabeça punha os insulares e o estreante e exuberante Filipe Moreira em delírio.

O Vitória continuava a mandar no jogo, foi durante toda a primeira parte a equipa mais esclarecida, mais objectiva e a única com capacidade para se abeirar da área contrária com perigo. Foi com naturalidade que à meia hora de jogo depois de uma excelente desmarcação de cabeça de Meyong a isolar Jorginho que veloz que nem uma seta, na cara de Jorge Silva meteu-lhe a bola por baixo e fazia o 2-1 para o Vitória. Antes do intervalo Sandro viria a atirar a bola à barra depois de uma bela jogada do flanco esquerdo do Vitória.

A segunda parte começou como acabara a primeira, com o Vitória no ataque. Dez minutos iniciais demolidores nos quais o Vitória podia e devia ter acabado com o jogo. Meyong, Jorginho e Manuel do Carmo desperdiçaram sucessivas oportunidades na cara do golo e deixavam já adivinhar o que se seguiria: Quem não mata morre! E seria isso que viria a acontecer. Com o Vitória a não conseguir marcar o Sta Clara decidiu ser mais acutilante, com a entrada de Ceará e Figueiredo o ataque açoreano mexeu mais. Mas o máximo que conseguiu foi repartir o jogo, pois bola cá bola lá e o perigo andava sempre mais perto de Jorge Silva.
Só que em mais uma bela jogada do ataque do Sta Clara, Portela ( de coração vitoriano e setubalense) centrou para a pequena área onde novamente Tiago Martins, apanhando a defensiva setubalense no contra pé fazia o 2-2 final.

A segundos do final dos descontos os açoreanos reclamaram um golo anulado e bem por pé alto do jogador do Sta Clara.

Quanto ao Vitória, pelo que fizeram em campo, pelo que lutaram e pela atitude demonstrada merecem o meu aplauso. Pela incapacidade de materializar em mais golos a inequívoca superioridade demonstrada os meus desejos de mais aplicação nessa matéria.

Jogámos para ganhar e não perdemos, já foi um passo em frente relativamente às últimas saídas do Vitória. Ainda não foi desta que ganhámos fora, mas o caminho foi encontrado. Será na Vila das Aves, depois do Maia na semana que vem, que nos estrearemos a vencer fora? Tenho a certeza que sim.

Viva o Vitória
Spry

sexta-feira, outubro 24, 2003

Ressentido e com mau humor

Quero acreditar que o meu amigo ressentido anda preocupado com o difícil encontro que o seu clube vai realizar com os juniores do Nacional de Montevideu, e encontrou no ataque que fez aos Vitorianos uma maneira de desviar as atenções da lama que rodeia o seu novo estádio (aconselho o uso de galochas).

Acusar os vitorianos, adeptos simples e fervorosos, de pintinhos ou o que quer que seja, não passa de mais um capitulo da sua saga em descobrir a urdidura (palavra muito em voga actualmente) que diz existir e que tem prejudicado o seu clube.

Percebo a sua indecisão actual no que concerne ao seu futuro líder, pois considero difícil a escolha entre o homem dos pneus, o jornalista ou o bruxo.
O melhor é dizer "Volta Vale e Azedo, que estás perdoado".

Vou para Sul, mas volto Domingo.
Allison
Sou, enquanto vitoriano, muitas vezes acusado de ligações privilegiadas com o FC Porto. São na maioria das vezes benfiquistas e sportinguistas meus amigos que, desgostosos, irritados e amargurados pela incapacidade dos seus próprios clubes em conseguirem comprar ao Vitória as suas jóias da coroa, preferem esconder as suas próprias vergonhas e culpar os outros por apenas tentarem sobreviver.

Vem isto a propósito, como o ressentido ( bem sei que já lá vão dez anos) os trata, dos Ferreiras. Muita dor de cotovelo por aí anda, ao ver a outrora delirante ala direita do Vitória vestida de azul e branco.
Foram para o FC Porto, não porque o Vitória tenha algum tipo de relação preferencial com o FCP ou de secretas amizades entre clubes, mas apenas pelo simples facto de ter sido o único clube a manifestar vontade concreta, séria e objectiva na aquisição dos passes dos jogadores.
Os lagartos pelo Paulo Ferreira fizeram chegar ao BOnfim, segundo consta, uma proposta pelo Paulo Ferreira de 70 mil contos, argumentando que o valor do atleta não justificava um superior investimento. O Fêcêpê chegou-se à frente e ofereceu 400 mil contos. É preciso dizer mais?

E o Marco Ferreira? Bem sei que na toca dos ressentidos era um velho sonho ver o Marco vestir de águia ao peito, mas as ligações obscuras, promíscuas e atentatórias do bem estar dos clubes do SLB a José Veiga, não deixaram alternativa aos responsáveis vitorianos.
José Veiga aliciou Marco Ferreira com mais de 25 mil contos para cumprir as duas épocas restantes ao serviço do Vitória e depois sair a custo zero... para o Benfica, pois então. Jorge Nuno estava atento e ofereceu 200 mil contos pelo extremo transmontano, para sair já. O Vitória com graves dificuldades financeiras, por um lado tinha o jogador de cabeça no ar desejando sair para um grande, por outro via a possibilidade real de ver sair Marco Ferreira sem contrapartidas financeiras para o Vitória. Havia alternativa?

Ainda hoje me dói a alma ao ver os Ferreiras entrar em campo com uma camisola distinta da do Vitória, mas doer-me-ia, seguramente, muito mais se os visse a vestir a camisola de um clube que não respeitou nem tratou de forma digna esta grande instituição que dá pelo nome de Vitória Futebol Clube.
Spry

O Vitória não é o Setúbal

Serve este post para elucidar e comunicar a todos os que teimam em continuar a chamar Setúbal ao Vitória de Setúbal que, estatutariamente o clube denomina-se Vitória Futebol Clube, Vitória de Setúbal ou apenas VFC.

Setúbal é o nome da cidade que tanto gostamos e louvamos, Vitória é o seu maior embaixador.
Se há coisa que irrita os Vitorianos é que todos os dias ao abrir as páginas dos jornais, ao ouvir os comentários radiofónicos, ao ver os comentadores televisivos, os analistas desportivos, tenhamos que aguentar com " O Setúbal".

Caros senhores jornalistas habitués deste blog O Setúbal não existe !
Esta é uma batalha que os sócios do Vitória travam já há algum tempo, mas que teima em dar frutos. A inércia da direcção que acha que não faz sentido dar conferências de imprensa para ensinar isto aos senhores jornalistas também não tem ajudado muito a esta batalha.
Mas doravante cada jornalista, que depois de ter lido este blog, voltar a escrever o Setúbal referindo-se ao nosso Vitória, não vai mais poder dizer que desconhecia que os sócios e adeptos do Vitória se sentem profundamente incomodados e ofendidos quando chamam ao seu querido Vitória Futebol Clube simplesmente o Setúbal.
Que pelo menos na blogoesfera possa deixar de ler tal atentado e já não dava este post como perdido.
Spry

Começa hoje o fim de semana desportivo

Esta noite, em Ponta Delgada arranca a 9ª jornada do Campeonato da Liga de Honra.
O Vitória de Setúbal deslocar-se-à ao arquipélago para tentar que a estreia no banco como técnico principal de Sebastião Pessanha, não se converta na despedida de Carlos Carvalhal como treinador do Vitória.

Surpreenderei alguns ao por as coisas nestes termos, mas o que é certo é que Carlos Carvalhal e o Vitória não se podem dar ao luxo de perder dois jogos seguidos. O Vitória a três pontos da subida, continua a ser em minha opinião a mais forte equipa deste campeonato. Jogadores de qualidade, experientes, alguns jovens canteranos de com um brilhante futuro pela frente, e um treinador da nova vaga. Culto, instruído, ambicioso e competente, Carlos Carvalhal é imagem de marca de uma nova geração de treinadores do futebol português.
Mas ao contrário do que ocorria no Vitória de Luís Campos ( tirando algumas excepções) este Vitória de Carvalhal ainda não convenceu a exigente massa associativa sadina. " Quem joga para empatar arrisca-se a perder", uma velha máxima do futebol português que assenta que nem uma luva no Vitória forasteiro deste ano. Existem, é certo, algumas lacunas no plantel. Quinito não conseguiu suprir devidamente a escassez de homens de ataque, foi ele o responsável pela formação do plantel e hoje Carvalhal ressente-se. Mas Carvalhal pelo passado do Vitória, pela responsabilidade ao envergar este emblema e por tudo o que lhe é exigível tem de imprimir outra atitude à equipa nomeadamente nos jogos fora. Não aceito jogar em Canaveses para o pontinho, não aceito jogar em Chaves para o pontinho nem em qualquer outro campo de batatas da Liga de Honra.Podemos até perder jogos, mas continuo a acreditar e a ser adepto daquela máxima que diz que quem joga bom futebol ganha mais vezes.
Futebol de ataque e o Carvalhal por muitos e bons anos à frente do Vitória é o que espero, desejo e ambiciono para o meu clube. Vencer em Ponta Delgada torna-se imperativo.

Situação de algum modo intranquila é também a que vive o técnico vitoriano e setubalense, ex- internacional português, Luís Monteiro, carinhosamente apelidado entre os Vitorianos por Sapo.
A derrota da semana passada por números avassaladores no pavilhão do Funchal deixou marcas no seio da equipa de andebol e no seio dos adeptos. Os jogadores sem capacidade para superar as adversidades que se lhes depararam na Madeira baquearam de forma inaceitável e nada melhor que no Domingo uma vitória caseira frente ao Sporting para recuperar animicamente os jogadores e reconciliar definitivamente a equipa com os sócios.
Domingo às quatro da tarde o Inferno do Antoine Velge prepara-se para fazer estragos na comitiva leonina. Estou convicto de que em Setúbal mais ninguém passará.

A equipa de Futsal, depois da brilhante vitória em casa do 3º classificado ( Odivelas) a semana passada por claros 7-2, recebe amanhã pelas 17h30 no Antoine Velge a equipa dos "11 Unidos". A caminhada para a 2ª divisão mantém-se inalterável e a ninguém no Vitória passa pela cabeça outro resultado que não a vitória.

A emoção começa já hoje e só vai terminar Domingo por volta das seis da tarde. Mais uma prova de risco para os corações dos mais ansiosos.

Citando o Hino: " O Vitória triunfará!!!"

Spry

quinta-feira, outubro 23, 2003

Romário impõe respeito

Romário disse "Aqui ninguém vai tirar onda com a gente. Se quiserem protestar, que comprem ingresso e vão xingar nas bancadas, não no local de trabalho."
O "Baixinho" tem razão.
Allison

quarta-feira, outubro 22, 2003

José Mota, o escolhido de Hernâni Silva

A escolha de Hernâni Silva para substituir o azarado José Gomes, recaiu em José Mota.
José Mota tinha saido de Paços de Fereira de candeias às avessas com o seu presidente, mas bastou um breve telefonema para rescindir com o Santa Clara e despedir-se do actual inferno que vivia em São Miguel. Deixou o clube num miserável 12º lugar, apesar de ter o maior orçamento da Liga de Honra e antes de bater com a porta ainda acusa os dirigentes açoreanos de estarem a fugir às responsabilidades, quiçá, digo eu, por terem assinado um contrato milionário com um técnico que tardava em encontrar o rumo a dar a tão bem pagos jogadores.
O tal treinador a colocar, ainda não foi desta que arranjou emprego, mas concerteza o ouviremos brevemente a dizer que o Gil Vicente, o Rio Ave ou o Estrela da Amadora são clubes muito grandes.
Em Setúbal, no Restaurante da Mila, outrora se dizia que iria substituir Camacho, hoje as perspectivas são outras. É assim a vida.
Allison

terça-feira, outubro 21, 2003

Não esquecendo a despedida inexplicável, para os pouco atentos ao jogo jogado fora das quatro linhas, de Luís Campos quando no Natal de há 2 anos João Magalhães ( mais uma das figuras sinistras do futebol português, consta até que uma vez terá ameaçado, no seu escritório um jornalista com uma pistola) comunicava ao seu treinador que estava despedido.
Os motivos nunca foram muito bem explicados.

Ao que se sabe o problema não era Luís Campos, mas sim o facto de Vítor Oliveira estar desempregado e João Magalhães necessitar de fechar negócio com a firma do pai do futuro treinador do Gil.
Uma mão lava a outra, Magalhães despediu Campos e fechou o negócio e o papá arranjou um emprego ao filho. Vítor Oliveira passa assim a ser treinador do Gil.
Como todos nós sabemos não são só os ministros que gostam de ajudar os filhos...
Spry

José Gomes, o primeiro a cair

Ouvi há dias uma inconfidência da parte de um bem informado jornalista desportivo "Para a semana vai haver uma chicotada psicológica na SuperLiga, há favores a pagar e um treinador para colocar".
Fiquei atónito. Fiz as minhas conta de cabeça e facilmente cheguei ao elo mais fraco, José Gomes.
Porquê?
1º Apesar das boas exibições, ultimo classificado apenas com 1 vitória.
2º Sucessivos votos de confiança por parte da direcção é sempre mau sinal.
3º Pouca influência no lobby dos treinadores.
4º Nova vaga de treinadores, cultos, jovens e com convicções próprias começam a ficar fora de moda.
5º Vagas na Sportv por preencher por treinadores que saibam ter um correcto discurso em público.
6º Não consegui imaginar Pimenta Machado culpar Inácio pelos maus resultados, em detrimento da luta contra as arbitragens.

Pois é, o que reina no mundo do futebol em Portugal ainda é o trafico de influências, incluindo na escolha de treinadores. Vamos ter que mamar com o Mário Reis, João Alves e outros da mesma igualha em detrimento dos jovens, bem preparados e com vontade de dar uma pedrada no charco em que o Futebol se está a deixar afundar.
Estou curioso por conhecer o substituto. Quem será????
Allison

Foi há tanto tempo...

Decorria o longínquo ano de 1968, mais precisamente no mês de Maio, que o conceituado jornal francês France Football, na sua habitual classificação europeia de clubes, colocava o Vitória de Setúbal na lista dos doze mais categorizados clubes europeus.
As doze melhores equipas do futebol europeu ( Portugal era o único país com a honra de ter 3 equipas na lista) eram:

1º Celtic Glasgow, 34 pts
2º Benfica, 31 pts
3º Milão, 29 pts
4º St. Etiénne, 28
5º Ajax, 26
6º Glasgow Rangers, 25
7º Real Madrid e Manchester United, 24
9º Zurique, 22
10º Nuremberga e Anderlecht, 21
12º Sporting Clube de Portugal e Vitória Futebol Clube, 20 pts.

Que saudades do Vitória que nunca vi, que saudades dos tempos que hão de vir...

Spry

segunda-feira, outubro 20, 2003

" O caso Saltillo" Parte XII

A derradeira jornada tinha deixado tudo por decidir, tudo podia acontecer. Até o empate a duas bolas entre Portugal e Marrocos poderia qualificar ambas as equipas. José Faria, brasileiro, seleccionador marroquino na altura fez chegar, dias antes do jogo, um fax a José Torres, mencionando-lhe estar tão entusiasmado com a possibilidade de pela primeira vez uma equipa africana se qualificar para a segunda fase, que propunha o empate a dois, de forma a garantir às duas equipas a passagem à 2ª fase.
Torres, ironicamente, responderia apenas: " Está bem e nós somos os primeiros a marcar dois golos..."

O jogo foi em Guadalajara. O avião da comitiva lusa teve um atraso de várias horas, a viagem foi feita de noite e o cansaço e a fadiga acumulada pelos jogadores foi demasiado desgastante. A viagem, como decerto o postador eugenio recordará com arrepios, foi assustadora, com uma violenta trovoada e constantes relâmpagos a "iluminarem" a viagem.

O treino da véspera do jogo decisivo foi, segundo Vítor Serpa, sem entusiasmo, quiçá por cansaço, quiçá por desleixo, quiçá pelo peso nas pernas da intensidade do longo estágio, quiçá por tudo isto.

O jogo viria a confirmar os piores receios.
Sob arbitragem do senhor Alan Snoody da Irlanda do Norte as equipas alinharam:

Portugal----------------------------Marrocos

Damas------------------------------Zaki
Álvaro ( Águas,53)-------------------------------Labd
Frederico---------------------------Bouyahiaoui
Oliveira----------------------------El Byaz
Inácio------------------------------Lamris
Jaime Magalhães-----------------Dolmy
Futre--------------------------------Khairi
Carlos Manuel--------------------Krimau
Jaime Pacheco------------------Timoumi
Sousa ( Diamantino,68--------El Haddoui
Gomes ----------------------------Aziz

Os nossos carrascos foram Khairi, por 2 vezes e Krimau. Diamantino, com o resultado em três a zero, como não podia deixar de ser, acabou em beleza. Um chapéu maravilhoso, um golo notável, um pormenor técnico apenas ao alcance dos mágicos, que não valeu de nada, que poucos hoje recordarão e que a mim, então com 8 anos, me baralhou. Como era possível depois do jogo contra a Inglaterra, com Marrocos à mão de semear e com intérpretes capazes de fazer chapéus como o do " rato cego" não passar à fase dos jogos a doer. Foi a minha primeira grande desilusão com a Selecção Nacional.
E foi talvez a partir de então que comecei a entender o significado da palavra fado.

" A Bola" titulava " Adios Mexico".

A lista negra da Selecção já estava a ser elaborada por Silva Resende e seus compinchas. Foi decidido que no futuro o seleccionador não será um treinador. Torres, triste e inconsolável exclama: " Nunca mais ninguém me chamou 'Bom Gigante' "

E foi assim, sem glória, depois de tudo o ocorrido, que viria a terminar a saga mexicana. Eliminados aos pés de Marrocos depois de dobrarmos a poderosa Inglaterra. O fado português tem sido feito destas pequenas bizarrarias e não é apenas na Selecção Nacional que se notam estes fenómenos. A nossa sociedade está infestada, com as devidas adaptações destes sinais, não sendo a Selecção senão mais do que o reflexo do que somos como país e como povo.

Sou de opinião que o que se terá pasado no Mundial do Oriente reflecte ainda alguns dos defeitos e das asneiras de Saltillo, mas como fiel do futebol e dos símbolos por mim adoptados para aderir a esta religião, estou convicto de que o espaço de uma geração será suficiente para alterar muito do actual estado de coisas na sociedade portuguesa, futebol incluído.
Spry

domingo, outubro 19, 2003

Há momentos assim

Chegado de Canaveses e exactamente tres minutos depois de ter enviado o dorido post para a blogosfera, estava a ser debitada na minha caixa postal do telemovel a mensagem falada mais sentida e emocionada que eu já tinha recebido depois de um desaire vitoriano.
O meu amigo Alisson com a voz embargada de emoção e com a língua enrolada pelas traquinices do Chivas Regal, falou assim na solidão da minha caixa postal:

" Tou. Companheiro, Fod....!!! Gaanda merda de dia pó Vitória, car.....!!! Fod..... três a um cu Marco, 24-9... fogo... Ganda nojo... Fogo... Um gajo tem uma sina do car.... meu, gostar de um clube,... fod....!!! Fod.... meu!!! É assim companheiro, nascemos memo pa sofrer, mas a gente vai dar a volta por cima. Somos os maaaiores!!! Fod....!!! Vitória sempre. Pra sempre!!! Viva o Vitória."

