segunda-feira, novembro 17, 2003

Caro Danielovsky

Antes de mais gostaria de te agradecer o agradecimento e aproveitar para esclarecer algumas das tuas ligeiras críticas.
Como és amigo do , percebo algumas delas.

Relativamente à denominação vitorianos e/ou setubalenses, embora me identifique com qualquer dos termos, não significam o mesmo, pois nem todos os vitorianos são setubalenses, nem todos os setubalenses são vitorianos.

O facto de não gostarmos do Benfica não se explica, sente-se. Não creio que por inveja, como alvitras, mas talvez por reconhecermos, a grandeza do Benfica ( creio que os Benfiquistas deviam era ficar orgulhosos e não picadinhos), talvez por acharmos que apenas um clube com a dimensão do Benfica tem suficiente dimensão para ser o nosso rival de eleição, talvez por termos crescido a ser adeptos de um clube como o Vitória e desde cedo tenhamos sentido a discriminação de não sermos de um dos " grandes", dos quais o Benfica é o maior expoente, será talvez por não gostarmos dos adeptos benfiquistas que deixam um rasto de selvajaria e destruição por onde passam ( apesar de estes adeptos não serem nem pouco mais ou menos representativos do típico benfiquista, quer se queira quer não, são muitas vezes o lado mais vísivel da presença benfiquista em qualquer lado), será por ao longo dos anos a política de relações do Benfica com outros clubes, nomeadamente com o Vitória padecer de graves complexos de superioridade e bastantes tiques de arrogância atroz.
Não sei explicar porque é que não gostamos do Benfica,vibramos com as derrotas caseiras do Benfica, rejubilamos quando anunciam as vitórias antes dos jogos e se vêm humilhados perante um clube com orçamentos 10 vezes mais baixos, mas também sofremos e choramos com as epopeias europeias do Benfica.
Porventura o nosso anti-benfiquismo não será mais que a nossa forma de demonstrar respeito por uma das maiores instituições de Portugal, embora eu fosse incapaz de dizer uma coisa dessas...

Quanto ao facto do Luís Campos continuar a ser credor do meu respeito e admiração, apenas me ocorre dizer que, apesar de todos os apesares, como é que um homem que enquanto esteve ao serviço do Vitória defendeu o clube contra tudo e contra todos, que ergueu a sua voz quando o próprio Presidente do Vitória ficou calado, que treinava a equipa que mais vezes jogava futebol de qualidade na SuperLiga e que sempre teve uma postura de total correcção, frontalidade e honestidade poderia ser esquecido em Setúbal?

Espero ter ajudado a elucidar-te e continua a criticar-nos que a malta não leva a mal.

Saudaçoes Verdes
Spry

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