sábado, outubro 04, 2003

Hoje é um daqueles dias que me faz regressar ao passado. É um dia de Vitória à antiga. Um daqueles dias que os verdadeiros fanáticos de desporto e os doentes pelo seu clube do coração mais anseiam, mais esperam ver chegar. Horas e horas consecutivas de um dia de fim de semana ( altura da semana normalmente utilizada para descansar, para dedicar ao disfrutar da família, à leitura de um livro que o corre corre do dia a dia teima em impedir de terminar, ou ao peculiar passeio em fato de treino pelo centro comercial) que estes autênticos fanáticos das correrias atrás de uma bola, dedicam ao clube do seu coração.

Hoje preparo-me para passar meia dúzia de horas seguidas no Bonfim. Vou abrir as hostilidades com um sempre apetecível Vitória-Belenenses. Seja em que modalidade for, é sempre um confronto apetecível, um encontro de dois clubes históricos no panorama associativo português. Desta feita é em Futsal, nacional da III Divisão. Ambos os conjuntos planificaram a sua temporada tendo em vista a promoção. Ambos contam por vitórias os dois jogos já realizados. O Vitória com a mais sonante estrela a ser o treinador Náná, Internacional campeão do mundo, dispensa apresentações para os adeptos da modalidade, tem um conjunto de jovens talentosos setubalenses e um par de craques "estrangeiros" que fazem o emblema ser temido pelos seus opositores.
Espero emoções fortes e uma retumbante vitória do Vitória.

Logo de seguida, o prato forte, o Futebol. Vou ver o Vitória-Ovarense. Mas devia ir ver o Vitória-Marítimo, ou o Vitória-Benfica, ou o Vitória com qualquer um que estivesse na I Liga. Vou ver o Vitória Ovarense, porque a magia, o bom futebol,a alegria no jogo, o futebol de ataque, foram premiados a época passada com a descida de Divisão. O futebol português engole-se a si próprio, mata-se lentamente, autoflagela-se e ninguém vê, ninguém sabe, ninguém quer saber. Em Portugal desculpabiliza-se a estupidez e a ignorância e imola-se primeiro quem comete um erro, do que se saúda quem comete ou pratica uma boa acção. A este tema voltarei em post próximo, é demasiado complexo e tem tanto que se lhe diga que se continuo a falar dele, já não chego a horas ao futsal nem ao futebol.
Retomando...Vitória-Ovarense. Vai ser uma hora e meia de emoções fortes, como o são a grande maioria dos jogos na denominada Liga de Honra, mal jogados, mas emotivos. O Vitória, nome mais sonante de quantos militam nesta competição, não pode perder mais pontos em casa, já cedeu dois e para subir no Bonfim tem de ser tudo nosso. Que estes dois pontos sirvam para não terminarmos o campeonato em primeiro, pois a ideia de ter na sala de trófeus Josué Monteiro o título de campeão da 2ª divisão, não me é nada agradável. Não me perguntem porquê. Pode ser parvoíce, tonteria, orgulho bacoco, mas o que é que eu posso fazer? Acho que não ia ficar bem ao lado das Taças de Portugal, da Teresa Herrera, da Mini Copa do Mundo. Não sei. Não me soa bem. Se pudesse escolher, subia em segundo. Mas isso agora pouco importa. Todos temos é de concentrar energias, esforços e apoio, para que o Vitória consiga assegurar a subida e para isso ganhar daqui a bocadinho à Ovarense é fundamental.

E depois das emoções do futebol, joga a brava e garbosa equipa de andebol. Neste momento é a menina dos olhos dos associados do Vitória. Depois do 3º lugar da época passada, o entusiasmo e o orgulho na nossa equipa de andebol, fizeram com que a expectativa para este ano subisse. A saída de jogadores-chave da época passada, lançou alguma desconfiança sobre a qualidade e a capacidade do plantel deste ano poder ombrear com os melhores de igual para igual, tal como o ano passado. A excelente exibição no jogo de apresentação aos sócios, que culminou com a Vitória frente ao Sporting por 2 golos e uma primeira parte de grande nível a semana passada em Braga, apesar da derrota por seis golos de diferença, tranquilizou de alguma forma os mais pessimistas. Espera-se hoje, portanto no Antoine Velge, uma vitória folgada e convincente dos pupilos comandados pelo Internacional Luís Monteiro, figura grata nos seus tempos de jogador aos adeptos sadinos.

Espero que hoje corra tudo bem, o meu bem estar durante o resto do fim de semana depende irreparavelmente do que acontecer nas próximas horas, mas se alguma coisa não correr bem, para a próxima semana sei que lá estarei novamente com a mesma alegria, com a mesma dedicação, com a mesma devoção e com a alma cheia de esperanças na alegria das Vitórias verde e brancas.
Roger Spry

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