Antes de me deitar ouvi a mensagem e o efeito retemperador foi maior que o da Marcha do Vitória cantado pela Lenita.

Tenho a certeza que o Vitória vai dar a volta por cima. Quem tem adeptos assim está condenado à glória.
Viva o Vitória
Spry
No debate de lançamento da revista catalã L'Avenç, uma publicação de História, Jaume Sobrequés, director do F.C Barcelona, agitou o debate com uma reflexão acerca das milionárias audiências televisivas dos jogos de futebol e as tendencias mercantilistas para as quais apontavam as sociedades anónimas desportivas. " Correndo o risco de estar a proferir uma heresia, direi que é possível que se venha a acabar por fazer encontros à porta fechada. Se as sociedades anónimas impedem já que os presidentes dos clubes sejam eleitos pelos sócios e se tende a um funcionamento totalmente empresaria. Será mantida a actual relação mística entre os sócios e os clubes?" Perguntava. Estávamos então no ano de 1997.

A resposta ao senhor Sobrequés, nesse debate, foi dada por um senhor da literatura mundial, " o ícone intelectual da Espanha democrática" como titulava hoje o " El País", Manuel Vásquez Montalbán, falecido na passada Sexta Feira: " Espero que no dia que se produza essa mudança me avisem, para me mudar para o nãoteirrites. O futebol interessa-me porque é uma religião benévola que provocou muito poucos danos. Existirá futebol enquanto as pessoas acreditarem num clube e numas cores como sinais de identidade numa sociedade na qual faltam cada vez mais referencias".

Sem Montalbán as letras espanholas ficaram mais pobres. O futebol perdeu um dos seus mais devotos fiéis e um dos seus mais brilhantes analistas.

Eu, mesmo depois de um Sábado aziago, continuo a rever-me num clube e numas cores. E seja lá onde for e quando for, sempre que o Vitória entrar em campo jamais se fará um jogo sem adeptos e sem fiéis.
Spry

Há dias assim...

Foi mau de mais para ser verdade. Um dia que se queria verde e branco de Vitória, foi um dia cinzento, chuvoso e com duras e pesadas derrotas das duas equipas profissionais do Vitória.
Na Madeira o Vitória, em andebol, foi humilhado por uns claros 24-9. A frieza dos números diz tudo. Abster-me-ei de mais comentários por agora. Creio que voltarei a tentar digerir esta derrota aqui, mais tarde. Resta-me a cosolação de esperar toda a semana pelas 16h00 do próximo Domingo para receber no Antoine Velge o Sporting e rapidamente esquecer esta derrota madeirense, com uma exibição e uma vitória convincentes, como vem já sendo hábito quando a turma leonina se desloca a Setúbal.

No futebol o cenário foi igualmente horrendo. Perder 3-1 com o Marco não lembra a ninguém. Apanhar chuva na tromba durante mais de 2 horas, fazer mais de 800 km, passar 8 horas dentro de um automóvel, para ver espectáculos destes não é para fanáticos de futebol. É apenas tarefa, para pessoas mentalmente perturbadas, doidas ou idiotas. Ainda não sei bem em que categoria me hei-de incluir. Um pouco em todas suponho.

Hoje é um daqueles dias em que a moral vitoriana está mesmo em baixo e os relatos, os resumos e as transmissões de Domingo já não vão saber ao mesmo. A quem não teve este fim de semana o triste sabor da derrota aconselho-os a aproveitarem a efemeridade das vitórias.
Esta vai-me custar a digerir. Até Sexta feira pelo menos, dia de jogo novamente, nos Açores contra o Sta Clara, com transmissão na NTV e RTP África.
Um resto de bom de fim de semana desportivo e oxalá que a equipa de iniciados, daqui a poucas horas obtenha a primeira vitória. Já é hora.
Spry

sábado, outubro 18, 2003

Hoje há Vitória!!!

Este Sábado vai ser agitado para os corações setubalenses. O expoente máximo da cidade à beira sado plantada, tem hoje, no que às suas principais equipas diz respeito, uma jornada dura, difícil, árdua, com muita adversidade e com muitos obstáculos para ultrapassar. Uma jornada, na qual os adeptos vitorianos, esperam por parte dos seus atletas, muito querer, muito combate e espírito de sacrifício, muito sentir do peso da camisola que envergam. Exigimos que honrem e respeitem o distinto emblema que envergam.
Uma jornada cuja importancia pode ser demasiada em caso de resultados negativos.

A equipa de Futsal do Vitória, classificada em 3º lugar, não pode afastar-se mais dos seus adversários principais e portanto precisa de vencer em casa do odivelas. Depois da vitória fora de portas da semana passada, outra é o que se espera na cidade que viu nascer Bocage.

No estonteante campeonato da Liga de andebol, o Vitória tem uma deslocação importantíssima ao Funchal para defrontar a excelente equipa do Madeira, Sad.
As duas equipas são de qualidade semelhante. Qualquer resultado é possível. Tanto poderá ser o factor casa a fazer a diferença, como a irreverência e a coragem da jovem equipa vitoriana podem fazer estragos seja onde for. Um duelo interessante. Sábado às 19h00.

Pelas 21h00 no estádio Avelino Ferreira Torres, em Marco de Canaveses, o Marco recebe o cabeça de cartaz Vitória de Setúbal. Jogo grande na terra. Bem cedinho em Canaveses, onde outrora se passeou Carmen Miranda, começarão a chegar os autocarros com a habitual falange de apoio sadina. É impossível descrever. Só vendo. A mancha verde e branca far-se-á notar sem dificuldade. Os garrafões de vinho, a marcha do Vitória e o cheiro a sardinha assada vão encher de festa e alegria a simpática localidade.

Eu, como vou dormir até tarde, visto que em vésperas de jogos sou assolado por terríveis insónias e um nervoso miudinho, que com o passar dos anos se terá já transformado num nervoso rapagão, sintomatologia esta só entendível por outros pacientes com sintomas análogos, não vou assistir a esta festa sadina em Canaveses. Arranco só depois de almoço. Chegar dar um giro, e dirigir-me ao campo da bola. ganhar, tranquilamente, se é que posso pedir este ano. E vir pa baixo. Tou a calacular chegar por volta das 3 da manha. O jogo é as 21h00, festejar não festejar, sair não sair, comer uma sandes de leitao na Mealhada não comer, calculo por volta das 3h30 de Domigo já aqui estar sentado a fazer-vos a crónica do meu primeiro jogo fora este ano e esperemos, da primeira vitória fora do Vitória este ano. Ah, isto se o Vitória não tiver perdido, porque nesse caso devo precisar de digerir primeiro e terá de ficar para mais tarde.
Bons jogos.
Spry

" O caso Saltillo" Parte XI

Monterrey, terra de má memória para Manuel Bento. Aquele treino poria fim a uma carreira internacional brilhante, aos 37 anos de idade e a 3 internacionalizações para bater o record de Néné (66). Ao jogar a avançado naquela peladinha fatídica, num lance com José António, caiu mal e partiu a perna.
Damas não estava à altura do acontecimento. Deprimido, triste e isolado e assim se manteria até final do Campeonato do Mundo.
Futre continuava no banco.
Depois da decepcionante derrota frente à Polónia, com golo de Smolarek, Futre ( entrou para substituir Gomes, era a arma secreta diziam-lhe) exclamava para a A Bola " Mas qual arma secreta, qual quê, o que eu quero é jogar de início e ainda não tive essa oportunidade."

Portugal----------------------------Polónia

Damas------------------------------Mlynarczyk
Álvaro-------------------------------Wojciki
Frederico---------------------------Pawlak
Oliveira----------------------------Majewski
Inácio------------------------------Ostrowski
André( Magalhães,72)---------Matysik
Diamantino-----------------------Dziekanowski
Carlos Manuel------------------Komorniki ( Karas,67)
Jaime Pacheco------------------Urban
Sousa-----------------------------Boniek
Gomes ( Futre,46)--------------Smolarek

O apuramento tinha ficado, surpreendentemente adiado para o último jogo. Mas felizmente era com Marrocos. Pensava-se.
Spry

sexta-feira, outubro 17, 2003

Roger, o menino do Rio

A atmosfera eleitoral que está instalada na luz, começa a chegar ao balneário. Primeiro foi Luis Filipe Vieira em entrevista ao jornal Record, a criticar o modo como Roger foi contratado. Segundo ele, mercê da euforia da vitória eleitoral de Manuel Vilarinho, Roger foi pago em "cash" com a ajuda de Bibi (Vitor Santos), e questiona também o valor de Roger comparando-o à contratação falhada de Peixe e à contratação de Ronald Garcia.
Ultimamente, é Jaime Antunes que questiona as opções de Camacho, por não incluir Roger no onze titular.
Na minha opinião Roger é um excelente jogador, um diabrete com a magia dos predestinados, que encontraria facilmente lugar num onze onde pontifica um Zahovic amorfo e um Feher que deve a sua técnica aos ensinamentos de sumidades na matéria como os seus colegas Bossio e Argel.
O Simões é que sabe, o Veiga é que sabe, o Luis Filipe Viera é que sabe, o Camacho é que sabe, mas quem não ganha nada é o Benfica.

Ouvi dizer que o José Mourinho está atento, porque até precisa de um criador para o lugar de Deco na próxima época.
Será verdade?
Allison

quinta-feira, outubro 16, 2003

Rui Gomes, o matador de Marco de Canaveses

O meu Vitória vai efectuar o próximo jogo da Liga de Honra em Marco de Canaveses contra o clube local. Marco de Canaveses, terra reaccionária, liderada pelo o "ultimo" dos fachos, de seu nome Avelino, tem no clube FC Marco um bom veículo para a injecção de dinheiros públicos.

