terça-feira, novembro 25, 2003

Via Verde para o Jamor

O regresso da Taça de Portugal é sempre uma festa para os lados da cidade à beira Sado plantada.

Desta vez, não foi excepção. Depois da emocionante e sofrida visita a Lixa e desde que se soube que o Alverca era o próximo oponente do Vitória, gerou-se em Setúbal, um clima de grande euforia e optimismo relativamente a esta deslocação.
E no Domingo todas as expectativas, todos os bons augúrios e todas as fezadas que existiam em Setúbal sobre o desfecho final da partida foram confirmadas.

Numa deslocação que vai deixar saudades em Setúbal, a cidade foi a Alverca ver o seu Vitória passear classe e bom futebol e carimbar o passaporte para a eliminatória seguinte da Taça de Portugal.

Alverca foi verde e branca num Domingo que adivinhava chuva, mas essa só de golos falhados e na sua esmagadora maioria pela equipa de Carlos Carvalhal.

O Vitória, senhor de tradições na prova e um dos candidatos à Vitória final ( o seu passado e os anseios dos sócios assim o impõem), entrou no jogo e desde logo controlou e jogou a seu bel prazer. Com uma linha defensiva de grande categoria, com um Orestes imbatível, um Alcantara insuperável, um Auri intrasponível e um Rui André que cumpriu, o Vitória muito forte no meio campo com Sandro, Zé Pedro e Puma a realizarem exibições tremendas ao nível da exigência física tanto nas tarefas ofensivas como defensivas e com um ataque composto por Meyong, Jorginho e Pascal, não surpreendeu ninguém que a equipa mais forte, mais compacta, mais ofensiva, mais pressionante e mais esclarecida fosse a equipa do Vitória.

As oportunidades de golo na primeira parte para o Alverca praticamente não existiram, com Marco Tábuas a ter de se aplicar apenas num livre directo. Do outro lado, Zé Pedro, Meyong por várias vezes, Pascal e Jorginho, ameaçavam muitas vezes as redes de Bruno Fernandes, mas quase miraculosamente ao intervalo o resultado era de 0-0.

A segunda parte iniciou-se ao ritmo da primeira: o Vitória mandava e atacava. Depois de um falhanço incrível de Meyong que cabeceou para fora com o guarda redes já fora do lance, Jorginho de livre directo inaugurava o marcador e sentenciaria o jogo. Depois deste lance, apesar de tentar, o Alverca nunca foi capaz ( excepção feita ao último lance da partida, na qual Marco Almeida rematou com estrondo, na pequena área à barra da baliza de Marco Tábuas) de se acercar com perigo à área contrária. Muito por culpa dos defesas do Vitória, que ora pelo ar, ora pela chão não perdiam um único lance com os seus adversários e dos esforçados e incansáveis 3 homens do meio campo do Vitória. Sandro foi uma verdadeira formiga, implacável nas marcações, Zé Pedro foi um poço de força, pressionando, sempre, logo à saída da área ribatejana e Puma, um verdadeiro tractor que limpou tudo a preceito e não permitiu veleidades aos homens de José Couceiro.

Até final o Vitória continuou a jogar como quis, com lances de verdadeiro génio, protagonizados na sua maioria por Jorginho e Meyong, que levava os jogadores do Alverca a ficarem de cabeça perdida e cansada de tanto baile e a reagirem com faltas duras e a despropósito sobre os atletas vitorianos. Carlos Xistra que mostrou 8 cartões a homens do Alverca e um aos jogadores do Vitória, fez uma arbitragem excelente. E para quem viu o jogo a única dúvida é: como é que a equipa do Alverca conseguiu acabar o jogo só com 8 amarelos?

Uma Vitória indiscutível para o Vitória de Setúbal.

Houve Taça ontem em Alverca, mas o favorito ganhou!
Spry

Sem comentários: