quarta-feira, outubro 15, 2003

" O caso Saltillo" Parte X

Em Portugal muita tinta continuava a correr.
As declarações políticas sucediam-se em catadupa, Manuel Alegre defende o direito à reivindicação dos jogadores, como trabalhadores iguais aos outros. O Partido Popular Monárquico tem esta frase: "... a partir daqui os jogadores só se redimirão se forem campeões do Mundo."
A discussão em Saltillo, aparentemente sanada, mantinha-se. Por exemplo, a Adidas tinha cumprido a sua parte do acordado em termos de excusividade, só que os jogadores como não recebiam nada, vestiam os equipamentos ao contrário.
Agostinho Oliveira, presente no Hotel como acompanhante da Selecção, foi o negociante que Joaquim Oliveira utilizou para conseguir negociar um acordo individual com os jogadores pagando do seu bolso o que a Federação não quis pagar.

E é nesta parte da história que começa o Mundial do México de 1986.

Portugal

Bento
Álvaro
Frederico
Oliveira
Inácio
André
Diamantino
Carlos Manuel
Jaime Pacheco
Sousa
Gomes

Inglaterra

Shilton
Stevens
Fenwick
Butcher
Sanson
Hoddle
Wilkins
Robson
Waddle
Lineker
Hateley

Nas bancadas o ambiente era festivo, o apoio à Selecção Portuguesa por parte do público mexicano era evidente e podia-se mesmo, encontrar na bancada um cartaz que dizia: " Portugal! Las chicas de Saltillo te apoyan". Elucidativo!

A formação do onze inicial muitas polémicas gerou. Futre, então com 20 anos, era apontado pelos media estrangeiros como o sucessor de Maradona e a revelação do campeonato do mundo, não tinha contudo ainda o peso suficiente junto de José Torres para se impor como titular. Pelo menos tanto quanto Sousa, então jogador leonino, que soube-se teve uma conversa duríssima com José Torres onde o acusava de defender de forma absurda o impossível equilibrio entre clubes. Foi titular. Futre ficou no banco. E Portugal venceu por 1-0, com um golo, que me fez esfusiantemente saltar do sofá para a frente do televisor, de Carlos Manuel, após uma excelente jogada na direita de Diamantino, faltavam 16 minutos para o final. A malta da margem sul facturava e o Mundo e o País punham Portugal no céu...

Carlos Manuel no final exclamava: " esta foi a vitória da dignidade dos jogadores portugueses". O prémio de jogo foi atribuído à Casa do Gaiato de Setúbal.
Spry

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