Fazendo a análise do plantel do Marco, há um nome que é bem conhecido dos vitorianos, Rui Gomes. Possante atleta, de origem angolana, vestiu as cores vitorianas nas épocas 98/99 e 99/00. É verdade que não deixou grandes saudades, mas Setúbal recorda-se ainda da sua vontade e das suas correrias pelo campo, muitas das vezes sem qualquer sentido.

Rui Gomes, chega a Setúbal pela mão do empresário Rui Formosinho, rotulado de grande ponta-de-lança, com ainda muita margem de progressão. Carlos Cardoso, confia no seu amigo Formosinho e dá aval à contratação do jovem angolano, na altura com apenas 20 anos de idade (nasceu em 01/08/1978). Na verdade Rui Gomes na sua 1ª época em Setúbal apenas participa em uma partida, mercê da concorrência de Chiquinho Conde e do internacional do Azerbeijão Veli Kasumov.
Na época de 99/00, e depois de um brilhante 5º lugar na época anterior, Carlos Cardoso continua a contar com Rui Gomes para os dificeis compromissos que o Vitória teria de efectuar. As coisas correm mal (eliminação precoce na Taça Uefa e má classificação no campeonato) o que leva à demissão de Carlos Cardoso, e posterior contratação de Rui Águas, passando mais uma época em Setúbal sem conseguir impor o seu futebol, participando em 7 jogos e apontando apenas um golo, fraco peculio para um ponta de lança.
Com a despromoção do Vitória acontece também a despromoção de Rui Gomes, sendo dispensado do Bonfim e ingressando no Penafiel na altura orientado por Luís Campos. A época não começa da melhor maneira para o atleta, mas a demissão de Luis Campos e a contratação de Ricardo Formosinho (irmão do seu empresário) abrem-lhe as portas da titularidade, acabando por fazer uma época agradavel com 30 jogos e 10 golos.
No início da época 2001/02, Manuel Correia assume o comando do Penafiel, mantendo a aposta em Rui Gomes como titular, mas a saída de Formosinho, deixa Rui Gomes abalado (perda de influência do seu empresário na elaboração do onze) acabando por fazer uma época mediocre com apenas 2 golos em 22 jogos.
Subitamente no início da época de 2002/03 surge o convite de José Dinis para assinar pelo Marco, pelo que Rui Gomes com o fantasma do desemprego na sua mente, assina contrato por 2 épocas, e volta a sentir alegria pelo jogo destacando-se em equipa com pouca classe onde pontificavam Helder Quental e o guarda-redes Paulo Morais. Faz uma boa época com 9 golos em 33 jogos.
Na época actual Rui Gomes tem tido dificuldades em se impôr no FC Marco, devido essencialmente a arreliadoras lesões, concorrência de André Cunha e Julio César, tal como a instável carreira da equipa que já levou à substituição do técnico José Dinis por Mazzola.

Espero que a tradição de ex-jogadores vitorianos marcarem golos à equipa do Sado não se confirme (Rui Gomes já marcou um golo ao Vitória, em pleno Estádio do Bonfim com a camisola do Penafiel) e que as correrias desenfreadas de Rui Gomes não passem de caricias aos duros centrais setubalenses.
Allison

quarta-feira, outubro 15, 2003

" O caso Saltillo" Parte X

Em Portugal muita tinta continuava a correr.
As declarações políticas sucediam-se em catadupa, Manuel Alegre defende o direito à reivindicação dos jogadores, como trabalhadores iguais aos outros. O Partido Popular Monárquico tem esta frase: "... a partir daqui os jogadores só se redimirão se forem campeões do Mundo."
A discussão em Saltillo, aparentemente sanada, mantinha-se. Por exemplo, a Adidas tinha cumprido a sua parte do acordado em termos de excusividade, só que os jogadores como não recebiam nada, vestiam os equipamentos ao contrário.
Agostinho Oliveira, presente no Hotel como acompanhante da Selecção, foi o negociante que Joaquim Oliveira utilizou para conseguir negociar um acordo individual com os jogadores pagando do seu bolso o que a Federação não quis pagar.

E é nesta parte da história que começa o Mundial do México de 1986.

Portugal

Bento
Álvaro
Frederico
Oliveira
Inácio
André
Diamantino
Carlos Manuel
Jaime Pacheco
Sousa
Gomes

Inglaterra

Shilton
Stevens
Fenwick
Butcher
Sanson
Hoddle
Wilkins
Robson
Waddle
Lineker
Hateley

Nas bancadas o ambiente era festivo, o apoio à Selecção Portuguesa por parte do público mexicano era evidente e podia-se mesmo, encontrar na bancada um cartaz que dizia: " Portugal! Las chicas de Saltillo te apoyan". Elucidativo!

A formação do onze inicial muitas polémicas gerou. Futre, então com 20 anos, era apontado pelos media estrangeiros como o sucessor de Maradona e a revelação do campeonato do mundo, não tinha contudo ainda o peso suficiente junto de José Torres para se impor como titular. Pelo menos tanto quanto Sousa, então jogador leonino, que soube-se teve uma conversa duríssima com José Torres onde o acusava de defender de forma absurda o impossível equilibrio entre clubes. Foi titular. Futre ficou no banco. E Portugal venceu por 1-0, com um golo, que me fez esfusiantemente saltar do sofá para a frente do televisor, de Carlos Manuel, após uma excelente jogada na direita de Diamantino, faltavam 16 minutos para o final. A malta da margem sul facturava e o Mundo e o País punham Portugal no céu...

Carlos Manuel no final exclamava: " esta foi a vitória da dignidade dos jogadores portugueses". O prémio de jogo foi atribuído à Casa do Gaiato de Setúbal.
Spry

terça-feira, outubro 14, 2003

" O caso Saltillo " Parte IX

De repente paira no ar, ideia inteligente e intencionalmente feita passar pelos dirigentes, de que podia estar em risco o Inglaterra-Portugal. Bem como as consequências daí advenientes como o afastamento por vários anos das competições internacionais, segundo as regras da FIFA.
Havelange dá a mão ao amigo Silva Resende e manifesta-lhe apoio à posição da FPF.
Os jogadores, paesar de hesitantes, começam a tomar consciência de que mais não podiam fazer e teriam forçosamente de recuar.
A questão era: "como fazê-lo sem perder a face?". Ajudados e aconselhados por alguns jornalistas da sua confiança, os jogadores redigiram um extenso comunicado e convocaram a imprensa.
A noite é longa e agitada nos corredores do Hotel La Torre e no dia seguinte a imprensa de todo o mundo estava em Saltillo a cobrir a tomada de posição dos atletas portugueses. A sala enorme é pequena para tanta gente. televisões internacionais, dezenas de rádios de todo o mundo, centenas de jornais e nem um dirigente federativo presente a essa hora no hotel.
Bento é o porta voz do grupo e lê o comunicado donde se extraem os seguintes excertos:
" Como é do conhecimento geral, demos um prazo até hoje, para que a FPF... dialogasse connosco. Até ao presente... ninguém deu qualquer resposta à vontade e necessidade que temos de dialogar"

" ...consideramos ser um direito da classe dos jogadores de futebol o diálogo com a Federação, para mais tendo em conta a importância e significado de uma representação nacional..." " No fundo o que está em causa é a dignidade moral do jogador de futebol e é por ela que lutamos para que mais tarde outros profissionais de futebol não sofram o que nós estamos a sofrer"

"... a reunião havida em Lisboa... só revela a má-fé demonstrada pela FPF, porque mais uma vez quis resolver o assunto sem dialogar com os futebolistas."

" Para que não restem dúvidas... esclarecemos as condições em que nos mandaram para o México:
1- 4 mil escudos de diária
2- 100 mil escudos de prémio de presença em cada jogo na fase inicial, se formos afastados da competição
3-200 mil escudos, dados pelo sr. Joaquim Oliveira e não pela FPF, para envergarmos, nos treinos e nos eventuais jogos de preparação, camisolas com publicidade de determinada marca, quando a Federação, segundo consta, recebrá cerca de 25 mil contos; esclarecemos que, em 1984, no Campeonato da Europa, recebemos quase o dobro desta verba, paga pela Federação.
4- Obrigatoriedade de usarmos, diariamente, roupa de uma marca desportiva, sem qualquer compensação monetária"

"... os profissionais de futebol não são crianças, às quais se dão reguadas e se impõem castigos, nem mentecaptos manejados a bel-prazer de quem ocupa cargos directivos."

E depois concluem:

"
a) Comparecer ao treino de amanhã(...)
b)Prosseguir os treinos com vista ao Campeonato do Mundo(...)
c) Constituir nosso interlocutor José Torres e pedir-lhe que sirva de elemento de ligação entre os jogadores e o sr coordenador...
d) Afirmar a todos os nossos compatriotas a determinação que temos em lutar, com a maior energia, vontade, e espírito de sacrifício, por resultados desportivos que nos dignifiquem enquanto homens e enquanto portugueses
e)
f)
h) Considerar que obtivemos uma grande vitória, da moral e da liberdade, ao conseguir desmascarar esta situação...
i) Provar que não é a questão financeira que nos perturba, mas sim o facto de não nos tratarem como pessoas, com cabeça para pensar e coração para sofrer
j) Finalmente, gostaríamos de considerar este assunto encerrado, por agora ( a ele voltaremos na hora própria e no local próprio), a fim de nos dedicarmos, por inteiro, aos treinos e aos jogos do Campeonato do Mundo"
Tudo está bem quando acaba em bem.
Spry

Fim de semana atribulado

Duas jornadas de resultados muito positivos para o emblema sadino e dois dias de emoções muito fortes, no que ao Vitória diz respeito.

