sábado, janeiro 29, 2005

Será desta...?

Mais de 30 anos depois Setúbal e os adeptos do Vitória voltam a ter num horizonte já próximo, a possibilidade de voltarem a viver outra final da Taça de Portugal.
Quarta Feira à tarde no Bonfim, a equipa voltou a dizer aos adeptos que podem contar com eles para portadores de todos os sonhos e ilusões.
No campeonato desenvolvem um futebol vistoso, alegre e objectivo, consensualmente considerado do melhor que por cá se pratica. Se atendermos ao reduzido, comparativamente falando, orçamento desta equipa, então temos de dizer que este 7º lugar ( e podia tão facilmente ser 1º neste momento) é de facto sensacional.

Por outro lado o desempenho na Taça de Portugal não se lhe tem ficado atrás. Frente a adversários menos cotados, Pedras Rubras e Académico de Viseu, José Couceiro fez rodar o plantel e a resposta foi idêntica à dos habituais titulares: serenidade, qualidade de jogo e bons resultados.

Nos oitavos de final, na última Quarta Feira disputados, o adversário era nada mais nada menos que o mesmo que eliminara sem apelo nem agravo o campeão nacional e europeu.
O Vitória de Guimarães deslocou-se a Setúbal, aparentemente num crescendo de forma tendo em conta os últimos resultados, com uma massa associativa muito intranquila e com um treinador com a corda na garganta.

Os factores externos à equipa terão perturbado o discernimento dos homens de Guimarães ou a qualidade e a categoria do Vitória setubalense é a grande responsável pela excelente vitória ontem alcançada?

Não tenho dúvidas de que o mérito e a responsabilidade da passagem aos quartos de final vai inteirinho para José Couceiro e sua equipa, tal como o filme do jogo o demonstra.

Novamente apostando em dois pontas de lança, Igor e Bruno Moraes, o Vitória sadino iniciou o jogo como costume, ao ataque. E foi logo aos 12 minutos que o marcador foi inaugurado pela equipa das margens do Sado. Bruno Moraes assiste Jorginho, que, aproveitando a fífia de Dragoner, não teve dificuldades em bater Palatsi,colocando-lhe, com indiscutível maestria, a bola por entre as pernas.
Estava dado o mote para mais uma excelente tarde de futebol e para mais uma grande exibição do Vitória de Setúbal. Porém, as oportunidades foram-se sucedendo e sucessivamente desperdiçadas. Até que o Vit. Guimarães, fruto do pendor atacante que trouxe até Setúbal,aos 39 minutos, viu Veríssimo, batido por Targino, derrubá-lo à entrada da área quando o avançado vimarenense se isolava para a baliza de Paulo Ribeiro. Vermelho directo para o defesa sadino e na conversão do golo, Moreno restabeleceu a igualdade.
Tudo a favor, terão pensado os de Guimarães. Enganaram-se redondamente. Fazendo das dificuldades as suas forças, este Vitória de José Couceiro por bastas vezes já demonstrou que não verga à primeira contrariedade.

No segundo tempo com Hugo Alcântara no eixo da defesa, substituindo Igor, a defesa vitoriana revelou-se verdadeiramente intransponível. O meio campo, com Ricardo Chaves, Sandro e Bruno Ribeiro, em fantástico momento de forma ora funcionava como tampão, ora como embrião das principais jogadas de perigo do Vitória.

Na frente, Bruno Moraes, como previramos e anunciáramos, desabrochou, assiste os colegas, marca golos, recuperou a alegria de jogar. Mostrando-se merecedor da confiança que nele foi depositada, foi um dos heróis da tarde de ontem com um golo e uma assistência, colocando-o desde já como a grande contratação de Inverno do team vitoriano.

Jorginho, por sua vez, à medida que finaliza o prazo de o Vitória o poder rentabilizar, continua sem regatear esforços ou energias na aplicação em prol do emblema do Vitória. O mágico brasileiro, como é seu timbre, continua a encantar os palcos em que actua e cada vez que toca na bola,que faz uma assistência ou quando marca um golo, deixa os adeptos do Vitória verdadeiramente deliciados com a arte, o engenho e o empenho que o craque brasileiro coloca em cada jogada.

O Vitória de Guimarães, com pouca convicção e poucas soluções, tentava aproveitar a vantagem numérica e subir no terreno, mas a intransponibilidade da defesa sadina, a entre ajuda do meio campo, e o repentismo, a classe e o poder dos homens da frente não só não permitiu aos comandados de Manuel Machado chegarem com reais possibilidades de golo à baliza de Paulo Ribeiro, como ainda encaixaram mais 2 golos que colocaram, com justiça, o marcador em 3-1 para o Vitória de Setúbal.
Decorriam 14 minutos da segunda parte quando num lance genial, Bruno Moraes combina com Jorginho e pleno de força e técnica isola-se,para sem dificuldade bater Palatsi e colocar a equipa setubalense novamente em vantagem na eliminatória.

O terceiro golo viria a surgir na sequência de uma excelente jogada de contra ataque do Vitória. Sandro recebe o endosso do seu companheiro, corre para a baliza e no momento certo faz um passe para Jorginho, que uma vez mais, colocou a bola por baixo do corpo de Palatsi e sentenciou o jogo. Bis de Jorginho, numa partida muito agradável e emotiva onde o Vitória de Setúbal voltou a demonstrar a qualidade do seu plantel e equipa técnica.

Resta esperar pelo sorteio dos quartos de final e pela possível e desejada visita do Benfica ao Bonfim. É que para além de haver contas para ajustar entre os dois clubes, Taça sem o Vitória eliminar o Benfica não é Taça.

Na próxima segunda feira o Vitória deslocar-se-à ao novo Alvalade, terreno onde nunca perdeu, para mais uma partida do campeonato. E se o futebol praticado se mantiver com o mesmo nível, então não tenho dúvidas em antecipar uma noite de Segunda Feira com muitos sorrisos para as gentes vitorianas e cheia de pesadelos para a torcida leonina.

Saudações Vitorianas
Spry

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