quarta-feira, março 22, 2006

Vitória Sempre

Retomo, quase um ano após o último post, a actividade bloguística, sensivelmente na mesma altura da época em que redigi o até hoje, último escrito.

A incapacidade de transpor para a escrita a alegria e a felicidade que me invadiram após a meia-final contra o Boavista e a posterior vitória na final da Taça de Portugal, contra o campeão nacional, impediram-me de dar continuidade ao Treinador de Bancada, nos termos em que o idealizei.

Ficará para próxima oportunidade a crónica do 29 de Maio de 2005, seguramente o dia mais bonito e mais feliz da minha vida de vitoriano.

É pois a pouco mais de 24 horas de um dos mais importantes jogos de sempre na história do “maduro” Estádio do Bonfim , que curiosamente após 30 anos sem ser palco de uma meia final da Taça, volta a sê-lo em 2 anos consecutivos, que decidi dar continuidade ao primeiro espaço vitoriano da blogosfera, retomando-o um ano depois, curiosamente num momento desportivo bastante similar àquele que se verificava então.

Após a brilhante conquista da Taça de Portugal ,a equipa dos tostões já encantou e gelou um dos históricos palcos do futebol do Velho Continente, o Luigi Ferraris em Génova , conquistou a Super Copa Ibérica ao Bétis andaluz , que curiosamente meses mais tarde viria a ser a primeira a bater o Chelsea do vitoriano José Mourinho, já foi alvo de notícias humilhantes por todo o planeta numa crise perpetrada por quem se dizia líder da equipa técnica e que curiosamente teve a ajuda dos ditos vitorianos do plantel, já conquistou, e ainda faltam 7 jogos para o fim, o direito desportivo a participar na próxima edição do campeonato maior português, já conheceu 2 treinadores e até já elegeu novo Presidente.

Numa época bastante contraditória no que às emoções vitorianas dizem respeito, os profissionais do Vitória souberam encarnar na perfeição o espírito sadino e vitoriano: fazer das adversidades forças, fazer face às crises de cabeça erguida, honrar o emblema que envergam e partir à conquista da felicidade. Após a infelicidade, meramente casual, de não se ter eliminado a poderosa Samp, num ápice se conquistaram os pontos necessários a evitar sobressaltos no que à manutenção na Liga concerne, e se pôde apontar todas as baterias para o reencontro com a História, pois sempre que o Vitória ergueu o Troféu no Jamor, voltou para o defender no ano seguinte.

Neste momento, considero de fulcral e decisiva importância que os verdadeiros e bons vitorianos se concentrem única e exclusivamente no amor que nutrem pelo Clube e nos quão importantes podem ser todos os nossos gestos, comentários, acções e omissões, numa fase da vida do Vitória, que tal como no ano transacto, a euforia e o entusiasmo desportivo, se misturam e confundem com a apreensão e desconfiança quanto ao futuro e saúde financeira da Instituição


É bonita a nossa história de vitórias e troféus, mas é também bonita a nossa história de lutadores, de sobreviventes, de apaixonados, de fé numa cidade, numa região e numa Instituição que as personifica sublimadamente. É por isso e se queremos continuar a escrever páginas de cujos nossos netos e filhos se orgulharão, que temos neste momento, enquanto setubalenses, portugueses e vitorianos, de saber dar as mãos e contribuir para afirmar e ondear bem longe aquele que há muito se converteu no estandarte da cidade do Sado. E contribuir, hoje, é evangelizar, mobilizar, cativar e levar ao Bonfim na próxima Quinta – Feira 23/03 todos os que gostam e nutrem carinho pelo Vitória, é encher o Estádio, é transmitir para o relvado toda a força e todo o sentimento de gerações e gerações de vitorianos que tornaram possível que ainda hoje o nome Vitória Futebol Clube seja conhecido e lembrado por todo o mundo do futebol.

É missão de todos os vitorianos, e não apenas dos que circunstancialmente o dirigem, honrar, respeitar e defender o Clube.
Por isso, é importante que tenhamos consciência das nossas limitações a todos os níveis e que saibamos explorar e aproveitar as nossas virtudes, saibamos manter os vitorianos unidos e presentes, saibamos mobilizá-los, impreterivelmente para o jogo da próxima meia-final, mas também para os próximos jogos do campeonato, onde o Vitória, em meu entender, tem todas as condições, oxalá os sócios o percebam, para poder ter ainda uma palavra a dizer na luta pelo quinto lugar do campeonato.

Mas felizmente, nem só de futebol vive a eclética e quase centenária Instituição setubalense.


Também a única equipa profissional que é mesmo do Clube, a de andebol, vive momentos algo contraditórios. Num cenário de grande indefinição e intranquilidade quanto ao futuro da modalidade no Clube, urge mobilizar a família vitoriana para dois objectivos fundamentais:
- No próximo Domingo 26/03, pelas 11h45 é fundamental que todas as artérias da cidade desemboquem no Pavilhão Antoine Velge e que este se transforme no Inferno que em tempos todos conhecemos. A equipa de andebol do Vitória inicia a tentativa de conquistar pela primeira vez o título nacional, na primeira partida do playoff frente ao Belenenses, que este ano se assume como candidato ao título e que neste mesmo ano, já vergou perante os sadinos numa memorável tarde de andebol em que o Vitória se superiorizou por expressivos 34-22.
Só um pavilhão verdadeiramente infernal poderá aspirar a levar novamente de vencida a formação azul, mas saibam os vitorianos contribuir para os êxitos das suas equipas e estou certo que elas não os desapontarão.
- A presença de público em elevado número no Antoine Velge, poderá também ser a última oportunidade que os sócios do Vitória terão para dar um sinal à Direcção que querem andebol de primeiro nível em Setúbal na próxima e futuras temporadas. Será um péssimo sinal para uma Instituição como o Vitória, que no aproximar das comemorações do cinquentenário da secção de andebol, os seus dirigentes não tenham a sensibilidade necessária para apoiar e fomentar a mais antiga secção do Vitória em actividade.
Mais uma vez os sócios, como sempre, terão uma decisiva palavra a dizer e por isso , tal como amanhã no Bonfim, no Domingo ao final da manhã espero ver o Antoine Velge a ferver de emoção.

Hoje e sempre, Vitória Sempre
Saudações Vitorianas
Spry

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