No Sábado, a equipa de andebol do Vitória sossegou os adeptos vitorianos, pelo menos aqueles que ainda duvidavam do real valor desta equipa. Uma exibição convincente, frente a um adversário com muitas aspirações e com muita qualidade (recorde-se o empate na jornada inaugural do Águas Santas em pleno pavilhão de Sto Tirso frente ao FCP). na 1ª parte o Vitória jogou, encantou e esmagou a equipa do Águas Santas, onde Luis Baldaia e Paulo Faria carregaram o piano, chegando a estar a vencer por 7 golos, sendo que ao intervalo o Vitória vencia por 6 golos de diferença, com Francisco Bacalhau a assumir-se, desde logo como o Homem do jogo.
Na 2ª parte alguma desconcentração ofensiva e a forte vontade dos homens do Àguas Santas, fizeram com que ao longo da etapa complementar a turma da cidade da Maia, encurtasse a diferença e terminasse, mesmo o jogo a perder apenas por um golo. De qualquer das formas e apesar do sofrimento a vitória do Vitória é incontestável dada a superioridade evidenciada pelo Vitória ao longo de toda a partida, onde mesmo na parte final do encontro o Vitória esteve sempre no perfeito controlo das operações.

Na Charneca da Caparica a equipa de Futsal do Vitória, candidata à subida ao 2º escalão da modalidade, venceu a formação do Serrado por 6-5, numa partida onde a emoção foi também uma constante.

Referência merecem também os juniores do Vitória, que em partida a contar para a 5ª jornada do campeonato nacional de futebol, bateram o Farense por 2-0, numa bela e disputada partida de futebol.


Por falar em emoções, ainda que distintas, realço o facto de no Sábado à noite a Selecção Portuguesa ter, quais magriços em 66, vencido por 5-3 a fortíssima Selecção Albanesa.
Acho que o Scolari tem razão: " Não estou preocupado. Nós marcámos 5 e eles marcaram 3. Se fosse ao contrário aí sim estaria preocupado". Pá frente é que é caminho!!!!!!
Para mim Ricardo é o nº1 da Selecção, mas não pode dar frangos daqueles. Dois lances imperdoáveis para quem quer continuar a ser o nº1 da Selecção. Bruno Vale está à espreita...


Como se as emoções de Sábado não tivessem sido suficientemente fortes, o Domingo pôs os corações dos setubalenses e dos Vitorianos, verdadeiramente à beira de um ataque. Frente à arrimada equipa do Lixa, o Vitória ao fim de 120 minutos não conseguiu melhor que 1-1. Meyong marcou o 1-0 para o Vitória.
Findo o prolongamento, tudo se iria decidir na lotaria dos penalties.
O Lixa chegado à 5º penalidade se marcasse passava, o jogo estava 2-2 e o Vitória já tinha marcado os 5. Pedro Geraldo tinha toda uma terra esperançada no pontapé vitorioso que poria o Vitória fora da taça, mas o Tubarão ( nome carinhosamente atribuído pelos sócios ao gurda redes Marco Tábuas) tinha toda uma cidade de ouvidos colados à rádio a torcer por ele, tinha todo um passado de uma Instituição por 8 vezes presente na final da Taça a pesar-lhe sobre os ombros. O tubarão não fraquejou e do fundo da sua alma de vitoriano encontrou arte, forças e agilidade suficientes que impediram o Lixa de fazer taça e adiou o final do jogo. No 6º penalty o canterano Mário Pessoa marcou para o Vitória e John atirou ao lado. O Vitória está na 4ª eliminatória da Taça.
Apesar da real diferença de valor entre os planteis, ontem tal não se fez notar, mas Taça é isto mesmo e não creio que tenha sido um sinal preocupante para o futuro da equipa sadina.
Sábado à noite há mais. É em Marco de Canaveses. Na terra desse grande facho, e que gozo me vai dar ganhar no estádio com o nome que tem.
Que depois do próximo fim de semana desportivo tenha tão boas notícias como as de hoje.
Spry

sábado, outubro 11, 2003

Deslocação a Lixa

Amanhã o meu Vitória vai se deslocar a Lixa para defrontar a equipa local em mais uma eliminatória da Taça de Portugal. Segundo o jornal o O Jogo é esperada uma enchente, e o técnico do Lixa Artur Costa tem esperança que aconteça Taça.

Fazendo uma pequena pesquisa pelo plantel do Lixa, depressa sobresai um nome que já passou com relativo sucesso pela chamada na altura 1ª Divisão. Conhecido pelo seu estilo amarrecado e o seu pontapé forte, Formoso está actualmente a lançar o seu perfume (de duvidosa qualidade) pelos relvados da 2ª Divisão B.

Nascido na Póvoa do Varzim em 08/02/1974, inicia a sua carreira pela mão de Augusto Mata no Infesta, onde permanece três temporadas antes de ser descoberto por Bernardino Pedroto que o contrata para o Gil Vicente na época 1996/97. Faz uma época acima das expectativas marcando 5 golos, despertando a cobiça de clubes de maior nomeada, acabando por assinar pelo Braga onde conquista facilmente a titularidade nas duas épocas seguintes.
Finda a época de 1998/99, coincidindo com o final do seu contrato com o Braga, comete quanto a mim o grande erro da sua carreira, assinando pelo Boavista, começando aqui o declinio da sua carreira.
Não se consegue impor no Bessa, e em Dezembro é emprestado ao Santa Clara onde também não é feliz, não conseguindo evitar que o conjunto insular seja despromovido à  II Liga.
Na época 2000/01 desvincula-se do Boavista e assina pelo Paços de Ferreira onde não passa de uma 2ª opcção para José Mota, em virtude da presença no plantel de Zé Nando, Beto e Everaldo, acabando por passar a temporada na sombra.
No inicio da época 2001/02, pela 1ª vez em 5 anos, não encontra espaço na I Liga, acabando por assinar pela Ovarense, clube que tinha como objectivo a permanência no segundo escalão do futebol nacional. Não consegue o relançamento da sua carreira e nos anos seguintes acaba por assinar em 2002/03 pelo Vizela (despromoção à  III) e em 2003/04 pelo Lixa, clube pelo qual vai defrontar o meu Vitória amanhã.

Espero que esta eliminatória da Taça de Portugal não sirva para vermos o antigo Formoso, que com o seu temivel pontapé fazia tremer os guarda-redes da I Liga.

Boa sorte Vitória.
Allison

sexta-feira, outubro 10, 2003

O fim de semana está à porta. Dias difíceis adivinham-se para os fanáticos da bola, que se vêm privados, em virtude de mais um "complicado" encontro de preparação para o Euro 2004 frente à toda poderosa Albânia, do campeonato profissional da Superliga.

A blogosfera desportiva vai certamente refrear os ânimos na próxima semana. Sem o Benfica, o Porto e o Sporting jogarem não há espaço para as habituais queixas. Talvez os adeptos dos denominados grandes tenham pouco com que se entreter este fim de semana. Visto que os seus clubes não jogam e apenas joga a que para muitos ( sobretudo, os benfiquistas) é a sua segunda equipa: a selecção nacional.

Pela parte que me toca vou ter um fim de semana bem preenchido desportivamente falando. No Sábado joga a "minha" equipa. A Selecção é a minha equipa nº 1. Sou fanático, doente e cego pelo Vitória, mas a Selecção nacional deveria ser a ponte que une os adeptos do futebol, o traço comum que a todos envolve, o expoente máximo da nossa clubite. Todos do mesmo lado. Infelizmente no nosso país o umbigo ainda é muito importante.

E vou vibrar com o andebol do Vitória. Recebe no Sábado o Águas Santas.
Depois do primeiro triunfo, algo decepcionante, por um golo de diferença, contra o Alto do Moínho, o Vitória deffronta agora a fortíssima equipa do Águas Santas. É um encontro decisivo paa o aquilatar das condições e possibilidades reais da equipa do Vitória para efectuar uma temporada com o nível da do ano passado.

E no Domingo joga a equipa de futebol. Para a Taça de Portugal. Lá vamos nós incansáveis e fiéis adeptos calcorrear a A1 ao Domingo de manhã tendo como destino o palco das exibições guerreiras e vibrantes dos atletas vitorianos.

Mesmo sem superliga, para os verdadeiros fanáticos não há fim de semana sem a indispensável dose de adrenalina.

Vou tentar manter-vos actualizados.
SAUDAÇÕES DESPORTIVAS
Spry

" O caso saltillo" Parte VIII

Importa referir que o Presidente Silva Resende, apenas nesta altura viajou para o México e ainda assim manteve-se o mais distante possível de Saltillo, refugiando-se desde a sua chegada na distante e cosmopolita Cidade do México.
Fazendo ouvidos moucos aos sucessivos apelos de Amandio de Carvalho, que cada vez mais se via incapaz de gerir a situação, o Dr. Silva Resende confortavel e inexplicavelmente alheava-se e demarcava-se dos problemas, recusando-se a conceder, um minuto que seja, de diálogo aos atletas.
Silva resende deparava-se com insinuações e acusações dos atletas, que diziam que o Presidente não gostava de se misturar com " jogadores da bola" e que deambulava no mundo do futebol mais por interesses pessoais do que nacionais.

Amandio de Carvalho e César Grácio, cada vez sentem mais de perto o descontentamento dos jogadores e em surdina vão deixando cair o desabafo que quem devia estar ali era Silva Resende. Os dirigentes por um lado, defendem oficialmente perante os jornalistas, os jogadores e o País a posição da FPF, porém cada vez mais enfraquecidos e mais vulneráveis, pelos corredores do hotel e nos bastidores confessavam que se fosse por eles que a situação há muito estaria resolvida. Desculpavam-se com a ausência de Silva Resende, a quem nunca viriam a perdooar o facto do Dr. não lhes ter amparado os golpes de asa.
Silva Resende da cidade do México ordenava que nada se fizesse e exclamava: " se for preciso que se retire a Selecção do Mundial"

Na sequencia destesacontecimentos os jogadores emitem, no dia 25 de Maio, um comunicado onde afirmam lamentar a falta de resposta às solicitações dos jogadores e que tomam a posição de não comparecer, nesse dia ao jogo treino em Monterrey. Ainda assim concluem: " Contudo, continuaremos com todo o empenho e dignidade o nosso treino normal em Saltillo. Mais uma vez lamentamos tal situação, que é contrária à nossa vontade".

Estava o caldo entornado. De início a onda de solidariedade tinha como destinatários os dirigentes federativos, recorde-se Pimenta Machado, que de imediato colocou toda a equipa do Vitória de Guimarães, de borla, à disposição dos interesses nacionais. À restante solidariedade dirigente, juntou-se-lhe a do Governo da República, através de um comunicado, assinado pelo ministro da tutela João de Deus Pinheiro, donde se pode ler o seguinte excerto: " ...seja qual for o prisma sob que se analise a atitude reivindicativa dos jogadores que integram a Selecção nacional de futebol, haverá, no mínimo, que a qualificar de anti-desportiva, extemporânea e desprestigiante para o País que, efectivamente, representam" e concluia com o apelo: "...apelar aos jogadores seleccionados no sentido dde assumirem plenamente a sua condição de desporistas, de profissionais, acima de tudo, de portugueses, para que se criem condições propiciadoras de vitória nos campos desportivo e social."

O Governo assumia claramente o lado dos responsáveis federativos e Mário Soares, Presidente da República, não iria ficar calado, perante o escandalo, já com dimensão mundial.
O Dr. Mário Soares faz o apelo ao bom senso e ao espírito de diálogo como forma de resolução do problema. Era sem dúvida o tomar o lado dos atletas, cujas hipóteses de diálogo com os dirigentes lhes eram sonegadas.

Os faxes e as mensagens de apoio aos jogadores sucediam-se. Carlos manuel e Diamantino tinham a malta do barreiro e a malta dos sindicatos a trabalhar em prol dos jogadores. A novela segue dentro de momentos.
Spry
Ao ouvir as notícias que dão nota da abertura de processos, não sei se disciplinares se sumaríssimos, aos árbitros responsáveis pelas derrotas do Vitória do Pimenta ( é mais dele, que de Guimarães) sinto uma imensa vontade de rir. Já passei a fase em que me revoltava, ficava irado e enraivecido com as injustiças e com a diferença de tratamento dos clubes em Portugal.
Mas decorridas seis ou sete jornadas e já vamos assim, não posso eu perguntar, então e o meu Vitória? Se houvesse justiça no futebol português e o tratamento fosse o mesmo, que agora parece ser dado ao VSC, metade dos árbitros do quadro nacional já teriam deixado de apitar. O ano passado a minha equipa, o meu clube foi deliberada e intencionalmente colocado na segunda divisão. Muitas lágrimas de raiva e de fúria derramei o ano passado. Nunca na minha vida futebolística me senti tão expoliado, tão injustiçado, tão amargurado com as fraudes a que assisti pelos campos de Portugal, como o ano passado.
Foi mau demais para ser verdade. Hoje rio-me, quando nos últimos dias, ouço falar em abrir processos disciplinares a este e àquele árbitro, quando ainda este fim de semana o Paulo Paraty, habitual acompanhante, nos jogos de folga, da equipa do FêCêPê, notoriamente prejudicou de forma quase irreversível o Vitória.

Há corrupção. Sim, infelizmente é verdade. É como em todo o lado, não queiramos fazer o futebol nem melhor nem pior do que os outros sectores. Admitamo-lo. Mas não tenhamos a ilusão de pensar que todas as asneiras dos árbitros em Portugal são fruto de actos de corrupção. Não, não são. feliz ou infelizmente ainda há, e sempre continuarão a existir árbitros incompetentes, incapazes. Os erros por incompetência são, também o admito e assim creio , a explicação para a grande maioria dos resultados adulterados. Mas, paralelamente a estes, também existem os "erros" reverenciais, os que se cometem por receio de desagradar a alguém; os " erros" engraxadores, os que se cometem para agradar a alguém; os " erros" vingadores, os que se cometem apenas para ter o gozo de ver aquela equipa perder; os " erros " caseiros, que são os cometidos pelos árbitro que apita a equipa da sua associação e a prejudica para que não digam que a beneficia ( dos erros entre aspas este é um dos mais comuns nos jogos do Vitória FC); e finalmente os "erros" encomendados, os que se cometem por dinheiro. E deste tipo de erros também há, não tanto como se apregoa por aí, mas existe. Desde os distritais ao escalão maior.
Mas curiosamente o Vitória, o ano passado creio que foi afectado por todos estes "erros" e mais um, que infelizmente para os Vitorianos, só existiu pela primeira vez o ano passado: " erros" que impeçam os clubes com estádios no Euro de descerem de divisão. Tivemos o azar de ter o Mata Cáceres, o Justo e Amândio de Carvalho a não quererem que Setúbal estivesse no Euro e quem pagou foi o Vitória.

As coisas são feitas às claras e quando o exemplo vem dos organismos que teoricamente deveriam impor as regras e a disciplina, nada há a fazer. De outro modo, como se entenderá que o ano passado um jogador do Vitória, de seu nome Raúl Chipenda, tenha sido punido com 3 jogos de suspensão, por alegadamente, ter agredido o Paulo Alves no túnel de acesso aos balneários no final da partida. O Chipenda disse que não agrediu, o Paulo Alves diz que não foi agredido, Vítor Oliveira não viu nada, mais ninguém viu coisa alguma a não ser o delegado da liga. Como constava no relatório, então é porque era verdade, puna-se. E curiosamente poucas jornadas depois, em pleno estádio da Luz, Feher durante o decorrer de um jogo contra a Académica dirige-se a um adversário, puxa o pescoço atrás e inflige uma bela cabeçada no oponente, à boa maneira dos filmes do Seagal e é punido com dois jogos de suspensão.
E depois eu ainda me admiro de ter descido de divisão. É bem feita. Já há muito que me disseram que o Pai Natal não existe.
Spry

" O caso Saltillo" Parte VII

Até esta parte da história, adaptação do treinador de bancada a partir dos cadernos da Bola da " História dos 50 anos do desporto português" , poucos ou nenhuns dos habituais leitores do nosso "treino" guardarão memória ou recordações dos ecos de tais histórias mirabolantes no estágio da Selecção.
O que todos associamos quase instantaneamente quando ouvimos falar em Saltillo é a greve dos jogadores.

Entremos então nesse capítulo.
À parte os problemas técnicos, logísticos e sexuais da comitiva, outro problema tinha ficado por resolver, ao que parece, em Lisboa: a questão dos prémios de jogo. O que se terá passado em Lisboa, segundo fontes que creio fidedignas, foi que a FPF pura e simplesmente impôs aos atletas, ou melhor informou-os quais os prémios que se atribuiriam. E que são:
-Campeões do Mundo- 7 mil contos por jogador
-Prémio de Presença por jogo- 300 contos
-Não Qualificação- Os jogadores ainda teriam de pagar do bolso deles.
A diária era de 4 contos.
Os jogadores nunca aceitaram aquilo que sempre consideraram uma proposta e, ao que parece, as coisas ficaram de ser acertadas no México.
Quando a questão no México foi levantada os dirigentes simplesmente disseram que já não havia nada para combinar, que era uma chantagem que os jogadores agora se teriam lembrado de fazer.
Conhecendo eu de antemão os tiques fascizóides e o fascínio pelos tempos da outra Senhora, do então Presidente da Federação e nada me surpreende que Silva Resende tenha ditatorialmente imposto esta tabela aos jogadores e pura e simplesmente ignorar toda e qualquer reivindicação da parte destes.

O descontentamento e as reivindicações vão crescendo, com um balneário políticamente interventivo, com muitos jogadores oriundos de zonas periféricas, industriais, habituados a conviver e a respirar o movimento sindical, as coisas cada vez mais escapam ao controlo do " Bom Gigante", cada vez mais angustiado com o desenrolar dos acontecimentos. Quanto mais os dirigentes procuravam desdramatizar a situação, mais os jogadores pareciam dar importância ao tema, tudo isto perante o olhar atento dos jornalistas que "habitavam" o mesmo hotel.

No fim de Maio o País depara-se com o facto consumado. Aquilo que até então não passava de rumores, zum zuns, era agora a realidade.
Manuel Bento convocava os jornalistas para lhes dar conta das reivindicações dos atletas, caso contrário recusar-se-iam a participar no treino contra os amadores Tigres de Monterrey. A greve paira.
O comunicado é assinado pelos 22 futebolistas e as reivindicações são_
-Aumento dos montantes das diárias, de 4 para 7 contos;
-Aumento dos prémios de presença, de 300 para 700 contos;
-Participação nas receitas de publicidade;
-Assegurar o cartão vitalício da FPF para cada jogador. ( A dúvida ficou-me: a que raio dará direito tal cartão? Quem souber diga qualquer coisa)
Spry

quinta-feira, outubro 09, 2003

Caso N Dinga

Chegou-me aos ouvidos que Valter Ferreira ainda é portador do célebre carimbo.
Em que contornos é que foi feito o acordo entre a Académica e a FPF no que concerne à indemnização que a Académica teria de receber?
A gravação de Vitor Pinto daquela famosa conversa em "off record" entre António Oliveira e alguns jornalistas na sala de imprensa do Estádio das Antas terá servido para alguma coisa?
Pequenas questões para relembrar um dos muitos casos em que o nosso futebol é fértil.
Allison

quarta-feira, outubro 08, 2003

Histórias do Bonfim I

Corria a época 93/94 e chegada a 10ª jornada cabe ao Benfica deslocar-se ao Bonfim, para defrontar o novel primodivisioná¡rio Vitória de Setúbal. O Benfica até então ainda não tinha sido derrotado e colecionava 6 vitórias e 3 empates e vinha de uma vitória esclarecedora na Luz frente ao Salgueiros por uns claros 4 golos a 1. O Vitória tinha um score de 1 vitória (Estoril em casa), 1 empate (na Amadora) e 7 derrotas encontrando-se na última posição da tabela. Esta tarde iria ser um marco para o desenrolar de toda a época.

Raul Águas (treinador do Vitória na altura) percebe que este jogo poderia ser um estimulo para o resto do campeonato e faz alinhar uma equipa extremamente ofensiva onde pontificava o triângulo Sérgio Araujo, Chiquinho Conde e Yekini. Sérgio Araújo, estreava-se com a camisola do Vitória, contratação tardia, mas que viria a revelar-se de extrema importância. O Benfica treinado por Toni esquece-se da tradição de jogos dificí­limos no Bonfim e vai ao Bonfim jogar taco a taco com o Vitória, fazendo alinhar no miolo João Pinto (porventura na sua melhor forma de sempre) e Rui Costa já então uma certeza.

Nessa bela tarde de sol, em jogo arbitado por José Pratas, e com Carlos Matos como bandeirinha do lado da bancada do sol, as equipas sobem ao Bonfim escalonadas da seguinte forma:

Vitória
José Carlos, Figueiredo, Elisio, Quim e Rui Carlos, Eric Tinkler, Hélio e Paulo Gomes, Sérgio Araujo, Yekini e Chiquinho Conde.

Benfica
Neno, Abel Xavier, Mozer, Hélder e Veloso, Vitor Paneira, Schwarz e Rui Costa, João Pinto, Isaias e Iuran.

O jogo inicia-se e logo no 1º minuto José Pratas mostra cartão amarelo a Rui Carlos, deixando antever que o Vitória iria ter mais um obstáculo para levar de vencida a armada Benfiquista.
Os vitorianos não se deixam intimidar, pegam no jogo e empurram o Benfica para o seu meio campo. Corria o minuto 20 e Yekini faz o primeiro grande aviso a Neno. José Carlos intercepta a bola num canto e de imediato a entrega, à saída da área a Yekini, que corre 60 metros com a bola no pés, tem Hélder e Mozer pela frente, mete a bola a correr para o lado de Hélder, ultrapassa-o e remata à base do poste da baliza encarnada.
E é sem surpresas que aos 29 minutos por intermédio de Rashid Yekini, internacional nigeriano que viria a ser o melhor marcador deste campeonato, o Vitória inaugura o marcador. Toni no banco não reage e é com naturalidade que surge o 2º golo, 9 minutos depois por Sérgio Araujo. Uma estreia em grande.Intervalo.

No intervalo Toni deixa nos balneários Abel Xavier que tinha sido incapaz de travar Paulo Gomes, e mete em campo Ailton, alargando a frente de ataque.
Pior a emenda que o soneto pois logo aos 52 minutos Paulo Gomes faz o 3-0 e deixa em delirio as hostes vitorianos fazendo prever que nada nessa tarde nada iria fazer travar a traineira vitoriana. Ao minuto 59, Raul Águas mercê da pressão de não poder deixar fugir esta vitória, faz sair Sérgio Araujo e faz entrar um tanque para o meio campo de seu nome Sessay.
Com esta alteração o poderio ofensivo do Vitória diminui e é com alguma naturalidade que o Benfica cresce e reduz primeiro aos 62 minutos por Vitor Paneira e depois aos 67 por Ailton. O Bonfim fica por segundos em silêncio, mas os sócios reagem e com as suas vozez em coro gritando "VITÓRIA, VITÓRIA, VITÓRIA" empurram a equipa para a frente.
Minuto 73, Yekini aguenta cargas sucessivas de Mozer e Hélder, chuta e faz o golo batendo Neno pela quarta vez. Belo golo de Yekini que acaba de uma vez por todas com a resistência benfiquista. Ao minuto 82 vai surgir o golo de Chiquinho Conde, merecido, suado, que minutos depois viria a ser substituido por Rosário e recebe a ovação da tarde, personalizando ele o esforço e a labuta de toda equipa para colocar na história esta bonita e solarenga tarde de futebol no Bonfim.

O Benfica (que viria a ser campeão nessa época) sai vergado do Bonfim com uma pesada derrota por 5-2, e eu a partir daí­ posso dizer que um dia vi o meu VITÓRIA golear o Benfica.
Alisson
" O caso Saltillo" Parte VI

Como calcularão cada vez mais se nota a degradação no seio da comitiva.O ambiente torna-se cada vez mais pesado, a autoridade e a disciplina quase não se fazem sentir.O estágio está-se a revelar um martírio, um fardo demasiado pesado para carregar em terras mexicanas e nem os dotes vocais do Dr. Camacho Vieira acompanhado ao piano por André, ajudavam a amenizar a atmosfera.

As primeiras divergencias entre jogadores e dirigentes começam a fazer-se notar. Os jogadores com sobradas razões de queixa das condições em que se encontravam. Os dirigentes começam a perder crédito junto dos atletas.
Amândio de Carvalho está cada vez mais sózinho.Finalmente consegue convencer o Secretário Geral do Comité Executivo a visitar o quartel general português. O Sr. Echevarria era tido como a solução para todos os problemas e dificuldades da comitiva nacional.
Echevarria deleita-se com o bacalhau do Sr. Evaristo, que acompanhou superiormente com um vinho alvarinho do qual ainda hoje guarda gratas recordações. Bem comido e bem bebido o Sr. Echevarria confessa-se: "não há nada a fazer, até ao início do Mundial apenas será possível disponibilizar equipas amadoras.
Ninguém queria acreditar.

Entretanto começavam a circular em Potugal notícias pouco abonatórias do comportamento dos jogadores, sobretudo dos casados.O que levou Manuel Bento a convocar uma reunião de urgência com os jornalistas, pois seriam estes que estariam a transmitir as informações de que havia mulheres mexicanas no estágio.
A questão não era discutir a veracidade das informações,pois toda a gente sabia que era verdade.
O que era urgente era que as mulheres dos jogadores tranquilizassem o mais possível, pois durante a noite os telefones não paravam de tocar nos quartos da Selecção. Obviamente, que elas queriam saber o que se estava a passar.

Mas o mulherio de Saltillo há muito que havia descoberto os encantos de permanecer junto da comitiva nacional. Ao contrário dos ingleses, que viviam enclausurados e distantes no hotel em frente, os portugueses eram alegres, divertidos, latinos, atrevidos e estavam à mão de semear numa cidade mexicana onde nada acontecia. Os guardas do hotel há muito que haviam deixado de
guardar, cada vez mais entretidos com as cervejas e os charros...

Ao fim de duas semanas de "intensa" preparação José Torres concedeu uma noite de Sábado livre, sem restrições de horas nem de movimentação, noite livre para fazerem o que lhes apetecesse.
Porém um dos elementos da selecção acabara de chegar do hotel dos ingleses e vinha bastante assustado. Veio a fugir, em correria desenfreada, de um mexicano ciumeno acompanhado de uma bonita mulher e uma faca. A preocupação e a inquietação surgiram nas mentes dos responsáveis portugueses: " E se acontece alguma coisa grave a um jogador?"
As mexicanas não pareciam ter problemas com os ciúmes e a situação era de facto de extremo perigo.
Alguém, porém, teve a brilhante ideia de sugerir que se deixassem as mulheres entrar no hotel, os jogadores já não teriam necessidade de sair para lado nenhum.
Reservou-se a discoteca do Hotel, localizada no alto do edifício principal, abriu-se a pista, pôs-se a música a tocar e era só respeitar o direito de admissão dos convidados.

Vitor Serpa, enviado de A BOLA, a Saltillo descreve assim esta bizarra festa: " Essa noite de Sábado terá constituído o espectáculo mais surpreendente de toda a minha vida de jornalista. Parece não ter havido mulher de Saltillo que não tivesse correspondido ao convite do baile das "estrelas" portuguesas. Havia de tudo. Jovens e maduras, bonitas e feias. A música a tocar, o baile pegou de estaca. Numa mesa, Torres ( e toda a sua equipa técnica) assistia, como se fosse um pai vigilante, perante a noite dançante da sua filha. Não durou, tal baile, demasiado tempo. Pouco a pouco os pares foram desaparecendo e perderam-se nos labirintos do Hotel la Torre. Alguns, mais aventureiros, saíram para a noite quente de Saltillo, outros descobriram encantos de ranchos desviados do centro do mundo, alguém descobriu mesmo particulares encantos na espalhafatosa mulher do dono do hotel, uma loura enorme, obesa, com quase 100 quilos, e a partir dessa noite não mais passou pela cozinha, sobretudo quando o homem abria, com grandes facas, enormes peças de carne..."

Quando ouvimos hoje as mirabolantes história de Oliveira e sus muchachos, nas noites orientais em pleno estágio para o Mundial, não podemos deixar de esboçar um sorriso e constatar que há coisas que o tempo nunca muda.
Spry

terça-feira, outubro 07, 2003

" O caso Saltillo" Parte V

Arrumada a tralha e recuperados da decepção do campo de treinos chegava a hora do primeiro meeting entre os responsáveis locais da organização e os jornalistas e os dirigentes federativos.
O representante oficial era um rapaz cuja principal preocupação foi disponibilizar-se para ajudar os interessados, na escolha de companhia para quem se sentisse só noite dentro... Este indivíduo, vigarista de profissão, viria a ser preso mais tarde por roubo de elementos da delegação portuguesa.

A pacata cidade de Saltillo, depois de um importante roubo de um camião carregado de prata, estava a saque. Dentro do Hotel a permanencia de dezenas de soldados zelosos da segurança da delegação portuguesa, transformou a atmosfera e a qualidade do ar dentro do hotel. O cheiro a erva era cada mais intenso. O desconforto crescia nas hostes portuguesas, pelo menos nos dirigentes.

O Texas estava apenas a algumas horas de automóvel. A sedução da américa, as compras baratas, a aquisição de ofisticado material electrónico fazia a cabeça dos portugueses. Alguns jogadores querem ir à América nas folgas. São proibidos. O delegado local de imediato se disponibiliizou para efectuar as compras por quem assim lho solicitasse. Recebe umas centenas de contos e nunca mais aparece no hotel. Mais tarde descobre-se que o vigarista profissional era mesmo o representante oficial, neto de um grande político mexicano e aldrabão nas horas livres.

Com Silva Resende a milhares de quilómetros na cidade do México e descartando-se completamente do que se passava em Saltillo e com Amândio de Carvalho a encolher os ombros dizendo que não tem culpa escudando-se nos mexicanos, José Torres começa a stressar. Portugal é obrigado a fazer todos os jogos de preparação com equipas amadoras. De uma das vezes, Portugal vai defrontar uma equipa que ninguém sabia muito bem quem era. Prometeram que teria valor. Foi uma farsa completa. Chegados ao balneário, os jogadores explodiram. Deparando-se com a inevitabilidade de se equiparem num balneário aberto ao público, com os haveres ao dispor da população recusaram-se a participar no encontro.
Dias depois o problema é resolvido mas o adversário não comparece. Quando finalmente se consegue arranjar adversário era nem mais nem menos ( e isto não é brincadeira, consultem os cadernos da Bola) que uma equipa de empregados da industria hoteleira que pediram dispensa das cozinhas e dos bares para poder defrontar a selecção em Monterrey.
Torres esta perplexo! Estava a ser vítima de um embuste e sabia que ia ser o cruxificado de um eventual desaire no Mundial. Bradava com amândio de Carvalho, mas este apenas dizia que os mexicanos lhe prometiam e depois não cumpriam. Silva resende na cidade do México, ignorava os apelos de Amândio de Carvalho.

Torres finalmente consegue convencer a selecção chilena a defrontar Portugal, o cachet eram 1200 contos. Amândio de carvalho diz que não tinha forma de pagar. cancela-se o jogo.
Já toda a gente tinha percebido que a preparação para o Mundial ia ser um logro.
Spry
" O caso Saltillo" Parte IV

Finalmente a chegada ao México.
A comitiva aterrou em Monterrey, donde tomaram o autocarro que os levaria a Saltillo. Os cem quilómetros de viagem, tiveram como paisagem única os cactos e os cenários, bem reais, dos típicos filmes do farwest.
Em Saltillo esperava-os uma cidade pacata, cheia de rancheiros, cavaleiros e outras personagens saídas dos livros do Luke Luke. Ao fim de semana a cidade ganhava vida com os espectaculos de rodeo, que foram muito do agrado da comitiva da selecção Nacional logo poucos dias depois da chegada.
A chegada ao Hotel foi assim descrita, na altura, pelos jornalistas de A BOLA: Uma chegada como nos...filmes de western. Nove carros da polícia, em escolta permanente, durante um percurso de 100 quilometros, com homens armados de carabina e metralhadora- que levou até José Torres a desabafar: "Se isto é assim, antes do Mundial, como será depois de nos termos sagrado campeões do Mundo?!"
Alguns dias depois e antes de um dos rodeos, a comitiva foi testemunha de uma cena elucidativa do meio em que estava, a partir de agora, integrada a nossa selecção. Um grupo de cow-boys ajustava contas com a polícia e dava-lhes o maior enxerto de porrada a punhos nús que jamais haviam visto. A situação era normal, pois a multidão vibrava a cada puñetazo que os polícias comiam e vitoriava os cow-boys.

Nos primeiros dias o Hotel era um autêntico forte. Segurança máxima, portões fechados, muros altos cercando todo o Hotel, soldados armados até aos dentes com armas automáticas.
Os quartos dos jogadores cercavam a sumptuosa piscina do Hotel, bastante apetecível dados os 40º de média e a ausência de humidade.

Logo na manhã seguinte à da chegada, os Técnicos da selecção encaram uma triste realidade, o campo de treinos, ao contrário do prometido continuava exactamente da mesma forma como Torres o havia visto da 1ª vez, irregular, relva sem qualidade e... inclinado. Adivinhavam-se lesões e muitas contrariedades no treino naquele campo.

O Sr. Evaristo, lá ia sabiamente acondicionando o azeite e os 300 quilos de bacalhau e os responsáveis técnicos equacionando com que equipas profissionais prefeririam defrontar-se nos jogos de preparação.
Mal sabiam Torres e Monge da Silva que Portugal nunca chegaria a realizar um jogo que fosse com uma equipa profissional até entrar no campeonato do Mundo.
Spry
Diz quem viu que se tivesse jogado num dos denominados grandes teria hoje o país a seus pés. Cresci como vitoriano habituado a ouvir falar dele, das suas fintas, do seu drible estonteante, do pé esquerdo mais habilidoso que jamais pisou os relvados portugueses, dos adversários prostrados no chão dominados, vencidos perante o perfume, a sagacidade e a magia do seu futebol.
Falo-vos da pérola africana Jacinto João, conhecido no futebol e no Vitória como " J.J.".
Não vi jogar Eusébio, não vi jogar Pelé nem Beckenbauer, não vi o Puskas nem o Garrincha, mas se hoje pudesse escolher e me fosse dada a oportunidade de regressar ao passado e disfrutar das maravilhas de um futebolista, a minha eleição recaía sem dúvida no Jacinto João.
O seu pé esquerdo e o drible desconcertante granjearam-lhe a admiração de uma inteira massa associativa e não só, pois muitos eram os adeptos de outros clubes da capital, que ao Domingo à tarde rumavam a sul unicamente para verem jogar o Vitória de Jota Jota.
Entre muitas e muitas tardes de glória que conheceu com o emblema do Vitória, a que mais está guardada na memória colectiva dos sócios e adeptos do Vitória é sem dúvida a da conquista da Taça de Portugal frente à Associação Académica de Coimbra.

Dia 9 de Julho de 1967. Local: Estádio Nacional.
O Jamor rebentava pelas costuras, o negro das capas coimbrãs rivalizava com o verde e branco das gentes sadinas. Uma magnífica tarde de sol, temperatura elevada, ânimos ao rubro. Frente a frente dois porta estandartes, dois gigantes do futebol português. Ambos os emblemas portadores de uma responsabilidade elevada. O Vitória emblema de toda uma cidade e a Académica senhora do coração dos estudantes da Academia.
Chegaram ambas à grande final, com inteira justiça tendo a Académica eliminado o Benfica nos quartos de final depois de 2-0 no Calhabé e de uma derrota na Luz por 2-1 e suplantado nas meias o Braga por uns convincentes 1-2 e 4-1 fora e em casa respectivamente. Por sua vez o Vitória deparou-se-lhe como adversário o F.C. Porto que despachou superiormente com 3-0 no Bonfim e um claro 4-4 em pleno estádio das Antas.
Do lado do Vitória, treinado pelo saudoso Fernando Vaz, alinharam:
Vital, Conceição, Leiria, Herculano e Manuel Santos " Carriço"; Tomé e Vitor Batista: Guerreiro, José Maria, José Pereira "Pedras" e Jacinto João "J.J."
os marcadores pelo Vitória foram: José Maria, Guerreiro e Jota Jota.
Do lado da briosa Associação Académica Toni e Vieira Nunes sobressaíram, sendo os golos apontados por Celestino e Ernesto.
Foi, das 8 ( oito ), em que o Vitória esteve presente, talvez a que mais tocou a alma vitoriana, como diz Madureira Lopes, " quiçá, pela atmosfera fervilhante que a envolveu e pelas circunstâncias dramáticas em que o triunfo do Vitória foi conseguido: já o sol empalidecia no Estádio do Jamor, após uma maratona inesquecível que durou longos e duros 144 minutos disputados sob o calor impiedoso do mês de Julho, quando Jota Jota apontou o golo mágico da vitória, arrancando brados de esfusiante alegria entre os sadinos e lágrimas doloridas aos olhos dos estudantes"

"FOI UMA AUTÊNTICA LOUCURA!!!" disse Jacinto João após o memorável jogo, " Aquilo foi a maior maratona do futebol português, uma Taça disputada em dois prolongamentos seguidos! Já quase todos se arrastavam pelo relvado" conta Jota Jota e prossegue: " recebi um passe de José Maria sobre o meu lado esquerdo, passei Celestino e vi que Crispim não aguentou a minha escapada e caiu no relvado a queixar-se de cãibras. Fui na direcção de Maló, enganei o grande guarda-redes, rematando para o lado contrário onde lhe apareci. Com aquele golo, mesmo, mesmo no fim do segundo prolongamento de meia hora, a Taça era nossa. Foi uma autêntica loucura!!!", disse.

Foi a consagração merecidíssima de um extremo esquerdo desconcertante, que Vítor Santos, jornalista do Jornal A Bola e chefe de redacção na altura do acontecimento, diria que personificava como mais ninguém a beleza e o enleio do " Futebol-Macumba"
Spry